“D’Artagnan conseguiu tornar-se um mosqueteiro"; de Alexandre Dumas
Por SARA GOMES
Terça-feira, 23 de Novembro de 2004

“Os Três Mosqueteiros”, de Alexandre Dumas, é a história de um jovem que sonha ser mosqueteiro e é seduzido por uma mulher, que conspira com o cardeal contra o rei de França

“Um por todos e todos por um.” A expressão é conhecida e rapidamente se associa ao lema que unia os famosos três mosqueteiros —Athos, Porthos e Aramis — a D’Artagnan, um jovem fidalgo cujo sonho era fazer parte da guarda do rei Luís XIII de França. Justiça, honra, dedicação e fidelidade serão, por isso, os pontos cardeais da conduta destes quatro heróis imaginados pelo romancista francês Alexandre Dumas em “Os Três Mosqueteiros” (1844).

A acção passa-se em 1625 e começa com a chegada de D’Artagnan a Paris com o objectivo de se conseguir tornar um mosqueteiro. Logo no primeiro capítulo, Alexandre Dumas traça o retrato do jovem cavaleiro, atribuindo-lhe características como “astúcia” e “insolência”. Um facto que permite adivinhar que o carácter intempestivo de D’Artagnan lhe trará alguns dissabores.

Ora, assim que chega a Paris, o jovem também conhecido por gascão ofende inadvertidamente três mosqueteiros — nem mais, nem menos do que Athos, Porthos e Aramis. Como desconhece quem insultou, D’Artagnan propõe a cada um deles um duelo. No entanto, mal as espadas do gascão e de Athos se cruzam, eis que chega uma esquadra de guardas do cardeal Richelieu, de quem os mosqueteiros desconfiam que conspira contra o rei. D’Artagnan junta-se, então, aos três companheiros e enfrenta os “novos” inimigos. Deste modo, tem início a amizade — e também as peripécias — entre o jovem fidalgo e os três bravos guardas do rei.

Alexandre Dumas, que ao todo assinou perto de 250 obras, entre elas “A Rainha Margot”, “O Conde de Monte Cristo” e “A Túlipa Negra”, escreveu “Os Três Mosqueteiros” inspirando-se nas disputas entre França e Inglaterra no século XVII. O rei Luís XIII de França, que tem o cognome de “o Justo”, é descrito como um homem atormentado pela sombra da traição da rainha, Ana de Áustria. Instigado pelo ambicioso cardeal, o rei desconfia que “a bela e altiva” rainha mantém uma relação adúltera com o duque de Buckingham e que conspira contra o seu reino.

Será, pois, num clima de intrigas e paixão que D’Artagnan e os seus companheiros se vão envolver em inúmeras aventuras com o fim de proteger o trono e deitar por terra os planos do cardeal e da sua temível e sedutora espia, “milady”.

Aramis dirá a certa altura: “A mulher foi criada para pernos der e é dela que nos vêm todas as misérias.” E assim revela Alexandre Dumas que às mulheres caberá a sorte e azar de todos os envolvidos nesta história.

Quem é, na verdade, a bela e perigosa “milady”? Que passado terrífico a une a Athos? Será que D’Artagnan conseguirá escapar aos seus encantos, salvar o reino da ganância do cardeal e tornar-se um mosqueteiro? A dúvida permanece até ao final da história.

 




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