Quem É Alexandre
Dumas, Pai?
Por ANDRÉIA AZEVEDO SOARES
Alexandre Dumas nasceu em Villes-Cotterêts,
França, em 1802. O avô era um nobre francês que
vivia em Santo Domingo; a avó era afro-americana, escrava
durante o domínio francês. O pai era general no exército
de Napoleão e depois da sua morte, em 1806, a família
viveu na pobreza. Dumas foi caixeiro de notário em Villers-Cotterêtes
e, em 1823, foi para Paris arranjar trabalho. Trabalhou com o Duque
D'Orléans, mais tarde rei Luís Filipe, e também
no teatro e como editor de revistas "obscuras". Um filho
ilegítimo, chamado Alexandre Dumas Filho, nasceu em 1824.
Alexandre Dumas Pai é um dos escritores mais
importantes do século XIX, conhecido por romances históricos
como "Os Três Mosqueteiros" e "O Conde de Monte
Cristo", escritos em dois anos (1844-45), obras fundadoras
da cultura popular. Com Balzac e Eugène Sue, foi um dos primeiros
a usar o "folhetim", o romance em série. Era um
leitor ávido, sobretudo de teatro. Tornou-se produtor de
teatro. Antes de 1843, Dumas escreveu 15 peças ("Henri
III et sa Cour", de 1829, foi a primeira). Mas foram os romances
históricos que lhe deram dinheiro que o escritor desperdiçou
depressa. Escreveu cerca de 250 livros, com 73 assistentes, em particular
Auguste Maquet, a quem Dumas dava muita independência para
trabalhar. Ganhava quase 200 mil francos/ano e, só pelas
220 mil linhas para jornais como "La Press" e "Constitutionel",
recebia 63 mil/ano. Maquet propunha temas e fazia "esboços"
dos romances - como de "Os Três Mosqueteiros" (1844)
e "O Conde de Monte-Cristo" (1844-45). Dumas só
começou a escrever quando as estruturas estavam já
prontas. A história dos mosqueteiros continuou em "Vingt
Ans Après" (1845) e "Le Vicomte Bragelonne"
(1848-50).
Participou na Revolução de 1830
e tornou-se capitão da Guarda Nacional, contraiu cólera
em 1832 e viajou para Itália. Em 1850 surgiu "La Tulipe
Noire". Em 1851, escapou aos credores em Bruxelas. Dois anos
no exílio, regressou a Paris e fundou o jornal "Le Mousquetaire".
Em 1858, viajou pela Rússia e em 1860 para Itália,
onde apoiou Garibaldi e a sua luta pela independência (1860-64).
Ficou quatro anos em Nápoles, regressou a França,
mas as dívidas continuavam a aumentar. Chamavam-lhe "rei
de Paris", ganhava enormes fortunas, mas gastava-as de imediato
com amigos, arte e amantes. Teve dúzias de filhos ilegítimos,
mas apenas reconheceu três. Morreu de enfarte em 1870, em
Puys. As últimas palavras foram: "Nunca saberei como
tudo vai terminar."
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