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28 Março 2024 - 19h41
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PROVEDOR DO LEITOR DO PÚBLICO
 
Rui Araújo é o actual Provedor do Leitor
Tomou posse a 1 de Janeiro de 2006
 

COPIANÇO
Por Rui Araújo

“Venho, por este meio, mostrar a minha indignação com a peça apresentada nas páginas 6 e 7 do P2 (24/02/2007) como sendo da autoria da ‘jornalista’ Joana Amado.

De facto, trata-se tão somente de uma peça da REUTERS que foi traduzida para português. Sendo assim, no máximo poderia ser atribuída à dita jornalista o papel de tradutora.

Junto envio a peça da Reuteurs, publicada no dia antecedente ao Jornal PÚBLICO em vários sites (http://edition.cnn.com/2007/SHOWBIZ/Movies/02/23/oscar.ellen.reut/index.html - este ’link’ é para a versão da CNN) e peço-lhe que a compare com o texto do jornal.

A ordem dos actores que vão apresentar os prémios, as frases de Ellen DeGeneres, as citações das preocupações de audiência são TEXTUALMENTE IGUAIS.

É imensamente lamentável que um jornal com um tão paginoso Livro de Estilo ainda precise destas artimanhas para apresentar notícias ‘próprias’. Imensamente lamentável mesmo...”, escreve Pedro Maia, um leitor de Barcelona.

Os reparos são pertinentes, mas o provedor não reconhece ao leitor competências legais para determinar quem é ou não jornalista (i.e., “‘jornalista’” – escrito entre aspas).

A jornalista (uma das editoras do caderno P2) reproduziu inúmeros parágrafos de um despacho da agência noticiosa britânica Reuters sem os colocar entre aspas e sem mencionar a fonte.

Solicitei, portanto, um esclarecimento a Joana Amado.

“Não devia ter assinado esse texto. A ambição inicial para o artigo era maior do que aquilo que, por limitações de tempo e sobreposição de tarefas, consegui fazer. Cito três vezes a Reuters e cito a revista The Advocate (o primeiro artigo que me chamou a atenção para a história), mas devia ter citado mais. Reconheço que foi um erro não o ter feito”, respondeu a jornalista.

A jornalista tem o mérito de reconhecer que errou, mas as suas justificações são só parcialmente aceitáveis.

Joana Amado afirma que citou “três vezes a Reuters”. É pena não o ter feito sistematicamente. É o mínimo que o provedor pode dizer.

O Livro de Estilo do jornal é peremptório: “O PÚBLICO considera o plágio uma conduta absolutamente inaceitável. Todas as informações recolhidas em qualquer documento ou noutros órgãos de comunicação devem ser sempre devidamente atribuídas.”

A jornalista colocou, por exemplo, entre aspas oito palavras (antecedidas de: “escreve a Reuters”) antes e depois de reproduzir na íntegra (sem aspas e sem indicação da fonte) vários parágrafos do despacho da agência.

É uma opção incorrecta que induz o leitor em erro, levando-o a acreditar que tudo o resto era da autoria de Joana Amado.

Na realidade, a jornalista copiou (sem mencionar a fonte e quase sempre sem inserir quaisquer aspas) cerca de uma dezena de parágrafos (em parte ou na totalidade), o que representa mais de metade do texto da agência noticiosa.

Exemplos:
PÚBLICO: “Mas em termos estilo, Degeneres não podia ser mais diferente de Goldberg ou dos seus dois antecessores imediatos, John Stewart e Chris Rock, os três conhecidos por um tipo de humor mais irreverente e arriscado”.
REUTERS: “But in terms of style, the easygoing DeGeneres, host of the weekday talk show ‘Ellen’, could not be more different from Goldberg or her two immediate Oscar predecessors, John Stewart and Chris Rock, all of whom are known for a more edgy, irreverent brand of humor”.

PÚBLICO: “A escolha de Degeneres também parece marcar o fim da preocupação dos produtores da cerimónia em escolherem apresentadores (como Rock ou Stewart) que fossem mais apelativos para as audiências mais novas que cada vez ligam menos à noite dos Óscares.”
REUTERS: “Her choice also seemed to mark an end to Oscar producers’ preoccupation with picking hosts – such as Rock and Stewart – thought to be especially appealing to younger TV viewers who have increasingly shied away from the Oscars”.

CONCLUSÔES DO PROVEDOR

O Livro de Estilo do PÚBLICO (à semelhança das regras vigentes nos grandes jornais diários europeus) estipula de forma clara que “a assinatura de um texto deve reflectir de forma rigorosa a sua autoria. Se há mais de uma participação para um dado texto, a ordem de assinaturas deve reflectir a contribuição de cada um dos autores. (...);
Os textos baseados em despachos de agências devem ser assinados de acordo com o tipo de contribuição do redactor que elaborou a notícia. Quando a sua contribuição se cingiu a uma mera tradução, adaptação e/ou edição do telex, a notícia deve mencionar apenas o nome da agência. Ex.: AFP, Reuters. (...);

Quando o resultado é um trabalho de fusão de dois ou mais despachos de agência, sem qualquer participação do jornalista além do trabalho de tradução, adaptação e/ou edição, a assinatura deve apenas referir as agências noticiosas envolvidas, segundo a ordem em que tenham contribuído para o texto final. (...);

É, pois, um erro grave, por exemplo, uma peça sobre um surto de cólera na Índia ser assinada em cima e, no fim, ‘com Reuters e AFP’, quando eram estas agências que tinham jornalistas no local e se citava testemunhos directos e pormenores de reportagens delas. Só coloca mal quem faz a apropriação indevida e, naturalmente, o jornal”.

À luz do Livro de Estilo do PÚBLICO e da transparência teria sido, portanto, preferível que a assinatura do texto referisse “Joana Amado com Reuters”. Pelo menos isso.
Essa formulação (que não demorava muito tempo a formular e não representava um aumento substancial do número de caracteres) teria evitado o protesto do leitor e a intervenção do provedor. E mais: teria tornado a leitura do artigo, decididamente, bem mais escorreita.

P.S. – O endereço electrónico do Provedor do Leitor do PÚBLICO é: provedor@publico.pt

 
ACTUAL PROVEDOR DOS LEITORES DO PÚBLICO
- Rui Araújo
Provedor do Leitor desde 1 de Janeiro de 2006
 
ANTERIORES PROVEDORES DOS LEITORES DO PÚBLICO

- Joaquim Furtado
Provedor do Leitor de 1 de Janeiro de 2004 a 1 de Dezembro de 2004

- Joaquim Fidalgo
Provedor do Leitor de 3 de Outubro de 1999 a 30 de Setembro de 2001

- Jorge Wemans
Provedor do Leitor de 23 de Fevereiro de 1997 a 1 de Março de 1998

 
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