"Hollywood Ending"
Quarta-feira, 26 de Maio
de 2004
O realizador Val Waxman (Woody
Allen) é um homem caído em desgraça.
Nos anos 70 e 80, estava na crista da onda, vencia Óscares
e os seus filmes eram êxitos junto do público.
Mas, de um momento para o outro, tudo mudou: nos últimos
tempos, face à escassez de ofertas de trabalho, Val
ficou reduzido aos anúncios de televisão (até
o telefilme "sobre o aborto, seguido da divisão
de genes interracial" se lhe escapa...).
Além de uma série de insucessos
comerciais, as principais causas para a transformação
de Val em "persona non grata" junto da indústria
cinematográfica parecem ter sido uma reputação
de cineasta "difícil", com tiques e exigências
de "autor", e os crescentes problemas de ansiedade.
Ingredientes que, combinados, lhe tornaram quase impossível
terminar um filme a tempo e horas ou dentro do orçamento
previsto. Resultado: está na lista negra dos principais
estúdios de Hollywood.
No entanto, parece haver ainda luz ao
fundo do túnel: apesar de "chanfrado" e
"incompetente" serem os adjectivos normalmente
utilizados para caracterizar Val, a sua ex-mulher, Ellie
(luminosa Téa Leoni), produtora em Hollywood, discorda
(bom, pelo menos em relação ao "incompetente"...).
Por isso, oferece-lhe uma oportunidade de voltar às
luzes da ribalta, convencendo o namorado (Treat Williams),
patrão da Galaxie Pictures, a contratar Val para
dirigir "A Cidade que Nunca Dorme", uma grande
produção orçada em 60 milhões
de dólares.