"Matadoras", de David Mirkin, na Série Y
Por Marco Vaza
Um manual sobre como seduzir homens ricos, abandoná-los e ficar-lhes com o dinheiro. O pior é quando os sentimentos se metem pelo meio. Nesta comédia, Sigourney Weaver e Gene Hackman estão em grande forma
Max e Page são mãe e filha e formam uma dupla de “con women” que ganha a vida a enganar homens ricos. O “modus operandi” é simples. Max, a mãe sedutora e experiente, insinua-se na vida de um milionário e não lhe dá outra hipótese se não pedi-la em casamento. Consumado o matrimónio, Page, a filha jovem e rebelde, entra em acção, seduz o marido recém-casado de forma a serem apanhados em flagrante por Max. Esta finge-se escandalizada e pede o divórcio. Resultado: o casamento termina poucos dias depois de ter começado, mas com mais alguns dólares no bolso de Max e Page resultantes do acordo do divórcio.
Depois de vigarizarem Dean (Ray Liotta), um vendedor de carros usados de New Jersey, Max e Page vão para a Florida em busca de um novo alvo. Tensy (Gene Hackman), um milionário fumador compulsivo com dentes amarelos e catarro muito barulhento, é o escolhido, mas Page, que se quer desligar da mãe e começar a trabalhar sozinha, prepara um golpe paralelo para vigarizar Jack (Jason Lee), um ingénuo dono de um bar. O amor entre os dois é inevitável e só irá complicar os planos.
“Matadoras” (2001), o DVD amanhã distribuído pela Série Y, é uma comédia que junta no mesmo filme a veterana caçadora de “aliens” Sigourney Weaver (que prova mais uma vez ser uma boa actriz de comédia, como já havia mostrado no divertidíssimo “Galaxy Quest”) e a jovem estrela da televisão Jennifer Love Hewitt (cujos dotes físicos são bem salientados durante o filme) como as duas especialistas em explorar as fraquezas dos homens. Para além da dupla que dá título ao filme, “Matadoras” conta com um impressionante lote de actores secundários. Ray Liotta, Jason Lee, Anne Bacroft e, acima de todos, Gene Hackman como Tensy, o repugnante milionário que anda sempre de cigarro na boca.
Nesta sua segunda longa-metragem, David Mirkin, que se estreou no cinema com “Romy e Michelle” (1997), recupera alguns dos elementos da “screwball comedy” e faz um filme carregado de sexo, desencontros e situações hilariantes, como por exemplo a cena em que Max, para manter o seu disfarce perante Tensy, tem de subir ao palco de um restaurante russo para interpretar uma versão surreal de uma música dos Beatles, “Back in the URSS”, acompanhada por balalaicas. |