Entre
no jogo com "The Game"
Nicholas Van Orton (Michael Douglas) tem uma
fortuna de 600 milhões de dólares, vive numa mansão
impenetrável em São Francisco e é tão
solitário que passou o seu 48º aniversário a
ver o noticiário financeiro da CNN. É uma vida monótona
com fantasmas do passado (o pai matou-se aos 48 anos...), mas Nicholas
não permite que perturbem o seu universo organizado.
Até que o irmão (Sean Penn) lhe oferece uma prenda:
um cartão da agência Consumer Recreation Services,
que organiza programas para distrair pessoas aborrecidas. É
aqui que "O Jogo" se transforma num "puzzle"
sufocante em que o milionário já não sabe o
que é real e ficção, e, sobretudo, não
percebe se tudo o que lhe acontece é um jogo ou se mergulhou
mesmo numa conspiração diabólica que o vai
destruir. Não podia ser mais aliciante: mergulhe com este
DVD, a partir de dia 28, na série Y.
Realizado, por David Fincher, entre "Sete Pecados Mortais"
(95) e "Clube de Combate" (99), "O Jogo"/ "The
Game" é, como o título indica, um objecto lúdico
que a uma intriga labiríntica junta uma exuberante sofisticação
plástica. Fincher, 40 anos, assumia-se neste “thriller”
onírico como o grande manipulador, deixando o espectador
— como a personagem — à deriva, incapar de distinguir
entre realidade e ilusão.
Depois de ter visto o filme, a revista "Variety" considerou-o
tão bizarro que provavelmente ninguém iria ver. Enganou-se:
"O Jogo" confirmou o culto à volta de Fincher,
que aqui começava a ser comparado a Stanley Kubrick.
V. T. M.
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