Resiliência
Por que é tão importante?

Na vida pessoal ou nos negócios a resiliência é a capacidade de avançar na adversidade. Exemplos como o da Alberto Oculista são a prova de como o foco pode ser uma força de décadas.

Pegue num elástico. Estique-o até ao máximo que conseguir e mais um pouco, ainda. Agora largue-o e veja como volta à sua forma inicial, como por magia. O nome para este fenómeno? Resiliência. A capacidade de um material voltar à sua forma original, apesar da carga que sofre.

E nos seres humanos? O que caracteriza aqueles a quem chamamos de resilientes?

Talvez a melhor definição tenha partido do pensador chinês Confúcio que, sem usar a palavra “resiliência” a descreveu na perfeição: “A nossa maior glória não é nunca cairmos, mas sim levantarmo-nos de cada vez que caímos”. A arte de superar adversidades.

A resiliência assume várias formas, histórias e geografias. Podemos encontrá-la em nós mesmos, ou naquele vizinho do outro lado da rua, que tinha tudo contra ele e, ainda assim, prosperou.

É exactamente em nome da resiliência que neste artigo viajamos até ao arquipélago da Madeira. Ao recuarmos até 1984 é possível encontrar alguém com o foco e a determinação suficientes para ultrapassar obstáculos, inclusivamente da insularidade, e construir um negócio sólido que atravessou gerações.

Há exactamente 40 anos, Alberto Caires abriu uma pequena óptica no Funchal. Estava longe de imaginar que, quatro décadas depois, se tornaria numa das principais marcas ópticas portuguesas, a Alberto Oculista

Trata-se de Alberto Caires, hoje com 78 anos, e que há 40 dava os primeiros passos na construção de uma empresa que é hoje uma das principais marcas ópticas em Portugal, com presença em todo o país e em Espanha (Madrid), e que recebeu o seu nome: Alberto Oculista.

No entanto, quem agora olha para as modernas lojas munidas da mais avançada tecnologia pode ter dificuldade em acreditar que esta marca começou numa pequena loja de rés-do-chão da cidade do Funchal e que a história do seu fundador começou de onde se aprende melhor — de baixo.

Perseverança rumo a um sonho

Quando o pequeno Alberto Caires começou a trabalhar estava longe de pensar quão longe o futuro e a sua resiliência o levariam. Queria apenas conquistar a sua independência económica desde cedo, estando disposto a “arregaçar as mangas” para atingir esse objectivo.

"Comecei a trabalhar aos 14 anos, numa óptica que existia na cidade do Funchal. A primeira ferramenta que me deram para a mão, numa óptica, foi uma vassoura e um pano. Desde logo percebi que a vida é como uma escada, feita de degraus e é importante perceber os sinais que a vida nos dá: nesse momento, quando pensava que ia trabalhar com óculos, comecei em limpeza", recorda Alberto Caires, acrescentando que, nem por isso, o seu empenho esmoreceu. "Assumi a tarefa com todo o empenho, como se fosse a melhor coisa do mundo para fazer", remata.

Ainda assim, fascinado pelas lentes, pelos pequenos dispositivos e pela “magia” dos bastidores da loja, cedo percebeu que o negócio das ópticas teria de ser a sua vida.

Das limpezas que lhe deram a conhecer este mundo de ajudar as pessoas a ver melhor, Alberto aprendeu, com humildade e dedicação, o ofício que o fascinava e deu o salto para técnico de óptica. "Depois, com muita vontade de mostrar que tinha capacidade, lá fui subindo degrau a degrau", conta.

"A primeira ferramenta que me deram para a mão, numa óptica [quando tinha 14 anos], foi uma vassoura e um pano. Desde logo percebi que a vida é como uma escada, feita de degraus."
Alberto Caires, fundador da Alberto Oculista

À paixão pela óptica, juntou o foco e a capacidade de trabalho que fizeram correr falatório na ilha. Em poucos anos, eram várias as empresas do sector na ilha da Madeira que tentavam disputar Alberto Caires e levá-lo a trabalhar nas suas lojas.

Acabou por mudar para a concorrência, mas o “bichinho” da resiliência e do empreendedorismo não estavam satisfeitos. Alberto queria ter um negócio próprio.

O sector da óptica apaixonava-o, mas é um restaurante que acaba por ser o seu primeiro negócio: o Tangerina, na Rua das Mercês, no Funchal, onde é convidado a ter sociedade com o seu cunhado. Os tempos não são fáceis, e é a capacidade de trabalho de Alberto Caires que se destaca, mais uma vez.

"Quando já estava plenamente rotinado com a arte da óptica, surgiu uma oportunidade para ter o meu primeiro negócio: um restaurante! Levantava-me cedo para ir aos pequenos-almoços no restaurante, entrava às 9h na óptica, voltava ao almoço para o restaurante, regressava à óptica na parte da tarde e, por fim, terminava o dia no restaurante onde muitas vezes saía já de madrugada."

Continua com actividade de técnico de óptica na loja, mas trabalha no restaurante no restante tempo livre. Os dias são longos e cansativos, sobretudo para quem já tinha dois filhos, mas a ambição continua a dar alento a Alberto. O restaurante seria apenas um meio para alcançar o seu grande sonho: ter capacidade de investir na sua própria óptica.

O trabalho e a paciência deram os seus frutos. Alberto teve finalmente oportunidade de abrir uma loja em nome próprio Alberto Oculista num pequeno rés-do-chão da rua Dr. Fernão Ornelas, no Funchal.

Nasceu a loja e nasceu, simultaneamente, a marca que viria a marcar presença forte no sector.

Alberto Caires criou um caso de sucesso: de um rés-do-chão no Funchal cresceu para uma rede consolidada em todo o país, presente na Madeira, Açores e Portugal Continental

O sonho que atravessou o oceano

A pequena óptica de Alberto cedo se destacou no panorama local. Do rés-do-chão, o nome Alberto Oculista passou a estar também noutros espaços comerciais, à medida que a marca abria novas lojas em Machico, Santa Cruz e Câmara de Lobos, conquistando a ilha.

“Hoje temos uma bonita história para contar, mas não podemos esconder que foi muito difícil lançar este negócio”, destaca Alberto Caires, acrescentando que “desde o primeiro momento em que fundei a marca, coloquei-me no terreno a concretizar o meu sonho de ter uma loja de óptica, fui colocado à prova”. O empresário recorda que um dos maiores desafios foi a conquista da confiança dos clientes num mercado com players regionais há muito estabelecidos.

O percurso de referência como empresário da região valeu a Alberto Caires a Insígnia Honorífica, atribuída pelo presidente do Governo Regional da Madeira, a 1 de Julho, Dia da Região, em 2019

Depois da Madeira, o sucesso além-mar. Em 2011, as primeiras ópticas do grupo em Portugal Continental, no Algarve. Um ano depois, nos Açores. Em 2013, chega à zona Centro, com presença na Figueira da Foz e uma rede que, no total, já contava com 34 lojas.

O crescimento nacional avança e a marca expande-se, ao longo dos anos, para Lisboa, Algarve, centro, Porto e norte do país. E, em 2017, o madeirense que aos 14 anos limpava o chão de uma óptica conseguia dizer, com orgulho, que a empresa que fundou no Funchal está agora também em Madrid, naquela que foi a primeira abertura internacional da Alberto Oculista.

Hoje, é Miguel Caires, o filho de Alberto Caires, quem assume o lugar de CEO do grupo. E também ele enaltece a resiliência necessária para tornar aquele que foi outrora apenas um sonho do seu pai numa cadeia próspera.

“Foi nos momentos mais difíceis que mais sofremos, que mais difícil foi chegar ao fim de cada dia, muitas vezes saindo da empresa mas nunca a empresa da nossa cabeça , muitas noites menos bem dormidas e que, no final, depois de muita resiliência, persistência e paixão pelo projecto (dias, meses e até anos, em alguns casos), conseguimos sempre almejar uma solução”, recorda Miguel Caires sobre o percurso.

No entanto, o esforço tem compensado: "Até ao dia de hoje sempre conseguimos manter o foco nas soluções e na geração de valor para todos os stakeholders."

"Não temos dúvidas nenhumas de que todas as barreiras que encontrámos no nosso caminho empresarial serviram para nos testar"
Miguel Caires, CEO do grupo Alberto Oculista

1984 | Abertura da primeira loja Alberto Oculista, na rua Dr. Fernão Ornelas, no Funchal

A primeira loja, inaugurada a 14 de Maio de 1984, era então apenas um loja no rés-do-chão da Rua Dr. Fernão Ornelas, uma das principais do Funchal.

Em 1998, são já oito lojas, onde se incluem as aberturas na vila da Ribeira Brava (1992), vila de Machico (1992) e Marina Shopping (1998), Funchal.

Nos anos seguintes seguem-se o Madeira Shopping (2001), o CC Caniço Shopping (2004), a segunda loja na Rua Fernão Ornelas (2004), o CC Fórum Madeira (2005), o CC Baía da Câmara de Lobos (2009) e o CC Santa Cruz Shopping (2009).

2011 | Expansão da marca para Portugal Continental, com dez lojas no Algarve

Depois de em 2011 ter sido a região que marcou a entrada da Alberto Oculista em Portugal Continental, a marca apostou numa outra estreia para o Algarve.

Em 2018, seria a região eleita para abrir a primeira loja técnica da marca: Alberto Oculista Technical Store, especializada em artigos para desporto e performance.

2012 | Abertura de três lojas nos Açores

Neste ano a marca abre lojas nas ilhas de São Miguel (duas) e da Terceira.

2014 | Abertura de loja na Figueira da Foz e em Coimbra

Em 2013, um ano antes da entrada da zona Centro, a Alberto Oculista apostou num novo conceito de marca com foco na inovação e na tecnologia de ponta que tinha um propósito muito claro: “O objectivo é fazer com que a Alberto Oculista transmita para o mercado uma imagem de inovação, tecnologia de ponta e competência profissional…”, explicou, na altura, Miguel Caires, CEO

2015 | Abertura de oito lojas em Lisboa

A abertura em Lisboa foi meteórica. Em apenas 30 dias, a marca passou de duas para oito lojas na capital.

2017 | Inauguração da primeira loja internacional, em Madrid

O evento contou com a presença dos presidentes do Governo Regional da Madeira e da Câmara Municipal do Funchal

2019 | Aberturas a norte do país

Expansão da rede de lojas para o norte do país com a abertura de 4 lojas no Porto e em Braga.

2021 | Lançamento do serviço "Óculos 100% à Medida" em todas as lojas

Em 2021, a Alberto Oculista lançou um serviço único e exclusivo de “Óculos 100% à Medida” – Virtual Eyewear Assistant (VEA) que permite, pela primeira vez em Portugal, criar um par de óculos com base nas medidas biométricas de cada um e, ainda totalmente personalizado (modelos, cores e padrões).

Trata-se de serviço tão disruptivo e inovador que lhe valeu duas nomeações como Produto do Ano em 2021 e em 2023, ambos na categoria de soluções ópticas.

Hoje a marca tem mais de 68 lojas em todo o país e pode orgulhar-se da forma como tem percorrido esse caminho, até porque são os outros que o reconhecem.

Exemplo disso é o facto de em 2023, a Alberto Oculista ter sido considerada por colaboradores, fornecedores e clientes como uma organização feliz (Happy Awards), uma distinção promovida pela Consumer Choice e que se baseia em inquéritos de satisfação.

Conselhos para a resiliência

"Ninguém tem a receita perfeita para o sucesso. O mundo muda tanto que nos obriga constantemente a reinventar”, avisa Miguel Caires, adiantando que, por isso mesmo, o trilho para o sucesso que a Alberto Oculista fez “há dez ou 20 anos dificilmente será a forma de hoje”.

Ainda assim, o CEO do grupo reforça a importância de manter a paixão pelo que se faz, o discernimento, o foco e a racionalidade. E lembra o exemplo do conterrâneo madeirense Cristiano Ronaldo e da força mental que lhe permitiu chegar ao patamar cimeiro do mundo na sua área. “Com determinação e foco conseguimos fazer algo memorável”, conclui.

O que tem um resiliente de diferente?

Todos somos resilientes, em menor ou maior grau. Tudo depende das características pessoais de cada um.

O projecto europeu “Breakthrough for Resilience: People, Places and Communities” descreve os atributos únicos de uma pessoa resiliente que, tal como Alberto e Miguel Caires, conseguiram que as adversidades não fossem impecilhos ao seu sucesso:

#1

Saber ler a situação

Uma pessoa resiliente tem capacidade de ter uma avaliação correcta da situação em que se encontra (sem optimismo excessivo);

#2

Possuir características distintivas

Tem sentido de missão, visão e coragem (norteada por senso comum, e não de forma indiscriminada);

#3

Optimizar o que lhe é dado

Uma pessoa resiliente tem a capacidade de organizar-se de forma estratégica, fazendo o máximo com o que lhe é dado.

Quer ambicione um negócio próprio ou outra visão de vida, como resistir às adversidades e manter a resiliência psicológica? Estas são algumas das estratégias que pode seguir no seu próprio caminho

  • Adotar um “pensamento resiliente”

Perante as dificuldades, foque-se nas soluções e não nos problemas ou no que está a sentir;

  • Não esteja sozinho

Uma rede de apoio (família ou amigos) ajuda-o a ser mais resiliente perante dificuldades. Ajudar os outros também;

  •  Crie/mantenha um lugar de escape

Além da casa e do ambiente de trabalho, mantenha na sua vida um terceiro local onde consiga, de forma rotineira, relaxar, praticar um hobby, socializar ou participar numa actividade lúdica de que goste;

  • Valorize-se

As suas hesitações sobre si próprio e a autocrítica em demasia corroem a capacidade de resiliência. Mas lembre-se de evitar o optimismo excessivo;

  • Contrarie o sedentarismo e cuide de si próprio

Das caminhadas à escalada, encontre uma motivação para evitar o sedentarismo e permanecer activo. O bem-estar físico é um factor importante para manter a resiliência;

  • Seja paciente

Tornar-se mais resiliente é um processo gradual. Tente abraçar este processo sem frustrações nem impaciências (nem autocríticas). E valorize cada dia rumo à visão e missão que estabeleceu para si.

No ano em que assinala os seus 40 anos, conheça melhor a história desta marca nacional nascida na Madeira e que é um verdadeiro exemplo de resiliência, capaz de se reinventar ao longo do tempo.

CONTEÚDO COMERCIAL