Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II
Premiar o talento jovem
Acessibilidade e democracia cultural são as palavras de ordem deste que é o Prémio que pretende colocar os jovens artistas no centro do debate. Depois de quatro edições, chega a altura de fazer um balanço. Tem sido este um caminho de sucesso?
Vergílio Ferreira, escritor português, dizia que “a cultura é o modo avançado de se estar no mundo, ou seja, a capacidade de se dialogar com ele”. Estas palavras em muito resumem a importância da cultura para um país, para o desenvolvimento de uma comunidade, para o mundo que nos rodeia. Sendo parte integrante de uma sociedade, é importante que seja valorizada e que, de olhos postos nela, se dê o palco para que novos e emergentes artistas possam mostrar a sua arte e fazer dela o seu trabalho.
A acessibilidade da cultura, a sua propagação, a sua sustentabilidade e a democracia que se quer que dela faça parte, foram vários dos aspectos tidos em conta quando, em 2019, nasceu a parceira entre o Grupo Ageas Portugal e o Teatro Nacional D. Maria II. São já vários anos de relação que, desde o seu início, se propuseram a fortalecer o serviço público de cultura prestado pelo D. Maria II, aproximando ainda mais o teatro de todas as portuguesas e portugueses.
Desta história de amor à cultura nasce aquele que é o Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II, uma materialização não só deste encontro, mas uma ferramenta de incentivo ao desenvolvimento do trabalho artístico no âmbito teatral.
O Prémio nasce em 2020 e, desde então, tem tido como missão o reconhecimento e a promoção dos talentos emergentes no panorama teatral. Mas mais do que isso, assume-se como um verdadeiro incentivo para que estes talentos se sintam motivados a darem seguimento ao seu trabalho, desenvolvendo o seu percurso profissional no sector.
“Este Prémio possibilita aos jovens artistas desenvolverem o seu percurso artístico, dando palco aos que muitas vezes são esquecidos. Ao estarmos a enaltecer o talento, inspiramos outros jovens a perseguir os seus sonhos nesta área – num contexto que sabemos ser difícil –, promovendo assim a renovação e inovação cultural”. Quem o diz é Inês Simões, directora de comunicação corporativa, marca e cultura organizacional do Grupo Ageas Portugal, e que acrescenta: “diria que o que torna este Prémio tão especial é, na verdade, estarmos a investir na educação das gerações futuras, desafiando-as a explorar a sua criatividade e dando-lhes a oportunidade de crescerem num mundo que as apaixona”.
E porque esta é uma parceria feliz entre duas entidades, para Rui Catarino, presidente do Conselho de Administração do Teatro Nacional D. Maria II, “esta é naturalmente uma iniciativa importante, mas que será sempre pontual”.
O Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II nasce em 2020 e, desde então, tem tido como missão o reconhecimento e a promoção dos talentos emergentes no panorama teatral.
Na opinião do presidente do teatro lisboeta é importante mudar a visão que se tem da cultura e do trabalho cultural no país, para que mais jovens talentos tenham a possibilidade de prosseguir a sua carreira na área teatral muito ameaçada pela precariedade. Fica claro que o caminho ainda é longo mas, ainda assim, este Prémio assume-se como mais um passo dado, rumo a um futuro cultural mais rico, valorizado e possível.
“Apostar no desenvolvimento da cultura e do teatro é investir na essência humana, na celebração da nossa diversidade e do que nos torna únicos e conectados em torno das emoções fortes que vivemos, por exemplo, numa sala de espectáculo. O teatro especificamente é um excelente catalisador de reflexão e de acção, tornando-nos naturalmente pessoas mais conscientes, tolerantes e conectadas com o mundo que nos rodeia."
Inês Simões
Directora de comunicação corporativa, marca e cultura organizacional do Grupo Ageas Portugal
Mas como tudo funciona?
Eleitos por um júri composto por 15 profissionais de diversas áreas associadas ao meio artístico e cultural português, os vencedores das anteriores edições do Prémio – com até 30 anos, e cujo trabalho artístico se tenha destacado no ano anterior à atribuição – receberam um valor pecuniário de 5000€.
Todos os anos, os artistas que concorrem a este Prémio são submetidos a uma rigorosa avaliação que se foca num conjunto essencial de critérios para, assim, encontrar o vencedor ou vencedora.
Qualidade, Contributo, Inovação e Crescimento
Os critérios de avaliação dos artistas resumem-se facilmente em quatro palavras: qualidade, contributo, inovação e crescimento.
No fundo, os artistas candidatos têm de demonstrar uma alta qualidade nos projectos desenvolvidos no ano atrasado, com padrões que se diferenciem pela inovação e diferenciação na sua prática profissional.
Igualmente, é importante que os projectos desenvolvidos apresentem um contributo para o desenvolvimento e fortalecimento da área teatral, bem como na própria carreira dos artistas - tem de existir uma capacidade de crescimento e valorização a nível nacional e internacional.
“Temos ainda um enorme trabalho a fazer, junto das famílias, das escolas, das instituições culturais, das empresas e da sociedade civil, na valorização da cultura e do trabalho cultural, mostrando a sua relevância para a riqueza do país, para construir uma sociedade mais tolerante, qualificada e criativa, garantindo uma democracia mais plena.”
Rui Catarino
Presidente do Conselho de Administração do Teatro Nacional D. Maria II
4 edições, 4 talentos vencedores
Sara Barros Leitão foi a vencedora da 1.ª edição. Nascida no Porto, em 1990, tem desenvolvido o seu percurso no teatro, cinema e televisão como actriz, criadora, encenadora, assistente de encenação e dramaturga.
Com um currículo recheado de muitos trabalhos e criações, Sara recebeu o Prémio de braços abertos, sabendo que mais do que um mero reconhecimento, este se tratou de uma verdadeira oportunidade. No seu discurso de aceitação agradeceu “a todas as pessoas que foram conversando comigo sobre teatro, vendo espectáculos, exposições e discutindo política e políticas culturais. Acho que sou todas essas conversas”. Quanto ao destino do Prémio, a actriz partilhou que “este Prémio será totalmente investido num projecto a desenvolver durante o ano de 2021, através da minha estrutura de criação – Cassandra –, chamado Heróides, Clube do Livro Feminista.”. Desde então que este Clube do Livro conta já com três edições, estando a quarta já a decorrer.
“A grande qualidade artística de Sara Barros Leitão e a coerência em todas as suas atitudes, fazem dela a vencedora da 1.ª edição do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II e são motivo de orgulho para todos nós. Sara Barros Leitão é uma artista que já provou e continuará a provar tudo aquilo que dela se espera.”
Carlos Avillez
Jurado
O actor Mário Coelho foi o nome galardoado na 2.ª edição. Nasceu em Lisboa, em 1994, e foi o seu sonho de se tornar realizador de cinema que o levou a desenvolver um gosto e curiosidade pela representação e, consequentemente, pelo teatro. É em 2015 que estreia a sua primeira criação, “É possível respirar debaixo de água”.
Desde então, podemos nomeá-lo como actor, dramaturgo e, ainda, produtor dos seus próprios espectáculos. Com uma forte presença no panorama independente de Lisboa, tem sido motivado pela vontade de encontrar um lugar onde se possa expressar livremente. Para o actor, vencer este Prémio Revelação foi um reconhecimento de todo o trabalho desenvolvido até então. “Para mim, o que é importante no teatro é celebrar a individualidade de cada um. E tem sido um pouco esse o caminho que tenho feito, reunindo pessoas e ferramentas para tentar lutar contra um sistema que ousa em não reconhecer que verdadeiramente não estamos todos no mesmo ponto de igualdade e que há ainda um longo caminho a fazer”, partilhou.
Se até aí os Prémios tinham sido recebidos por jovens actores, rapidamente ficou claro que este reconhecimento não engloba apenas aqueles que dão o “corpo ao manifesto”. Há toda uma equipa que está por detrás de todos os trabalhos e espectáculos e sem a qual não seria possível falar-se em arte de uma forma completa.
Cárin Geada, designer de luz e directora técnica, nasceu em Lamego, em 1991, e foi a vencedora da 3.ª edição do Prémio Revelação. É enquanto designer de luz que soma dezenas de colaborações. Olhando para o teatro como uma fusão entre conhecimentos técnicos e sensibilidade artística, tem desenvolvido um trabalho que se materializa nas diferentes matizes, ambientes e tonalidades com que são pintadas as várias cenas de um espectáculo, e sempre com recurso à luz.
E se é certo que o seu trabalho se assume como uma parte fundamental de qualquer criação artística, também é verdade que nem sempre parece receber o reconhecimento que lhe seria devido. “É com alguma surpresa que recebo este Prémio, pois o reconhecimento das áreas plásticas, nomeadamente do desenho de luz, não é nada habitual”, confessou a artista aquando da sua vitória, aproveitando a oportunidade para reforçar que “o desenho de luz cumpre uma função maior do que simplesmente dar visibilidade ao que se passa em palco, ele é uma parte integrante da dramaturgia e da concepção criativa de um espectáculo, assim como todas as restantes áreas”.
Depois do desenho de luz, foi altura de, em 2023, se premiar a cenografia. Pedro Azevedo nasceu no Porto, em 1996. Desde 2016 muito envolvido em projectos artísticos, é no universo visual dos espectáculos que dá uma expressão plástica muito própria a cada uma das criações, ajudando a definir uma visão artística através do pensamento sobre o espaço, da sua relação com o texto e os seus intérpretes.
Na hora de tentar definir o que poderia significar este Prémio para si, a primeira palavra que ressoou nos pensamentos do artista foi ‘reconhecimento’. “A minha expectativa com este reconhecimento é também poder dar mais visibilidade ao meu trabalho”, explicou.
“Estamos sempre, enquanto júri, a discutir o que é este Prémio, o que é que ele faz na realidade, o que é que possibilita. Se funciona como trampolim, se funciona como reconhecimento de uma obra já feita. Para além do valor monetário, é podermos tornar visível, dar um palco, dar um espaço, para pessoas que estão a começar mas que já têm trabalho feito, que têm conteúdo, só que não estão ainda nos canais certos de visibilidade.”
Marta Carreiras
Jurada
Grupo Ageas Portugal e D. Maria II: uma relação duradoura
A boa notícia é que o Prémio Revelação não é a única iniciativa que tem pautado esta parceria de sucesso entre o Grupo Ageas Portugal e o Teatro Nacional D. Maria II.
A fazer parte desta lista, junta-se ainda a Rede Eunice Ageas, um projecto lançado em 2016 pelo Teatro Nacional D. Maria II e que, desde 2019, conta com o apoio do Grupo Ageas Portugal. Este projecto é uma rede de circulação nacional de espectáculos produzidos e co-produzidos pelo D. Maria II e que se desenvolve em parceria com teatros municipais de forma a reforçar a oferta de peças de teatro onde esta é escassa.
Ao longo de sete anos, fizeram já parte da Rede Eunice Ageas 13 teatros municipais, que acolheram um total de 21 espectáculos diferentes, abrangendo milhares de espectadores em várias regiões do país.
Apoiado pelo Grupo Ageas Portugal desde 2023, o Projecto de Acessibilidade do Teatro é também uma parceria de sucesso, com a acessibilidade no Teatro Nacional D. Maria II a ganhar o papel principal. A importância da acessibilidade, neste projecto, não se remete apenas ao acesso físico aos espaços do teatro, mas também a sessões de espectáculos com interpretação de Língua Gestual Portuguesa ou áudio-descrição.
O que esperar em 2024?
A edição de 2024 está quase a conhecer o nome vencedor. Depois de quatro artistas consagrados, abrangendo três áreas distintas, o que podemos esperar de mais uma edição? “As cinco edições do Prémio Revelação têm sido um sucesso, destacando e premiando jovens talentos na área do teatro e promovendo a Inclusão e a Diversidade Cultural. Queremos acompanhar estes talentos ao longo da sua vida e da sua carreira e desafiá-los para que façam parte do mundo da nossa organização. Nesta lógica, os quatro vencedores têm estado presentes em diversos projectos de marca do Grupo Ageas Portugal”, explica Inês Simões.
Quanto ao futuro, Rui Catarino não hesita em afirmar que o maior desejo é que a partilha feita até aqui nunca se veja terminada. “Conhecendo o contexto cultural em Portugal, o meu desejo é o de que mais pessoas descubram o prazer de ver espectáculos de teatro, de assistir a concertos, de ler livros. O aumento dos índices de participação cultural, pelos quais todos somos responsáveis, fará com que mais e mais jovens talentos se possam afirmar nas artes, inspirando cada vez mais pessoas com o seu trabalho”, colmata.
"Esta parceria é uma expressão tangível do compromisso do Grupo Ageas Portugal com a Inclusão, Diversidade e Igualdade no acesso à Cultura. Juntos desde 2019, conseguimos reafirmar o compromisso de fortalecer o serviço público do acesso à Cultura, aproximando-a ainda mais das pessoas, transformando-se numa aliança baseada em valores partilhados"
É caso para dizer que, de facto, este tem sido um caminho recheado de pequenas vitórias. Com a verdadeira missão de valorizar a cultura em Portugal, esta relação entre as duas entidades tem dado frutos bastante importantes para que, aos poucos, a diferença possa acontecer.
Será então no dia 24 de Abril que mais um passo será dado e que ficaremos a conhecer a Revelação de 2024. Mais do que a simples entrega de um Prémio, este será o dia em que mais um jovem artista português poderá ver o seu trabalho reconhecido, impulsionando assim a vontade que terá de o continuar a fazer no futuro.
Promover a cultura e o talento é um dos pilares fundamentais da filosofia do Grupo Ageas Portugal, materializado em inúmeras iniciativas que dão origem a uma cultura mais acessível no nosso país.
CONTEÚDO COMERCIAL