Percursos pedestres
22 rotas (fáceis) para descobrir a pé o Centro de Portugal
Da montanha ao mar, com vistas de cortar a respiração e ar puro. Estes são alguns dos ingredientes que tornam a região Centro num destino incontornável para os amantes das caminhadas.
Andar na natureza é senti-la no seu estado mais puro. São os sons, os cheiros e as paisagens a perder de vista. Mas não só. No Centro de Portugal, há centenas de percursos pedestres para os amantes de caminhadas conhecerem, onde se cruzam histórias e lugares inusitados, num ambiente rústico imperdível.
Os meses de Primavera, com os seus dias mais longos e amenos, são a altura perfeita do ano para trilhar essas aventuras.
Se planeia passar por experiências diferentes, no Centro de Portugal não faltam opções. E não precisa de ser um profissional do pedestrianismo, uma vez que os iniciantes na modalidade também têm um leque variado de alternativas à escolha – como, aliás, a maioria das que estão incluídas neste roteiro de rotas pedestres.
Há percursos para todos os gostos. Desde os que são coloridos por detalhes de história aos que calcorreiam as tradições do nosso povo, passando pelas rotas destinadas aos amantes de birdwatching e pelas que são salpicadas pela brisa marítima. O truque é só um: colocar a mochila às costas e calçado confortável nos pés, respirar fundo e partir à descoberta.
Caminhadas com um toque de história
A Patada da Mula é uma rota de 7,6 quilómetros, em Penamacor, na Beira Baixa, cujo nome provém de uma gravura rupestre de podomorfos. Na mesma região, mas na Sertã, o Trilho do Zêzere, com sete quilómetros, faz-se ao longo de uma estrada romana.
História é também o que não falta no Trilho do Castro, em Ferreira do Zêzere, onde um percurso de 13 quilómetros nos apresenta património classificado (Capela de São Pedro Castro) e nos envolve numa zona florestal.
No Fundão, as figuras rupestres são chamarizes do Caminho do Xisto da Barroca - Rota das Gravuras Rupestres, onde vai descobrir também os encantadores recantos do rio Zêzere, vistos do alto da Senhora da Rocha ou ao nível do rio.
Já em Carregal do Sal, a Rota da Pinha e do Pinhão promete uma viagem onde a arqueologia é o foco das atenções, com passagem por monumentos pré-históricos.
Viagens às tradições de antigamente
Há uma aldeia abandonada para conhecer em Proença-a-Nova, através do Trilho de Praia da Fróia (aldeia da Pedreira), onde é possível caminhar entre as casas de pedra. A partir da ponte, também de pedra, é possível avistar-se um conjunto impressionante de azenhas e tulhas de xisto.
E é também no mesmo concelho que os caminhantes podem percorrer o Caminho do Xisto da Figueira e visitar o forno comunitário da Aldeia do Xisto da Figueira, que vale, por si só, a caminhada.
No Trilho de Praia da Fróia (Proença-a-Nova) pode visitar uma aldeia abandonada, a Pedreira, e as suas casas de pedra
A povoação de Almalaguês e o povoado de Torre de Bera, em Coimbra, partilham, em conjunto, a classificação como uma única “Aldeia de Portugal”. Conheça as suas tradições, na Rota da Torre Bera.
Em Almeida, o percurso PR1 Castelo Mendo desvenda a aldeia histórica com o mesmo nome e, em Pedrógão Grande, o Caminho dos Pesos nasceu com o objectivo de recordar o Porto do Barqueiro e a sua velha barca.
Sabia que...
PR18 CVL - Rota do "Saltipilha"
Covilhã
Percurso dos fora-da-lei
A Rota do “Saltipilha”, na Covilhã, guia os caminhantes pelos percursos outrora percorridos por ladrões de volfrâmio, no auge da Febre do Ouro Negro, quando estes entravam clandestinamente pelas chaminés de ventilação e fugiam, pelas veredas, à GNR e à Guarda Fiscal.
Descobrir o rico património natural
A Crista Quartzítica de Salvador, em Penamacor, um dos geosítios do Geopark Naturtejo, dá nome a uma rota de 5,5 quilómetros, perfeita também para amantes de paleontologia.
A Crista Quartzítica de Salvador é um dos dos geossítios do Geopark Naturtejo
Já na região de Coimbra, na Lousã, a imponência do arvoredo é a figura central do trilho “À Descoberta da Floresta”, com sete quilómetros, e do da Mata do Sobral, com uma extensão ligeiramente maior, onde a abundância de sobreiros capta a atenção. Mas há mais.
Faça o Caminho do Xisto, em Figueiró dos Vinhos, para conhecer as Fragas de São Simão, e a Rota das Cerejeiras, na Covilhã, num percurso de 8,4 quilómetros que permite apreciar as deslumbrantes cerejeiras em flor, ideal para visitar na altura da Primavera.
PR10 - Serra de Opa, Penamacor
PR10 - Serra de Opa, Penamacor
PR2 CRS - Rota dos Nascissus, Carregal do Sal
PR2 CRS - Rota dos Nascissus, Carregal do Sal
GR12 E7 - Caminho do Tejo, Constância
GR12 E7 - Caminho do Tejo, Constância
Para os amantes de birdwatching
Silêncio que se vai entrar nos refúgios das aves.
Vê-las e apreciá-las é possível fazendo três percursos pedestres na região de Coimbra, com distâncias entre os 1,9 e os 9,1 quilómetros.
A Rota do Arroz, em Soure, é uma viagem ímpar pelos campos de arroz, onde podem ser avistadas garças-reais, cegonhas-brancas ou colhereiros.
O trilho da Reserva Natural do Paul de Arzila, nos concelhos de Coimbra, Condeixa e Montemor-o-Velho, é refúgio, como o nome indica, de pauis, e integra a Rede Natura 2000 e está, também, classificada como Reserva Biogenética. Entre as várias espécies que se podem visitar na reserva, destacam-se a garça vermelha (símbolo da reserva), o pato-real (Anas platyrhynchos) e a cegonha-branca (Ciconia ciconia)
E a Rota Monumental das Aves de Montemor-o-Velho é território de mais de 125 espécies de aves.
Saiba mais sobre este tema no podcast “Aqui Entre Nós, o Centro de Portugal”:
Sabia que...
Caminhos de Santiago no Centro de Portugal
Espiritualidade e natureza
O Centro de Portugal conta com 217,5 quilómetros de Caminhos de Santiago, distribuídos por nove etapas que passam em vários concelhos, da Golegã a São João da Madeira.
Percursos com brisa marítima
Um passadiço de madeira com pouco mais de um quilómetro liga as praias da Costa Nova e da Barra, em Ílhavo, permitindo um passeio pelas dunas, sem nunca perder o mar de vista.
Passeie pelas dunas, pelos portos de pesca, sem nunca se afastar da fresca brisa do mar
E se é de caminhar junto à água que se trata, não pode faltar o Percurso do Porto de Pesca, que integra as Rotas da Nazaré. Através dele, é possível visitar a margem norte do rio Alcobaça, uma das zonas menos conhecidas do concelho.
“À Descoberta da Papôa” é, por outro lado, o trilho que percorre a Península da Papôa, em Peniche, numa extensão circular de três quilómetros.
Já em Torres Vedras, sustenha a respiração ao apreciar as imponentes arribas e as praias de areia dourada, na Rota do Atlântico.
Para quem se quer aventurar mais
Até aqui, as sugestões foram de trilhos com baixo grau de dificuldade. Mas e para quem se quer desafiar a ir por caminhos mais exigentes?
Comecemos por Vila Velha de Rodão, no Caminho do Xisto da Foz do Cobrão. Com uma dificuldade de grau 4, em 5, percorre as margens do rio Ocreza e conta com uma subida. Tem 11,3 quilómetros.
O percurso da Mata Nacional de Vale de Canas (Praia Fluvial de Palheiros – Zorro), Coimbra, tem 3,2 quilómetros, mas não deixa de ser desafiante. Passa pelo eucalipto mais alto da Europa e a dificuldade é de nível 3.
As colinas, a cidade e a várzea. A Rota do Almonda segue por todos esses locais de Torres Novas, ao longo de 23 quilómetros. Também extenso, com 50 quilómetros, é o percurso da Ecopista do Dão, entre Santa Comba Dão e Viseu.
A Grande Rota das Linhas de Torres, em Arruda dos Vinhos, leva-nos por caminhos outrora percorridos a cavalo, na 3.ª Invasão Francesa, ao longo de 11,36 quilómetros.
Por fim, em Gouveia, o convite é para a descoberta da Rota dos Galhardos, com 11 quilómetros de dificuldade média recheados de espaços geológicos, culturais e naturais.
PR1 - Rota dos Galhardos
Gouveia
Tipologia: Circular
Distância: 11 km
Duração: 4 horas
Dificuldade: Média
PR1 TNV - Rota do Almonda
Torres Novas
Tipologia: Linear
Distância: 23 km
Duração: 6h30min
Dificuldade: Médio
PR3 - Caminho do Xisto da Foz do Cobrão
Vila Velha de Ródão
Tipologia: Circular
Distância: 11,3 km
Duração: 4 horas
Dificuldade: 4 em 5
Agora que já viu as nossas sugestões, é altura de separar os seus sapatos mais confortáveis e preparar-se para viajar.
Venha caminhar e desfrute tranquilamente das paisagens encantadoras do Centro de Portugal. Vemo-nos nos trilhos?
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