A chegada do exército

Agosto 27-28 – Investida do Exército birmanês
A 27 chegam a Inn Din cerca de 80 soldados. De acordo com depoimentos de cinco habitantes, o comandante do exército terá pedido para estes se voluntariarem contra os Rohingya. Nos dias que se seguiram, soldados, paramilitares e budistas pegaram fogo às habitações da minoria Rohingya. As habitações budistas mantiveram-se intocadas. A 28, muçulmanos da aldeia mais a noroeste, precisamente a aldeia de onde provinham estas dez vítimas, refugiaram-se nas montanhas, de acordo com relatos de antigos habitantes que agora ocupam os campos de refugiados no Bangladesh.

As detenções

1 de Setembro – Dia das detenções
Sem acessos a mantimentos, centenas de Rohingya desceram das montanhas até à praia, incluindo os dez homens que viriam a ser assassinados, segundo familiares e vizinhos. O plano seria seguirem caminho até ao Bangladesh. É então que um grupo de soldados os leva para uma suposta reunião. Os dez homens são fotografados junto ao edifício da escola por volta das 17h. Formavam uma linha, ajoelhados e com as mãos atrás das cabeças. A maioria tinha sido despida até à cintura. De acordo com testemunhas budistas, foram depois levados para dentro da escola e foram-lhes fornecidas novas t-shirts e comida.

Os assassinatos

2 Setembro – Dia das mortes
Na manhã, os homens foram levados para fora do edifício da escola e fotografados num matagal perto de um cemitério budista. Três testemunhas que estariam dentro de um casinhoto confirmam terem visto os soldados levarem os homens cativos serra acima, em direcção ao sítio onde viriam a ser mortos. A 10 de Janeiro, uma comunicação do Exército birmanês anunciava que dez Rohingya tinham sido massacrados. O comunicado referia ainda que alguns tinham sido atacados por habitantes budistas armados com espadas e outros mortos a tiro pelos soldados.

E no mar português