home
logo logo
22 Dezembro 2024 - 15h15
pub
home

PRODUTOS
COLECÇÕES
COMUNIDADE
FORMATOS
INICIATIVAS
NÓS
 
PROVEDOR DO LEITOR DO PÚBLICO
 
Rui Araújo é o actual Provedor do Leitor
Tomou posse a 1 de Janeiro de 2006
 

(IN)CONFIDÊNCIAS E LAPSOS
Por Rui Araújo

Primeiro, um esclarecimento que considero necessário.

Muito boa a ideia deste Domingo, fazendo interagir os leitores!

Espero que o feedback não cause muito ruído nos interesses instalados... Espero que persista na útil e interessante direcção por que optou!, escreve Armando Assunção.

A crónica não passou despercebida, motivou uma sugestão…

Depois de ler o artigo da passada semana (sobre a profícua e peculiar correspondência dos leitores) pergunto-me: será que as pessoas sabem qual a função de um provedor do leitor?

E se aceita a minha modesta sugestão, num próximo artigo poderia deixar um pouco mais claro qual a função do provedor, e também a importância do mesmo. Seria especialmente útil para quem se debruça sobre os temas da comunicação…, propõe João Simão.

A modesta proposta é pertinente.

Os leitores continuam a enviar-me denúncias relacionadas com instituições ou empresas, ou simples (sic) desabafos do foro íntimo.

É a constatação de que muitos cidadãos ignoram a que porta bater, mas as mensagens devem ser dirigidas ao director do PÚBLICO. É isso que acontece nos outros países. Na tradição da grande imprensa europeia, os cidadãos dirigem as suas queixas e reflexões sobre as instituições e a administração pública aos directores dos jornais.

 

A MISSÃO DO PROVEDOR

1. Avaliar a pertinência das queixas, sugestões e críticas dos leitores, produzindo as recomendações internas que delas decorrerem;

2. Esclarecer os leitores sobre os métodos usados e os factos relevantes envolvendo a edição de notícias que suscitem perplexidade junto do público;

3. Investigar as condições que levaram à publicação de notícias ofensivas dos direitos dos leitores;

4. Transmitir aos leitores, à Redacção ou à Direcção do PÚBLICO a sua reflexão sobre eventuais desrespeitos pelas normas deontológicas que ocorram no jornal.

 

LAPSOS

Lamento que a direcção do PÚBLICO tenha optado por chamar para primeira página (no passado domingo) o Schumacher algures na Europa e na Fórmula 1, em vez de destacar a medalha de bronze nos campeonatos do mundo de uma portuguesa, a Naide Gomes.

Pergunto-me porquê.

Estará o projecto PÚBLICO tão fechado sobre si próprio, no seu mundozinho, esquecendo-se de abrir, de arejar e de informar sobre o que é essencial?

Achará o projecto PÚBLICO que os Campeonatos do Mundo não passam de uns campeonatos de província e a medalha de bronze uma cena qualquer, sem interesse?

Ou sofrerá o PÚBLICO do mesmo mal que sofre o país, que é valorizar o que ‘corre mal cá dentro’, desvalorizando sistematicamente o que corre bem e o que nos faz bem?

Ou sofrerá o PÚBLICO de um qualquer mal português, esse mais recente, de que desporto é futebol (ponto final)?

Não acredito muito, mas... todas as hipóteses são possíveis...

Será puro esquecimento? Grave para um projecto jornalístico.

Seria interessante, como leitora, perceber o que estará na base disto...

Até porque a coisa chega a roçar ‘a ofensa’ e o desprezo por anos de trabalho árduo para representar Portugal e ajudar a acabar com o ‘choradinho’ irritante de que Portugal nunca ganha medalhas.

O que torna a cena verdadeiramente insólita é a opção pelo Schumacher na primeira página... a propósito de quê?, escreve a leitora Delta Sousa e Silva.

Solicitei um esclarecimento a José Manuel Fernandes, o director do jornal.

“O leitor tem razão e a omissão da chamada de capa à medalha da Naide Gomes resultou de um lapso.

A meio da tarde chegou a ser considerada a hipótese de colocar mesmo uma fotografia na capa do jornal com a atleta portuguesa, mas depois fez-se a opção de publicar uma imagem da cerimónia com que o PS assinalou um ano de Governo. Com esta troca, acabou por ficar esquecida a chamada para o feito da atleta portuguesa.

De uma forma geral, o PÚBLICO procura dar destaque a todas as modalidades desportivas e não só ao futebol. Temos a escrever sobre atletismo em concreto aquele que considero ser o melhor especialista português, Luís Lopes. Ao contrário dos jornais desportivos, não ‘vivemos’ só de futebol e realizamos não só uma cobertura regular de modalidades mais populares e mais elitistas, como em períodos como os dos Jogos Olímpicos, damos por regra mais informação em mais páginas ao que aí se passa do que a imprensa desportiva.

Naquele dia a solução correcta devia ter sido a de incluir duas chamadas – a da Naide e da Fórmula 1 –, tal como, de resto, sucede na falsa capa interior que abre a área dedicada ao desporto nas edições de domingo e segunda-feira, aquelas em que, por regra, dedicamos mais espaço à informação desportiva”, respondeu o director.

A explicação é aceitável.

A proeza de Naide Gomes foi apesar de tudo noticiada com destaque no interior do jornal.

É importante sublinhar que não se pode, em nome do conceito de proximidade, realçar acontecimentos nacionais de somenos importância absoluta em detrimento de outros que são relevantes e mesmo determinantes para os portugueses no plano mundial.

Não tenho propriamente razões de queixa do PÚBLICO, mas angustia-me ver que não seja corrigida uma informação errada, que tem reflexos na disciplina que ensino: História.

Li, com muito interesse, o artigo ‘Homenagem tardia a uma mulher desassombrada’ (publicado no dia 26 de Fevereiro). Arajaryr Campos é a grande esquecida do ‘Caso Humberto Delgado’, um crime que ainda hoje é uma das acusações mais prementes ao regime salazarista.

O que, enquanto estudioso desse indesculpável crime e professor de História, me indignou foi a repetição de um erro que começa já a tornarse insuportável: o de que o General e Arajaryr foram mortos em Los Malos Pasos, próximo de Villanueva del Fresno. Este erro (pasme-se!) já chegou até a alguns livros de História!

Basta consultar um livro sério de História, ou os livros sobre o tema Delgado que têm saído, desde os relatos do julgamento dos assassinos até a livros da filha, Iva Delgado, passando pelos livros de Jiménez Redondo, espanhol, que consultou os arquivos judiciais espanhóis, para se saber, com provas documentais, que o General foi morto junto à Ribeira de Olivença, em Los Almerines, bem como a sua secretária (Arajaryr, naturalmente). Ao que parece, com talvez alguma ingenuidade, os seus assassinos, que se faziam passar por opositores a Salazar, convenceram Delgado, que era membro do Grupo dos Amigos de Olivença, que o início do derrube do Estado Novo poderia começar em Olivença, o que mais seduziu e convenceu Delgado de que eles representavam importantes sectores oposicionistas.

Depois de abaterem o General e a brasileira, os carrascos levaram os corpos, durante a noite, para Los Malos Pasos, e aí, sim, os enterraram, após os desfigurarem com ácido.

Penso que será importante repor a verdade dos factos, pois os erros, à força de se repetirem, como tem sido o caso, acabam por parecer- se com verdades, pede Carlos Eduardo da Cruz Luna, professor de Estremoz.

O leitor tem razão.

São José Almeida escreve que Humberto Delgado e a secretária foram assassinados “no lugar de Los Malos Pasos, perto da aldeia espanhola raiana de Vilanueva del Fresno”.

Segundo o livro “Uma Brasileira contra Salazar” (Livros Horizonte, pp. 102,103,104) os homicídios ocorreram “num local conhecido por Los Almerines”.

A Fundação Humberto Delgado (contactada pelo provedor) confirma esta informação.

É certamente um lapso da jornalista. A explicação poderá residir no facto de os corpos terem sido “levados para um local não muito longe, num carreiro chamado Los Malos Pasos, caminho de pastores e contrabandistas, perto da aldeia raiana de Villanueva del Fresno”.

O PÚBLICO erra, mas reconhece os erros.
 
ACTUAL PROVEDOR DOS LEITORES DO PÚBLICO
- Rui Araújo
Provedor do Leitor desde 1 de Janeiro de 2006
 
ANTERIORES PROVEDORES DOS LEITORES DO PÚBLICO

- Joaquim Furtado
Provedor do Leitor de 1 de Janeiro de 2004 a 1 de Dezembro de 2004

- Joaquim Fidalgo
Provedor do Leitor de 3 de Outubro de 1999 a 30 de Setembro de 2001

- Jorge Wemans
Provedor do Leitor de 23 de Fevereiro de 1997 a 1 de Março de 1998

 
The resource cannot be found.

Server Error in '/' Application.

The resource cannot be found.

Description: HTTP 404. The resource you are looking for (or one of its dependencies) could have been removed, had its name changed, or is temporarily unavailable.  Please review the following URL and make sure that it is spelled correctly.

Requested URL: /rightSide.aspx


Version Information: Microsoft .NET Framework Version:2.0.50727.8806; ASP.NET Version:2.0.50727.8762