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PROVEDOR DO LEITOR DO PÚBLICO
 
Rui Araújo é o actual Provedor do Leitor
Tomou posse a 1 de Janeiro de 2006
 

COMPETÊNCIA E INDEPENDÊNCIA
Por Rui Araújo

INFORMAÇÃO E PUBLICIDADE

Pedro Costa Lobo escreveu ao Provedor por causa de uma notícia sobre o fim das declarações anuais de IRS apresentada no PUBLICO.PT que terminava com a peculiar menção: “Saiba tudo, amanhã, na edição do PÚBLICO”.

“Como já falou da confusão entre informação e publicidade, gostava de saber o que pensa desta notícia (?)”, pergunta o leitor.

O Provedor pediu um esclarecimento ao director do PUBLICO.PT. “

É perfeitamente lícito remeter um artigo para outro, quer na edição impressa quer na edição online.

É perfeitamente lícito publicar num serviço gratuito apenas um resumo ou uma parte de uma notícia ou de uma entrevista cuja versão integral se disponibiliza num serviço pago.

Como é lícito promover em anúncios (num jornal ou num site) um artigo que vai ser publicado no dia seguinte.

O que não é lícito é misturar as duas coisas num texto que é apresentado e se pretende que seja exclusivamente uma notícia.

Existe na menção “Saiba tudo, amanhã, na edição do PÚBLICO” uma intenção promocional e mesmo um convite à compra que não é compatível com o conteúdo de uma notícia.

A menção pode ser feita, mas num espaço claramente promocional. Tratou-se de um erro, do qual pedimos desculpa aos leitores e que tentaremos que não se repita”, respondeu José Vítor Malheiros.

O Provedor concorda com a posição assumida pelo responsável do PUBLICO.PT. E sublinha com agrado que o texto em causa foi posteriormente alterado a pedido de José Vítor Malheiros.

A pergunta do leitor Pedro Costa Lobo era pertinente e teve repercussões.

O PÚBLICO errou, mas apressou-se a corrigir o erro.

DESINFORMAÇÃO

Um leitor (do Reino Unido?) colocou ao Provedor “duas questões que entroncam na mesma interrogação”: “Que direitos tem o leitor ao adquirir um jornal impresso?”

Comecemos pela primeira questão: a da “desinformação”. “

Efectivamente a leitura da edição de hoje, 24 de Janeiro 2006, leva-me a indagar se o leitor que paga pelo jornal poderá exigir rigor na informação prestada?

Exemplo: Na página 23, secção Sociedade-Flashes, surge a notícia sob o título ‘Inglaterra Aborto só com autorização dos pais’.

Esta notícia é um exemplo flagrante de desinformação.

É difícil entender como se pode noticiar exactamente o inverso do que aconteceu, mas certamente alguma explicação existirá”, pergunta o leitor.

Franklin Oliveira também contestou por e-mail o teor da mesma notícia.

“Venho por este meio manifestar a minha incompreensão, dúvida entre outras coisas que me ocorrem a propósito.

De facto, a notícia veiculada em meios de comunicação ingleses é precisamente a inversa da que V. divulgam na V. publicação.

Concretizando, a BBC dizia ainda ontem que a Sra. que motivou o processo agora decidido em tribunal tinha ficado decepcionada pelo facto de não lhe caber a decisão e não ter sequer o direito a ser informada das opções que fossem aconselhadas à filha pelos organismos competentes do Estado.

Decorre da decisão do tribunal que a filha, mesmo menor, tem direito à reserva da sua privacidade e a ser protegida de opções que familiares poderiam tomar e eventualmente ser lesivos do seu melhor interesse.

A questão é que V. deram a notícia exactamente ao contrário e isso é estranho, em muitos aspectos, como pode imaginar”, constata o leitor.

O Provedor indagou a veracidade dos factos.

O aborto para menores de 16 anos na Grã-Bretanha não requer a autorização dos pais, ao contrário do que escreveu o PÚBLICO.

Pedi explicações ao responsável da secção Sociedade. “A informação chegou ao jornal via (agência noticiosa) Reuters e, lamentavelmente, o jornalista que a traduziu cometeu um erro e ‘mudou’ o sentido da decisão do tribunal britânico.

O texto não foi revisto pelo editor que o tinha pedido, mas sim por outro, que não tinha conhecimento do teor da notícia original, pelo que não descortinou o erro de tradução.

Na sua edição do dia seguinte o PÚ- BLICO fez uma rectificação, na coluna de abertura da secção Sociedade, onde o trabalho fora publicado na véspera”, retorquiu Luís Francisco.

O PÚBLICO errou, mas rectificou a seguir.


MAIS ERROS

“Venho apenas manifestar a minha indignação perante um pequeno texto publicado na última página do caderno ‘Local Centro’ da edição da passada 3ª feira, dia 31 de Janeiro.

Pretendia o referido texto divulgar uma exposição que assinala a celebração do bicentenário do nascimento de Hans Christian Andersen, a ter lugar em Castelo Branco. Mas o nome do célebre escritor e artista é escrito de forma errada ao longo de todo o texto (Anderson), num total de cinco vezes, desde o título à ficha da exposição.

Não se trata por isso de uma gralha ou sequer de um problema de revisão de texto mas sim, e quando está em causa uma personalidade tão célebre e mundialmente celebrada, de manifesta falta de cultura do autor de tais linhas.

A homenagem que nunca é demais fazer, como referia o título, ficou ‘manchada’...”, escreve Patrícia da Costa Ferreira.

A leitora tem toda a razão.

De acordo com José Augusto Moreira, editor do caderno “Local Centro”, “os erros não se justificam. Reconhecem- se e humildemente procura-se que não se repitam.

Neste caso, constata-se, agora, que a grafia errada usada pela autora se repetiu ao longo de todo o texto, um erro que, lamentavelmente, não foi detectado, quer pelo editor quer na revisão. Talvez pela coerência...

Resta, portanto, pedir desculpas aos leitores e agradecer a atenção da leitora.”

O editor reconhece (sem subterfúgios) o erro e explica como ocorreu. É o importante. A legitimidade do PÚBLICO cimenta-se também desta forma, dia após dia.

A qualidade do português praticado no PÚBLICO suscitou igualmente algumas imprecações.

Jorge Vieira, por exemplo, apela a “um maior cuidado na redacção e publicação de notícias” antes de citar um parágrafo (Última Hora) repleto de erros.

“(...) A fraticida pelo luta poder a que se assiste no interior do partido desde a morte de Yasser Arafat e a corrupção que grassa nas instituições desde sempre demoninadas pela Fatah são as principais razões que levam os eleitores a apostar nos integristas, em detrimento da formação secular...”

As gralhas e os erros sucedem-se. E as perguntas dos leitores não se assemelham, necessariamente.

“Poderá (o leitor) exigir que os artigos sejam escritos em português correcto?

A quantidade de erros (e não gralhas) que existem nos artigos tem nestes últimos anos aumentado ao ponto de me levar a crer que no PÚBLICO já não existam revisores. Atente-se por exemplo no segundo parágrafo do artigo assinado por Anabela Campos na página 33. Começa assim: ‘Testemunha defesa, João Martins...’

Em meu entender esta atitude descuidada perante a escrita resulta, na prática, no que noutras circunstâncias seria considerado um produto com defeito e passível de troca por outro ou na impossibilidade de troca por restituição do valor pago.

Se leitores se dirigissem ao PÚBLICO para proceder a devolução do ‘produto com defeito’ com base neste argumento qual seria em seu entender a atitude a tomar pelos responsáveis da publicação?”, indaga o leitor (do Reino Unido?).

José Manuel Fernandes, director do PÚBLICO, responde que “o sistema antigo de produção de jornais incluía escrita pelo jornalista, edição pelo editor, fotocomposição e revisão. A informatização eliminou a composição e a revisão. Em contrapartida jornais como o PÚBLICO têm desks que revêem e podem também melhorar os textos, mas só de uma pequena parte de tudo o que é produzido.

O princípio é o texto ser lido pelo editor ou substituto, sendo uma das suas funções corrigir as gralhas. Os dicionários e correctores associados aos programas de texto e de paginação também ajudam, mas não são perfeitos.

Com menos passos de revisão e um processo de produção mais intenso (mais páginas, mais textos, menos tempo) a probabilidade de gralhas aumenta apesar de todos os cuidados.

Mesmo assim o objectivo que perseguimos é o de ‘zero gralhas’, mesmo sabendo que isso é muito difícil.

Um jornal com gralhas é, naturalmente, um jornal defeituoso, mas como se trata de um produto de vida curta (24horas) não é razoável a substituição, mas o esforço de fazer melhor no dia seguinte.

Quando se trata de produtos mais duráveis (livros, cd), a política do jornal tem sido substituir os exemplares defeituosos.”

É uma explicação aceitável.

Mas a imprensa tem uma responsabilidade acrescida no que respeita à língua. Em matéria de “deixa andar” linguístico já basta as televisões que temos.


PAPEL

O leitor Quadro Flores pede a interferência do Provedor “no sentido de ser melhorada a qualidade do papel em que é impresso o PÚBLICO; apresentase não só de cor amarelada como, principalmente, com vincos que impedem a leitura de uma ou duas linhas”.

De facto, o papel “amarelado” em que é impresso o jornal apresenta, por vezes, vincos que podem dificultar a leitura dos textos.

Solicitei explicações ao director do PÚBLICO.

“A qualidade do papel sofre por vezes flutuações em função do respectivo fornecedor, sucedendo também que alguns dos problemas citados derivam de problemas de impressão que, para serem superados, implicam um investimento elevado dos nossos fornecedores. Esses investimentos, porém, já estão em curso”, respondeu José Manuel Fernandes.

Os esclarecimentos estão dados.

DETURPAÇÃO

“Na notícia (publicada a 31 de Janeiro) sobre uma manifestação de comerciantes da comunidade cigana em Beja, o Jornalista Carlos Dias optou por colocar um título, sobre o qual existe uma mera referência no texto. Isto é, uma manifestação (algo que foi organizado em comum e discutido em comum por várias pessoas) transformou-se em algo contra o comércio chinês porque apenas uma pessoa o disse durante a manifestação. Acho que esta ‘deturpação’ dos factos gravíssima, porque lendo apenas o título dá-nos a ideia de que há uma comunidade contra a outra, algo que é falso, na medida em que o jornalista pegou na afirmação de uma pessoa e transformou-a na razão da manifestação. Penso que a notícia está bem relatada, só não percebo a clara intenção de transmitir uma imagem através do título que não é real”, escreve a leitora Ana Cruz.

O título em causa é “Ambulantes de Beja queixam-se do comércio chinês”.

O Provedor colocou a questão ao autor da reportagem. “

O título foi da responsabilidade da redacção em Lisboa. O que escolhi para a peça dizia: ‘ Comerciantes de etnia cigana contra mercado quinzenal em Beja’.

A manifestação/concentração de elementos da etnia cigana, não foi suscitada por uma movimentação contra a comunidade chinesa, conforme se pode aferir do conteúdo da notícia.

Limitei-me a transcrever um pormenor de reportagem, partindo de uma constatação, ou seja: o comentário do vendedor ambulante, não é uma posição isolada. Retrata, afinal, uma reserva que é extensível aos comerciantes não ciganos, que encaram o comércio chinês com indisfarçável incomodidade”, comunicou Carlos Dias.

1 – O título “Ambulantes de Beja queixam-se do comércio chinês” é incorrecto.

Nada na reportagem (à excepção de um testemunho) permite chegar a tal conclusão.

E o próprio repórter reconhece que a manifestação “não foi suscitada por uma movimentação contra a comunidade chinesa”.

Os jornalistas do PÚBLICO propõem os títulos, mas a realidade é (como sempre) mais ambígua.

Há casos em que é necessário alterar os títulos por razões meramente técnicas (paginação), mas isso não pode desvirtuar o sentido dos textos. E foi isso que sucedeu.

2 – A explicação do jornalista (segundo o qual “o comentário do vendedor ambulante, não é uma posição isolada. Retrata, afinal, uma reserva que é extensível aos comerciantes não ciganos, que encaram o comércio chinês com indisfarçável incomodidade”) não está no texto da reportagem. E devia estar porque é um elemento importante da notícia.

O repórter e a chefia erraram.

Só os maus jornais não têm derrapagens editoriais.

 
ACTUAL PROVEDOR DOS LEITORES DO PÚBLICO
- Rui Araújo
Provedor do Leitor desde 1 de Janeiro de 2006
 
ANTERIORES PROVEDORES DOS LEITORES DO PÚBLICO

- Joaquim Furtado
Provedor do Leitor de 1 de Janeiro de 2004 a 1 de Dezembro de 2004

- Joaquim Fidalgo
Provedor do Leitor de 3 de Outubro de 1999 a 30 de Setembro de 2001

- Jorge Wemans
Provedor do Leitor de 23 de Fevereiro de 1997 a 1 de Março de 1998

 
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