Diário de um Killer Sentimental”,
de Luis Sepúlveda
Publicado em 1996, o livro do escritor chileno
narra a história de um competente assassino, que quebra
algumas normas essenciais da sua actividade.
Luis Sepúlveda regressa ao estilo
policial com este "Diário de Um Killer Sentimental",
uma espécie de registo de pensamentos e diálogos
de um assassino profissional que pretende executar um serviço.
Este "killer" é um mercenário, que
cobra caro por ser um "topo de gama", um dos mais
eficazes do ramo.
Chegado a Madrid, onde irá receber as
primeiras instruções respeitantes à "encomenda",
o "profissional" (que não tem nome) vê-se
rejeitado pela sua companheira, uma "gata" francesa
de tenra idade e contornos bem delineados (e também
sem nome), que decide ficar no México com o seu novo
amor, em vez de voltar para junto do "killer".
Quanto às instruções acerca
da sua vítima, também não são
particularmente felizes: a fotografia do alvo a abater desperta
no assassino uma inexplicável curiosidade — um
mau presságio, prenúncio de tragédia.
Por esta altura, o "profissional"
quebrara já duas regras elementares da sua actividade:
nunca deixar-se envolver com a "encomenda" e nunca
deixar-se envolver com uma mulher — e muito menos deixar-se
abalar por isso.
Segundo a personagem principal, um profissional
vive sozinho. "Para aliviar o corpo, o mundo oferece-lhe
uma enorme quantidade de putas." Quebradas estas duas
regras básicas, a sua eficácia será inevitavelmente
em risco.
A perseguição à vítima
— que é feita com todo o requinte e sofisticação,
utilizando pontos de contacto e batedores, hotéis de
cinco estrelas e pagamentos chorudos — percorre várias
cidades europeias mas só termina... no México.
O "killer", que então de uma
extraordinária competência, vai cometendo deslizes
e desgastando a paciência de quem lhe paga — uma
entidade, que se mantém secreta e que não retira
o trabalho ao "profissional" por consideração
pelo seu historial. Porém, fica decidido que este será
o seu último serviço. Conformado com a decisão,
o "killer" decide que a sua última vítima
será executada de um modo especial. Mas nem lhe passa
pela cabeça o quão especial será... |