| Tiragem de 100 mil exemplares"Paula", de Isabel Allende
 Por Marisa Torres da Silva
 A Colecção Mil Folhas não 
                    foi de férias e prossegue com o seu 12º título, 
                    um romance da escritora chilena Isabel Allende O carácter trágico e autobiográfico 
                    da obra "Paula", de Isabel Allende, publicada em 
                    1994, (co)moveu leitores à volta do globo. Com efeito, 
                    a adesão ao romance foi tal que a escritora recebeu 
                    inúmeras cartas de solidariedade provenientes de diversas 
                    partes do mundo, que compilou num livro, em 1997. Tudo isto 
                    porque "Paula" aborda a doença que viria 
                    a vitimar a filha da autora chilena, em 1992. Uma obra que 
                    escreveu para "não ficar louca".  Ouve, Paula, vou contar-te uma história 
                    para que, quando acordares, não te sintas perdida", 
                    começa assim Isabel Allende. A escritora, face ao estado 
                    comatoso da sua filha Paula, dirige-lhe esta espécie 
                    de documento autobiográfico, percorrendo o passado 
                    da sua família, as histórias, os amores, as 
                    personagens, ao mesmo tempo que vão emergindo dessa 
                    narrativa as emoções doloridas do presente. 
                   O livro divide-se em duas partes, a primeira 
                    redigida em Madrid, nas horas passadas nos corredores do hospital 
                    e no quarto de hotel onde Allende viveu durante meses, e a 
                    segunda produzida entre o Verão e o Outono de 1992, 
                    na casa da autora na Califórnia, à cabeceira 
                    da cama da sua filha. "Enquanto escrevia a minha filha 
                    continuava viva, por isso demorei tanto tempo a escrever este 
                    livro, para prolongar a sua presença junto de mim", 
                    afirmou posteriormente Isabel Allende.  "Paula" surge na linha de continuidade 
                    em relação ao estilo de escrita de Allende, 
                    marcado não só pelas influências do realismo 
                    mágico característico da literatura latino-americana, 
                    mas também pela intensidade da sua narrativa, sempre 
                    carregada de experiências e personagens incomuns, bizarras 
                    até, à margem de toda e qualquer convenção 
                    social. Mas "Paula", dado o seu carácter 
                    intimista, em forma de diário, narrado ao lado da sua 
                    filha, uma doente clinicamente privada de consciência, 
                    estabelece também uma nova etapa na carreira literária 
                    de Isabel Allende, distanciando-se de certa forma de obras 
                    anteriores como "A Casa dos Espíritos", "De 
                    Amor e de Sombra" ou "Plano Infinito". 
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