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Hector
Berlioz
Um
Romântico por Excelência
Foi com paixão e ímpeto criativo que o compositor francês Hector Berlioz
viveu e escreveu as suas obras. Como outros músicos, o reconhecimento
chegou tarde demais, mas a sua obra ainda hoje pode ser admirada.
“A minha vida é um romance”, escreve Hector Berlioz
nas suas memórias. Imaginativo e apaixonado, é um dos maiores
representantes
do romantismo em França. Compôs a Sinfonia Fantástica,
que é apresentada no volume 23
da Colecção Royal Philharmonic, em homenagem ao seu amor
pela actriz Harriet Smithson.
Natural de La Côte-Saint-André, Berlioz deu os seus primeiros
passos na música através da flauta
e da guitarra, e, antes de ir para Paris estudar medicina (influenciado
pelo pai), já tinha composto
dois quintetos para flauta e cordas.
Mas foi na capital francesa que a sua vida se transformou. Tornou-se amante
de ópera e, em
1822, começou a sua aprendizagem musical, abandonando as ciências
médicas. Entrou para o Conservatório em 1826 e, enquanto
estudava,
compunha insaciavelmente.
Durante os seus primeiros anos em Paris, viu Harriet Smithson pela primeira
vez numa representação de Hamlet, no teatro
Odèon (Paris), e de imediato se apaixonou. Foi a sua inspiração
para a Sinfonia Fantástica, obra que, nas palavras do músico,
nasceu a partir da ideia de “uma composição instrumental
imensa”. Tinha 26 anos e era um romântico incurável.
Em 1830, ganhou o Prémio Roma, atribuído pelo Conservatório,
com a cantata A Última Noite de
Sardanapalus. Foi a quarta vez que concorreu e, apesar de ao mesmo tempo
estar a escrever
a Sinfonia Fantástica, decidiu apresentar uma obra menos ousada.
Com a bolsa do prémio,
permaneceu durante um ano em Itália e, após o seu regresso
a França, compôs algumas das suas
principais obras.
Casou-se com Harriet Smithson em 1833, mas rapidamente percebeu que a
sua musa era diferente do que idealizara. Durante esta década,
escreveu a sinfonia Harold em Itália, a ópera Benvenuto
Cellini e o seu Requiem. Na sua intensa vida social, relacionavase com
artistas como Dumas, Chopin e Listz (que conheceu no dia anterior à
estreia de a Sinfonia Fantástica, em Dezembro de 1830) e produzia
ainda artigos de crítica musical.
Entre o êxito e o insucesso
Uma das grandes paixões de Berlioz era Shakespeare (uma espécie
de herança paterna, a par de outros clássicos). O seu fascínio
pelo dramaturgo inglês tornou-o num dos primeiros compositores a
utilizar o argumento shakespeariano
na música, nomeadamente em Romeu e Julieta (1839). Na sua estreia,
o escritor Honoré de Balzac
confidenciava ao músico que a “sala de concertos parecia
um verdadeiro cérebro, tal era a quantidade
de notáveis inteligentes de Paris que ali havia”.
Depois do sucesso de Romeu e Julieta, iniciou uma viagem pela Europa e
ao seu lado encontravase
não Harriet, mas a cantora Maria Recio. O primeiro casamento de
Berlioz tinha chegado ao fim, mas só voltaria a casar-se depois
da morte de Harriet. As estreias internacionais trouxeram-lhe reconhecimento
mas, quando volta a França, não consegue recuperar o êxito
anterior. Em 1944, compôs o Carnaval Romano, também presente
no volume lançado amanhã (28 de Março de 2005), e
as suas principais influências foram a luz e alegria
que encontrou quando esteve a estudar em Itália.
Só a partir de 1855, com a oratória A Infância de
Cristo, é que pode voltar a percorrer a Europa. Entre 1856 e 1858
dedicou-se àquela que seria a sua obra-prima, Os Troianos. Mas
quando a terminou, constatou que era uma ópera demasiado grande
para um só espectáculo. Para estreá-la, teve de ser
dividida em duas partes: A Tomada de Tróia e Os Troianos em Cartago.
Mas a representação de apenas uma não era fiel à
intenção do autor e acabou por ser
um insucesso. As verdadeiras honras chegaram depois e já era demasiado
tarde para Berlioz, que
estava doente e acabou por morrer
em 1869.
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PRÓXIMO
COMPOSITOR |
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Wolfgang
Amadeus Mozart
É um nome incontestável na história da música.
Wolfgang Amadeus Mozart nasceu em 1756 na cidade austríaca
de Salzburgo e tinha apenas cinco anos quando escreveu as suas primeiras
composições.
Filho de Leopold Mozart, violinista na corte de Salzburgo, Mozart
teve uma infância invulgar. Apercebendo-se do talento do filho,
Leopold começou a dar-lhe aulase tornou-se muito exigente,
organizando concertos para a apresentação do jovem
Mozart em algumas das mais eminentes capitais da Europa, como é
o caso de Munique, Genebra ou Paris. Em 1781, com 25 anos, Mozart
instala-se em Viena e ocupa
o seu tempo com a produção de sinfonias
ou actuações com piano e orquestra, que
lhe valem os aplausos da crítica. A música de câmara
e a ópera são géneros muito cultivados pelo
compositor, que assinou
verdadeiras obras primas, de que são
exemplo As Bodas de Figaro, A Flauta Mágica ou Requiem. A
amizade com músicos
como Michael Haydn por exemplo, exerce um grande fascínio
sobre o jovem
Mozart. Outra das suas claras influências
foi Johann Sebastian Bach, que determina
uma mudança importante nas composições dos
seus últimos anos. Em Mozart tudo era
genial: a sua facilidade para a música, o
seu extraordinário ouvido, a sua inesgotável imaginação.
No fi nal da sua vida, pode mesmo dizer-se que foi responsável
por revolucionar a música do classicismo vienense e inaugurar
o movimento romântico.
Ao todo, escreveu mais de 500 obras. Morreu em 1791, em Viena, na
mais completa miséria.
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