Felix Mendelssohn

Superdotado, Incansável e Formal.
Reconhecido pelo seu domínio perfeito dos recursos orquestrais,
Mendelssohn foi maestro da conceituada Orquestra de Leipzig.
Compôs diversas sinfonias, obras para piano e quartetos
A obra sinfónica de Felix Mendelssohn é composta por cinco sinfonias para grande orquestra e doze para orquestra de cordas. Com uma qualidade melódica irrepreensível, o músico alemão conquistou os aplausos do público e da crítica, que, por vezes, só lamentava que fosse demasiado "formal". Além das sinfonias, Mendelssohn também escreveu inúmeras obras para piano, quartetos e lieds, chegando mesmo a ser nomeado para dirigir várias orquestras, entre elas a de Dusseldorf e de Leipzig. Esta semana, a Colecção Royal Philarmonic do PÚBLICO dedica-lhe dois volumes.

Quando em 1833 estreou em Londres a Sinfonia Nº 4 em Lá Maior, Op. 90, Italiana (uma das obras presentes na edição de manhã), Mendelssohn tinha apenas 24 anos, mas o seu talento era já conhecido em toda a Europa. Precoce, Mendelssohn foi um compositor superdotado e prolífico. Nasceu em 1809, em Hamburgo, na Alemanha. Filho de uma família judia que se dedicava ao comércio, nunca teve dificuldades económicas, o que lhe permitiu viajar por todo o mundo, estudar o que quisesse ou dedicar-se a diversas artes. Aos sete anos, dada a disposição fora do vulgar para a música, o pai decidiu que a família se devia mudar para Paris. Maria Bigot, uma das intérpretes favoritas de Beethoven, é então escolhida para professora de Mendelssohn e da sua irmã, Fanny, que acabaria por se tornar uma grande pianista. Tão prolífico como Liszt Mais tarde, de regresso a Berlim, a educação de Mendelssohn ficou a cargo de Henning e Rietz para o violino, Berger para o piano e Zelter para a composição e harmonia. Em 1821, conheceu Weber, de quem herdou a revolta e a fantasia do romantismo. Ainda no mesmo ano, também lhe foi apresentado Goethe, a quem ficou a dever a sua disciplina e dedicação ao trabalho. Para muitos, aliás, a sua actividade e produção é incansável, podendo apenas comparar-se à do mestre húngaro, Liszt. As primeiras composições de Mendelssohn datam de 1820 e são muito influenciadas pela música de Mozart e pela escrita de Shakespeare. Aos 15 anos, compôs a abertura para Sonho de Uma Noite de Verão, apresentada ao público pela primeira vez em 1827, na cidade de Settin. Por motivos de doença, Mendelssohn viu-se impossibilitado de dirigir algumas das suas composições. Morreu em 1847, em Leipzig.




 

 

 

PRÓXIMO COMPOSITOR

Beethoven e Schubert

Em 1770, nasceu em Bona, na Alemanha, Ludwig van Beethoven, um compositor e pianista genial que transformou cada forma musical que trabalhou. Membro de uma família burguesa, desde cedo teve uma educação musical e, entre os seus primeiros professores, o mais importante foi Christian Gottlob Neefe. Em 1792, instalou-se em Viena, na Áustria, onde teve como mestre Haydn. Seis anos depois, descobriu que ia ficar totalmente surdo. Durante vinte anos, Beethoven sofreu angustiado e, apesar de acreditar que a morte estava próxima, conseguiu lutar contra a doença. Em 1827, morreu em Viena e mais de 10 mil pessoas assistiram ao seu funeral. Entre elas, estava Franz Schubert, que levou uma das tochas que iluminaram a última viagem de Beethoven. Natural de Viena, Schubert nasceu a 31 de Janeiro de 1797 e, aos 10 anos, foi admitido na escola da Capela Imperial e Real de Viena. O pai queria que fosse professor, mas Schubert não desistiu de compor, mesmo que aparentemente seguisse a vontade paternal. Em 1813, escreveu a sua primeira sinfonia.