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Gustav
Mahler
Um
Compositor de Extravagâncias.
Incompreendido enquanto compositor, Gustav Mahler apenas conheceu o êxito
como maestro. O seu génio foi aplaudido em Praga, Viena e Nova Iorque.
Em 1894, Gustav Mahler surpreendeu o público e a crítica
com a estreia da peça Sinfonia Nº 1 em Ré Maior, Titã no importante Festival
de Weimar, na Alemanha. Apelidada de "estéril" e de "uma monstruosa extravagância",
a obra era hostilizada e o maestro e compositor sofria as consequências
da sua ruptura com o academismo dominante na música clássica. Hoje, no
entanto, esta sinfonia é considerada uma das mais completas e exemplares
obras alguma vez escritas. Hoje ( 07-03-2005), pode conhecê-la com o volume
17, dedicado a Gustav Mahler, da Colecção Royal Philharmonic do PÚBLICO.
Mahler, que nasceu em 1860, em Kalischt,
uma pequena cidade da Boémia, fez em 1885 os primeiros esboços
da Sinfonia Nº 1 em Ré Maior, Titã. Quatro anos mais
tarde, a obra era apresentada pela primeira vez ao público em Budapeste.
Um jornalista descreveu-a assim: o primeiro andamento é como “os
movimentos da
Primavera”, o segundo parece “uma serenata”, o terceiro
é “um cortejo nupcial, que expressa uma alegria e felicidade
sem limites”, o quarto “uma marcha fúnebre” e
o final descreve um “herói caído”, que depois
“se levanta, canta uma serenata e mostra-se triunfante”.
Nos anos seguintes, a obra foi reescrita por diversas vezes, somando críticas
por parte dos músicos e críticos mais conservadores. Houve,
no entanto, quem reconhecesse o génio deste músico, que
embora muito admirado pela sua capacidade
de orquestração nunca alcançou o merecido
reconhecimento como compositor. O prestigiado maestro Bruno Walter, que
foi aluno de Mahler, dizia sobre ele: “Pensava que este génio
não existia (...) Mahler era uma mistura de anjo e demónio.”
Uma porta para a música do século XX
Admirador de Wagner, Mozart e Bach, Mahler
foi uma figura de destaque da cultura vienense
e fez a ponte entre a música do século XIX e XX. Quando
jovem e após terminar o liceu, ingressou no Conservatório
de Praga e teve aulas de piano com Julius Epstein e de composição
com Franz Kreen. Uma vez concluídos os estudos, Mahler começou
a
escrever as suas primeiras composições.
Contudo, o fracasso de uma das suas obras,
A Canção Plangente, levou-o a preferir a carreira
de maestro em vez da de compositor.
Em 1908, atravessou o Atlântico e começou a
trabalhar na Metropolitan Opera House, em Nova Iorque. Mais tarde, acabou
por regressar à Europa e tornar-se o maestro – e a alma –
da Orquestra Filarmónica de Viena. Se não fosse a sua extraordinária
capacidade de trabalho, não teria tido tempo para escrever as suas
próprias composições. O maestro e compositor Pierre
Boulez diz sobre Mahler: “Inovou e desafiou as formas clássicas
de uma forma autêntica (...), ninguém as pode destruir ou
apagar da memória colectiva dos povos, da Humanidade.” Morreu
em 1911, na capital austríaca.
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PRÓXIMO
COMPOSITOR |
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GIOACHINO
ROSSINI
Após 1829, Gioachino Rossini deixou de compor ópera, género em
que se tornou famoso, apesar de também se ter dedicado a escrever
cantatas, hinos para coro, missas, sinfonias e outras obras. Filho
de músicos, nasceu em Itália e aos 12 anos escreveu a sua primeira
das Sonatas a Quatro, revelando ser um génio precose com uma estranha
personalidade. Aos 36 anos o compositor já tinha craido 40 óperas,
mas isso não o impediu de decidir abandonar profissionalmente a
música. Em 1868, Rossini morria com 76 anos na sua casa de Verão
em Passy, França. A alegria dos últimos anos foram as inúmeras visitas
que recebia de músicos como Aubert, Meyerbeer, Wagner, Verdi ou
Liszt, além de políticos, escritores e outros artistas. A sua obra-prima
foi O Barbeiro de Sevilha, cuja estreia em 1816 lhe permitiu conquistar
a Europa, depois de Itália se ter rendido à sua produção frenética
- entre 1810 e 1814 compôs catorze óperas.
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