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Gustav
Mahler
O
Maestro e a Alma de Viena
Nasceu na Boémia, tocou em Praga, Nova Iorque e Viena. Mas
foi na capital austríaca que viu o seu talento como maestro ser reconhecido.
Hoje, Gustav Mahler é também lembrado como um grande compositor.
Figura de destaque da cultura vienense,
Gustav Mahler fez a ponte entre a música dos
séculos XIX e XX. Maestro muito admirado
pela sua capacidade de orquestração, nunca
alcançou o reconhecimento merecido enquanto
compositor. Ironia das ironias, agora são
sobretudo as suas sinfonias que agradam aos
críticos e à generalidade do público. Várias
são, por isso, as razões para conhecer o génio
e a obra deste músico, a quem a Colecção
Royal Philharmonic do PÚBLICO dedica os
volumes 16 e 17.
Mahler nasceu em 1860, em Kalischt, uma
pequena cidade da Boémia. Apesar de uma
infância atribulada — os pais estavam sempre
a discutir —, foi uma criança alegre e curiosa.
A casa onde morava ficava perto de um quartel
e Mahler entretinha-se a ouvir as músicas
militares que lá se tocavam ou a assistir aos
desfiles da banda do quartel.
Após terminar o liceu, ingressou no Conservatório
de Praga e começou a ter aulas de
piano com Julius Epstein e de composição com Franz Kreen.
Uma vez concluídos os estudos,
Mahler deu aulas de Música como forma de
sustento. Ao mesmo tempo, começou a escrever
as primeiras composições. Contudo,
o fracasso de uma das suas obras, A Canção
Plangente, levou-o a preferir a carreira de maestro
em vez da de compositor. Em Münden,
na Alemanha, a direcção da Sinfonia Nº 9 de
Beethoven e de Paulus de Mendelssohn foi
um êxito e fez com que o seu antigo mestre,
Epstein, o tenha convidado para director do
Teatro da Ópera de Praga. Mais tarde, em 1908
atravessou o Atlântico e começou a trabalhar
na Metropolitan Opera House, em Nova Iorque.
Com um génio difícil e nem sempre bem
aceite, acabou por regressar à Europa e tornar-
se o maestro mais amado da Orquestra
Filarmónica de Viena.
Uma obra verdadeira
Admirador de Wagner, Mozart e Bach, o pensamento musical de Mahler rompeu
com os modelos tradicionais: a orquestra aumentou de dimensão,
as composições sinfónicas passaram a ter uma maior
duração. O maestro e compositor Pierre Boulez diz sobre
Mahler: “Inovou e desafiou as formas clássicas de uma forma
autêntica (...). Se as obras são válidas, ninguém
as pode destruir
ou apagar da memória colectiva dos povos,
da Humanidade.”
Sinfonia Nº 5 em Dó Sustenido Menor é uma
dessas obras. Escrita entre 1901 e 1902, Mahler
considerou-a “completamente diferente” de tudo o que até
então escrevera. A sinfonia é dedicada à sua bela
e insinuante mulher, Alma Schindler, com quem se casara recentemente.
Esta é, por isso, uma oportunidade única para
desvendar os segredos — e também a paixão
— por detrás desta composição, amanhã,
(06-03-2005) editada com o PÚBLICO.
Theodor Adorno, um dos filósofos que mais
se dedicaram ao estudo da música, considera
Mahler “o pensador musical mais profundo
depois de Beethoven”. Morreu em 1911, na
capital austríaca.
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PRÓXIMO
COMPOSITOR |
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GUSTAV
MAHLER v2
Maestro aplaudido quando dirigia a sua orquestra e desprezado
quando compunha qualquer uma das suas sinfonias, Gustav Mahler fez
a ponte entre a música do século XIX e XX. Nasceu em 1860, em Kalischt,
uma pequena cidade da Boémia. Apesar de uma infância atribulada
- os pais estavam sempre a discutir -, Mahler foi uma criança alegre
e curiosa. A casa onde vivia ficava perto de um quartel e Mahler
ocupava grande parte do seu tempo.
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