O pianista de varsóvia
que conquistou paris

Influenciado pelo folclore polaco, Chopin tornou-se um pianista único e reconhecido pela crítica francesa. Escreveu algumas das mais belas valsas, “polonaises” e “mazurcas” de sempre. O PÚBLICO dedica-lhe dois volumes Se existe uma figura da música que sintetiza todas as virtudes do romantismo (e também alguns dos seus defeitos) é Frederic Chopin. Grande pianista e compositor, era um polaco exilado, admirador de Beethoven, Bach e Franz Liszt. Teve uma vida curta — morreu aos 39 anos, vítima de tuberculose —, mas deixou um vasto legado de obras, destacando-se as valsas, “polonaises” e “mazurcas”. Um trajecto único que a Colecção Royal Philharmonic do PÚBLICO lhe dá a conhecer, em dois volumes, amanhã e segunda-feira.

Chopin nasceu em Zelazowa Wola, perto de Varsóvia, em 1810. Era filho de Nicolau Chopin, um francês emigrado na Polónia que se casou com uma polaca da família Skarebk, onde trabalhava como preceptor. Desde os seis anos, teve aulas de música com a mãe e, mais tarde, com o professor Adalberg Zwyny, um músico de origem checa que teve uma grande influência sobre ele. Foi com Zwyny que Chopin conheceu o génio e a obra dos seus compositores preferidos: Bach e Mozart. Tinha apenas sete anos quando compôs as suas duas primeiras obras, uma “polonaise” e uma “marcha militar”. Considerado um menino-prodígio, teve um percurso parecido com o de Mozart e tocou na Rússia a pedido dos czares. O facto de viver perto do campo permitiu-lhe um contacto estreito com o folclore polaco e com as “mazurcas”, os “obereks”, os “kujaviaks” e as “polonaises”. Estas músicas, que percorrem a sua infância, ficamlhe na memória e são uma fonte de inspiração para o resto da vida. Herdeiro de Haydn, Mozart e Beethoven Com vontade de aprofundar os conhecimentos sobre música, Chopin ingressou no Conservatório de Varsóvia, onde iniciou os estudos de harmonia e contraponto com o reconhecido compositor Joseph Elsner. Em 1828, Chopin escreveu o primeiro concerto para piano e orquestra, a “Crakoviana, Op. 14”. Bem recebido pela crítica, é considerado um “herdeiro directo” da forma de tocar piano que se intuía em Haydn, se manifestava em Mozart e nas últimas produções para piano de Beethoven. O mestre húngaro Liszt descreveu assim a chegada de Chopin a Paris: “Deu vários concertos e foi muito admirado tanto pela alta sociedade como pelos jovens artistas. (...) Os aplausos ensurdecedores que recebeu pareciam insuficientes para aplacar o entusiasmo.” Mais tarde, acrescentou: “Chopin não ficou um único momento deslumbrado ou embriagado com o seu triunfo.”

Em 1837, Chopin conheceu aquela que se tornou sua companheira: a escritora Aurore Dupin, mais conhecida pelo pseudónimo masculino que usava para assinar os livros, George Sand. No início, Chopin antipatizou com a autora, que se vestia e fumava como um homem. “Será mesmo uma mulher? Começo a duvidar...”, escreveu o compositor numa carta a um amigo. Após alguma insistência da escritora, o compositor rendeu-se à paixão, que terminaria quase dez anos depois. Cada vez mais doente por causa da tuberculose, Chopin não resistiu e morreu em 1849, em Paris. A seu pedido, o seu coração foi enviado para Varsóvia, e o corpo enterrado na capital francesa.

 

 

 

PRÓXIMO COMPOSITOR

Frédéric Chopin

Se existe uma figura da música que sintetiza todas as virtudes do romantismo (e também alguns dos seus defeitos) é Frédéric Chopin. Grande pianista e compositor, era um polaco exilado, admirador de Beethoven, Bach e Franz Liszt. Teve uma vida curta — morreu aos 39 anos, vítima de tuberculose —, mas deixou um vasto legado de obras, destacando-se as valsas, “polonaises” e “mazurkas”. Bem recebido pela crítica, é considerado um “herdeiro directo” da forma de tocar piano que se intuía em Haydn, se manifestava em Mozart e nas últimas produções para piano de Beethoven. O mestre húngaro Liszt descreveu assim a chegada de Chopin a Paris: “Deu vários concertos e foi muito admirado tanto pela alta sociedade como pelos jovens artistas (...) os aplausos ensurdecedores que recebeu pareciam insufi cientes para aplacar o entusiasmo.” Mais tarde, acrescentou: “ Chopin não fi cou um único momento deslumbrado ou embriagado com o seu triunfo.”