DR
  .Herrera foi despenalizado pela federação espanhola
 

Liga espanhola em alvoroço

Meses depois de ter abalado as estruturas do futebol francês, a Espanha acordou para o escândalo dos passaportes falsos, usados por jogadores que deste modo adquirem estatuto de comunitários e assim fugem às leis que restringem o número de estrangeiros por plantel. As suspeitas generalizaram-se e nem o internacional português Hélder (ex-Benfica) escapa às investigações.

Nos últimos dois dias, as atenções voltaram-se para Martín Herrera. A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) suspendeu o jogador do Alavés por este ter alegadamente usado um passaporte italiano falsificado desde que ingressou na I Liga espanhola. Herrera reagiu e acusou os seus representantes — os mesmos de Toledo, que também foi suspenso — de o terem enganado.

No entanto, e segundo o diário "El País", não há dúvidas quanto à origem italiana de Herrera, apesar de este ter nascido na Argentina. O guarda-redes explicou hoje (quarta-feira), em conferência de imprensa, que os seus avós, de apelido Barrotto, têm origem numa povoação montanhosa chamada Cavour, entre a fronteira francesa e Turim.

Herrera mostrou ainda o seu bilhete de identidade italiano, uma das armas que o jogador apresentou à (RFEF) de modo a ser despenalizado (a RFEF só reconhece o estatuto comunitário mediante a apresentação de um passaporte e não de um bilhete de identidade).

Horas depois, o italo-argentino recebia a notícia por que ansiava. De acordo com o diário "El Mundo", a junta directiva da Real Federação anulou-lhe a suspensão — mas não a César Toledo — e deu um novo prazo, não divulgado, aos clubes e aos jogadores suspeitos para apresentarem documentação oficial.


Keita ouvido pela polícia

Idrissa Keita é outro dos jogadores investigados pelas autoridades espanholas. O defesa costa-marfinense do Oviedo, naturalizado francês, foi ouvido pela Polícia Nacional em virtude de "irregularidades" na sua documentação. No entanto, fontes policiais disseram ao site "Deporweb.com" que este interrogatório não está relacionado com o escândalo dos passaportes falsos.

Um responsável do ex-clube de Paulo Bento adiantou ao site desportivo que não teve conhecimento do depoimento de Keita à polícia. Todavia, este caso não é novidade para o Oviedo, pois a RFEF pediu recentemente que lhe fossem enviados os passaportes do defesa da Costa do Marfim, de Frederic Danjou, de Stan Collymore, de Fran Rabarivony e de Juanchi González.

Quanto à situação de Hélder, o Deportivo da Corunha respondeu às exigências da RFEF atirando as responsabilidades para a embaixada portuguesa. O mesmo fez quanto ao argentino Aldo Duscher (ex-Sporting), o camaronês Jacques Songo'o e o brasileiro Emerson (ex-FC Porto).

Aquando da primeira solicitação da RFEF (7 de Fevereiro), o clube pediu às respectivas embaixadas que emitissem documentação comprovativa da situação de comunitários dos quatro jogadores e a enviassem para a Federação. Como as representações diplomáticas não o fizeram, o Deportivo defendeu-se com isso quando a RFEF voltou a pedir os comprovativos dos documentos.

 

Copyright 2000 Público S.A. / Publico.pt
Email Publico.pt: Direcção Editorial - Webmaster - Publicidade