Partidos e candidatos - dados
de base
Por António Sampaio/Lusa
Terça-feira, 28 de Agosto de 2001
Um total de 409.019 eleitores estão registados nos
cadernos eleitorais que vão ser usados para as primeiras
eleições livres em Timor-Leste, quinta-feira,
durante as quais serão eleitos os 88 membros da Assembleia
Constituinte.
Os votantes estarão espalhados por um 248 centros eleitorais,
que compreendem um total de 818 mesas de voto, cada uma das
quais receberá 600 boletins de voto para as eleições
nacionais, de cor azul, e igual número para as distritais,
de cor branca.
As urnas abrem às 07h:00 e fecham às 16h:00,
podendo este período alargar-se se os eleitores nas
filas não tiverem terminado.
Nas folhas nacionais estarão os nomes de 16 partidos,
que apresentam um total de 968 candidatos, e de cinco independentes,
três deles mulheres, enquanto a nível distrital
as forças partidárias registaram 84 candidatos
a que se acrescentam 11 independentes.
Usando os mais de 603 mil boletins de voto - imprimidos em
Darwin em papel especial com um selo de segurança especial
- caberá aos eleitores determinar os nomes dos 75 membros
nacionais e 13 distritais - um por cada distrito do território
- que terão depois 90 dias para debater e aprovar a
primeira constituição de Timor-Leste.
Os candidatos serão eleitos por um sistema proporcional
- o partido com mais votos recebe o maior número de
mandatos - e a aprovação da Constituição
depende de um sim de 60 dos 88 membros.
Os dados finais confirmam que a nível dos candidatos
independentes - cinco nacionais e 11 distritais - cerca de
30 por cento são mulheres, com a representação
feminina a dominar especialmente o nível nacional da
candidatura - três dos cinco.
Analisando as listas partidárias, nota-se que cerca
de 28 por cento dos candidatos são mulheres, sendo
o UDC/PDC (com 29 mulheres) o partido com maior participação
feminina e o Parentil o que tem menos, candidatando apenas
uma timorense.
Há candidatos independentes em seis dos 13 distritos
de Timor-Leste - Lautem, Díli, Manatuto, Oecussi, Bobonaro
e Ermera - com o maior número, quatro, a candidatarem-se
a Lautem.
Nenhum dos partidos concorre a todos os distritos, sendo a
Fretilin (Frente Revolucionária do Timor Leste Independente)
e o PD (Partido Democrático) os que apresentam o maior
número de representações distritais,
12.
A nível nacional apenas três partidos, a Fretilin,
o PST (Partido Socialista Timor) e o Kota (Klibur Oan Timor
Asuwain), apresentam listas completas de 75 candidatos.
O partido com o maior número de candidatos é
a Fretilin (87) e o com menos é a Apodeti - Pró-referendo,
que apresenta apenas 15 a nível nacional e um no distrito
de Viqueque.
Os cadernos eleitorais confirmam que o distrito de Díli
tem o maior número de votantes registados (78.212)
sendo o distrito de Aileu o de menor número de eleitores
(15.846), mas a CEI já anunciou que um número
significativo de eleitores, cerca de 15 mil, podem não
ter sido incluídos, por erro, nas listas nacionais.
Como medida de prevenção, cada centro eleitoral
disporá por isso, e suplementarmente, de 650 boletins
de voto para as eleições nacionais e igual número
para as locais, os quais poderão ser utilizados por
quem provar ter direito ao voto mesmo que o seu nome não
conste nas listas de recenseamento.
Ao contrário do que aconteceu no referendo de 1999
os resultados das eleições serão extrapolados
a nível distrital e dados parciais serão regularmente
canalizados para Díli, esperando-se que a contagem
oficial comece a 31 de Agosto.
No referendo de 1999 as urnas com a decisão dos timorenses
foram transportadas para Díli e os votos foram contados
centralmente antes de serem comunicados oficialmente em Nova
Iorque e em Díli, simultaneamente.
Prevendo-se a divulgação parcial dos resultados
por distrito, os primeiros dados eleitorais a ser conhecidos
deverão referir-se à região de Aileu,
a cerca de 45 quilómetros sul de Díli.
No âmbito da resolução 1338 do Conselho
de Segurança da ONU, todo o processo eleitoral é
administrado pelas Nações Unidas que através
da UNTAET criou a Comissão Eleitoral Independente,
a "autoridade suprema e exclusiva em questões
eleitorais", com o apoio de cinco comissários
eleitorais, dois timorenses e três internacionais.
Além das urnas, preparadas pela CEI, cada um dos locais
de votação estabelecidos recebeu diverso material
que será utilizado no acto eleitoral, como os selos
que fecham e identificam as caixas e as peças de uniforme
a utilizar pelos elementos destacados para as mesas eleitorais.
Nos pequenos kitsH eleitorais vai ainda a tinta invisível
que será usada para identificar eleitores que já
tenham exercido o seu direito.
Podem votar todas as pessoas com mais de 17 anos, completados
no recente período do registo civil, desde que tenham
nascido em Timor-Leste; nascido fora de Timor-Leste mas com
pelo menos o pai ou a mãe nascidos em Timor-Leste;
ou casados com alguém que preenche uma dessas condições.
Os eleitores terão que se deslocar ao centro eleitoral
que lhes foi designado para elegerem os representantes nacionais.
No caso dos votos distritais, os eleitores terão que
se registar no distrito onde residem e votar, na quinta-feira,
nesse mesmo distrito.
Um total de 284 voluntários das Nações
Unidas e cerca de 05 mil timorenses estarão destacados
para as mesas de voto dos 65 concelhos do território.
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