DanielRocha
 
  Dez dos 16 partidos que concorrem às eleições são novos
 

Eleições novas com partidos novos
Terça-feira, 28 de Agosto de 2001

Dos 16 partidos que concorrem às eleições em Timor-Leste, dez são de criação recente, especificamente para o acto eleitoral.

Com alinhamentos ideológicos diversos e difusos os novos partidos timorenses convergem no entanto, na maioria dos casos, nas prioridades de actuação que pretendem apresentar aos eleitores, com o desenvolvimento económico e a educação da população como as principais linhas de força programáticas.

O Partido da República Nacional de Timor-Leste (PARENTIL) define-se fora das distinções tradicionais de esquerda ou direita e liberal ou conservador e prefere a noção de "democracia evolutiva" à medida da situação de Timor-Leste.

Apresenta-se às eleições defendendo os direitos humanos, dando prioridade à educação das populações e apostando no estabelecimento de boas relações com todos os países vizinhos, incluindo a Indonésia, "olhando para o futuro e não para o passado".

O Partido Democrático (PD) prefere não definir orientações ideológicas e adoptar o pragmatismo como filosofia de base, surgindo na fase final da campanha como um dos mais fortes, mercê do largo número de ex-quadros da resistência nas suas fileiras.

O PD pretende orientar a sua actuação pela aposta em três pilares essenciais - democracia, educação e economia, para a defesa das liberdades fundamentais, do desenvolvimento social e da recuperação económica.

O Partido Democrata Cristão (PDC) assume-se como um partido de centro direita com base de apoio centrada nas zonas rurais.

Em termos de orientação programática, o PDC avança ideais de "paz, democracia e tolerância" e objectivos específicos como a criação de bibliotecas em todo o território, assistência médica gratuita para estudantes e no sector da economia protecção aos empresários timorenses.

O Partido Democrático Maubere (PDM) define-se como partido defensor de um conceito de "democracia maubere" assente na "democracia universal" e na defesa dos direitos humanos.

Prioridades da plataforma política com que o PDM se apresenta às eleições são o desenvolvimento económico, com destaque para a agricultura, que constitui a base da economia local, a defesa da cultura timorense e a promoção da educação.

O Partido Liberal (PL) assume-se como um partido alinhado por uma noção abrangente de "democracia liberal" apesar de ainda estar a definir uma orientação ideológica concreta.

Prioridades de acção defendidas pelo PL são a Educação, a Economia, especificamente o desenvolvimento da agricultura, a protecção dos direitos humanos e a criação de um corpo legislativo para Timor-Leste.

O Partido Nacionalista de Timor (PNT) apresenta-se como "nem de direita nem de esquerda", como uma força neutra aberta a trabalhar com todas as tendências políticas.

Economia, Educação e Saúde são também as áreas prioritárias de actuação avançadas pelo PNT, apostando respectivamente no desenvolvimento industrial, no português e bahasa indonésia como línguas de Timor-Leste, depois do Tetum como língua nacional.

O Partido do Povo de Timor (PPT) afirma-se categoricamente como um partido católico que defende uma governação assente nos princípios dos 10 mandamentos.

Como linhas de força do seu programa político o PPT apresenta a educação cívica da população sobre o papel e o funcionamento da Assembleia Constituinte e a criação de dois bancos - um para Liurais e outro para o povo - para evitar conflitos na sociedade.

O Partido Social Democrata (PSD) coloca-se ao centro do espectro político com uma vocação de abrangência ideológica e um corpo misto de militantes, englobando também importantes nomes da resistência e tendo à cabeça o ex-governador Mário Carrascalão.

O PSD pretende assumir a defesa da estabilidade em Timor- Leste no quadro de um sistema político semi-presidencialista como orientação de fundo tomando como instrumentos dessa estabilidade a sustentabilidade de recursos e o combate à corrupção.

O Partido Socialista de Timor (PST) assume-se apoiado em princípios marxistas e leninistas, concentrando apoios nos centros urbanos.

Como linhas de orientação de fundo, o PST defende a instituição do tetum como língua oficial de Timor-Leste, a restauração da república declarada pela Fretilin em 28 de Novembro de 1975, no plano económico "um paradigma baseado na agricultura", com modernização do sector.

A União Democrata Cristã/Partido Democrata Cristão (UDC/PDC) situa-se na área da democracia cristã inspirando-se fundamentalmente nos princípios da doutrina social da igreja.

A UDC/PDC defende um sistema político semi-presidencial "com um presidente com poderes reforçados" e pretende dar atenção a questões de defesa e assuntos sociais.

Na área da economia, a agricultura é assumida como base de sustentação mas a industrialização como objectivo a atingir, com atenção também ao sector das pescas e à protecção da zona económica exclusiva.




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