Os órgão de
soberania e a importância dos anciãos
Segunda-feira, 10 de
Setembro de 2001
O Presidente da República,
o Parlamento Nacional, o Governo e os Tribunais serão,
de acordo com o projecto de Constituição da
Fretilin, os órgãos de soberania da futura RDTL,
que assenta claramente num regime semi-presidencialista, como
sempre defendeu o partido que ganhou as eleições
do passado dia 30. A sua definição, eleição,
os princípios da separação de poderes,
as incompatibilidades, competências e composição
são mais uma vez muito idênticos à constituição
Portuguesa.
A grande diferença diz respeito ao desejo
da criação de um Conselho de Sábios.
Uma espécie de Conselho de Estado, mas com uma composição
significativamente diferente do órgão português.
Este conselho é um fórum de consulta
política do Presidente e será formado pelos
ex-chefes de Estado, o presidente do Parlamento Nacional,
o primeiro-ministro, cinco cidadãos com mais de 50
anos (eleitos pelo Parlamento Nacional, de harmonia com o
principio da representação proporcional, pelo
período correspondente à legislatura) e mais
cinco cidadãos, também com mais de 50 anos,
designados pelo Presidente, pelo período correspondente
à duração do seu mandato.
Compete ao Conselho de Sábios elaborar
o seu regime interno; pronunciar-se sobre a dissolução
do Parlamento Nacional; sobre a demissão do Governo;
sobre a declaração de guerra e paz; aconselhar
o Presidente da República no exercício das suas
funções e apreciar os demais cargos.
Um órgão de Estado de importância
muito significativa e que revela um enorme respeito pelos
anciãos timorenses, que sempre tiveram e vão
continuar a ter uma opinião fundamental nas decisões
do país.
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