Vencidos
Sexta-feira, 07 de Setembro
de 2001
Partido Social-Democrata
O PSD foi a terceira força
política mais votada, mas acaba por ser um dos derrotados
nas eleições do dia 30. O partido contou, na sua
fundação, com o apoio de Ramos-Horta e Xanana
Gusmão, que também não escondeu a sua simpatia
por esta força política nesta campanha; no entanto,
ficou muito aquém do que assegurava ir conseguir ("mais
de 30 por cento dos votos").
Embora tivesse recusado o apoio da UNTAET para
a campanha eleitoral, por discordar da forma como era concedido,
o partido de Mário Carrascalão (ex-governador
da Indonésia no território) foi dos que mais
investiu em material de propaganda e contou também
com o apoio de alguns sectores da Igreja Católica.
Ainda assim, foi batido pelo PD e quase era vencido pela surpreendente
ASDT.
União Democrática Timorense
A UDT é a grande decepção das eleições.
O partido histórico, que fez a guerra com a Fretilin
em 1975, não foi além dos dois deputados, ao
nível dos pequenos partidos, alcançando apenas
8581 votos. A juntar ao mau resultado eleitoral, João
Carrascalão, o líder do partido, manchou o pacto
de unidade nacional assinado antes das eleições,
ao vir lembrar, depois da votação, a guerra
de 1975, pedindo o julgamento de alguns dirigentes da Fretilin
por crimes contra a humanidade.
A UDT é também o único
partido que contesta as eleições. E se é
verdade que João Carrascalão pode ter razão
em algumas reclamações, elas são de tal
forma insignificantes em relação à forma
positiva, regular, democrática e transparente como
decorreram as eleições que chegam a ser ridículas.
João Carrascalão afirmava ontem que o resultado
da UDT era "tão insignificante que não
chega a ser humilhante", tentando assim provar mais uma
vez que houve fraude. A verdade é que o resultado foi
mesmo humilhante. O que vale a João Carrascalão
é que, neste momento, não tem alternativa à
sua liderança no partido.
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