Os refugiados
Por Tiago Tibúrcio
Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2002
As quase quatro décadas do conflito
na Colômbia tiveram graves consequências na paisagem
socio-económica da Colômbia. A escalada de violência
do conflito tornou a Colômbia num dos países
mais perigosos do mundo para se viver, com quase todas as
famílias a conhecerem alguém que tenha sido
sequestrado, extorquido ou ameaçado de morte. Muitas
pessoas encontram na emigração a única
solução para fugir a este drama.
A acção dos grupos guerrilheiros e dos paramilitares
forçou ao longo dos últimos anos muitos colombianos
a fugirem de suas casas. Só na última década,
contabilizam-se dois milhões de pessoas deslocadas
devido aos combates.
Grande parte dos refugiados - na sua maioria vinda do mundo
rural - procurou abrigo nos bairros pobres da periferia das
cidades, sobrelotando-os, não tendo o Governo soluções
para oferecer a este fluxo migratório. O país
vive desde há tempos uma grave situação
económica, com o Governo na bancarrota, taxas de desemprego
à volta dos 20 por cento e a inexistência de
uma rede social para amparar estas pessoas.
"O último a sair apaga as luzes"
Quem pode prefere muitas vezes sair do país. E são
muitos os que o fazem, com filas crónicas nas embaixadas
estrangeiras da capital. A escalada de violência da
última década e a quase inexistente esperança
de que a paz seja encontrada brevemente, leva a que muitos
procurem refúgio no estrangeiro.
As consequências da emigração fazem-se
sentir de forma perniciosa na economia colombiana, visto que
são principalmente os quadros que optam por esta via,
os únicos com capacidade para levantar a débil
situação economia do país.
Existe uma velha piada que os colombianos costumam contar.
Quando se fala da elevada taxa de emigração
do país, alguém diz: "O último a
sair da Colômbia apaga as luzes".
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