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Palavra
de Cidadão
Terça-feira, 25 de Setembro de 2001
Manuel Fernandes Thomaz, 35
anos
presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários
Porto
O empreendedor é um estado de
espírito e de alma que contém valores que consideramos
fundamentais na sociedade portuguesa: espírito de iniciativa,
assunção da responsabilidade, gosto por assumir riscos,
criatividade. É esse o estado de espírito que muito
faz falta e que gostaríamos de ver na função
pública, nos hospitais, nas escolas, nos professores, nos
médicos... Porque o país precisa de responsabilidade,
exigência, rigor, trabalho, iniciativa. Provavelmente, os
que mais empreendedores deviam ser são os políticos,
mas não o são.
Portugal não é um país
empreendedor, o nosso sistema de educação é
a antítese do empreendedorismo e as pessoas passam, de facto,
muitos anos num sistema escolar que é burocrático,
passivo, que pouco estimula estes valores. Depois, o ambiente que
envolve as empresas não é favorável porque
é demasiado penetrado pelo Estado, que não se consegue
reformar e é muitíssimo pouco produtivo. Apesar de
tudo, acho que os jovens portugueses vão dar a volta a isto,
se não for a bem há-de ir a mal. Tenho um sentimento
de muita esperança.
João Cavaleiro, 32 anos
licenciado em Gestão
director do centro Mail Boxes
Etc. de Linda-a-Velha
Ser empreendedor não é
só dar emprego, é também poder proporcionar
uma melhor formação aos colaboradores, preparando-os
para as novas necessidades empresariais e novas tecnologias que,
apesar de já não serem tão novas quanto isso,
ainda assustam muita gente.
Pena é que em Portugal não se
incentive mais o empreendedorismo. No meu caso, estive cerca de
um ano à espera que o projecto de Criação de
Próprio Emprego (CPE) fosse favoravelmente despachado. Entreguei
o projecto de CPE no IEFP [^nstituto de Emprego e Formação
Profissional] de Torres Vedras, passou depois pela Segurança
Social na Amadora, foi até ao IEFP de Cascais para apreciação
e conclusão e voltou à Amadora para o desbloqueio
de verbas!!!
O projecto foi orientado e elaborado de acordo
com os critérios dos técnicos do IEFP de Torres Vedras,
mas foi acompanhado e decidido por um técnico do IEFP de
Cascais, o que implicou deslocações diversas a ambos
os locais para esclarecimentos. Talvez com uma melhor organização
dos serviços públicos um processo destes fosse mais
transparente, célere e eficiente.
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