Palavra de Cidadão
Domingo, 23 de Setembro de 2001


Eugénia de Moura, 45 anos
advogada
Amarante

Para uma melhor qualidade do ensino terão que concorrer alguns factores: uma intervenção séria ao nível da formação dos professores, a alteração de alguns conteúdos programáticos, a cobertura de alguma escassez dos meios ao dispor das estruturas educativas. Dado que, de forma geral, o sucesso escolar dos alunos se alcança através das suas motivações, vocações e interesses, seria também importante estimular o desenvolvimento de métodos pedagógicos que permitissem "aligeirar" as respectivas matérias e até "divertir" os alunos durante o processo de aprendizagem. [Neste processo,] a avaliação é essencial, desde que feita com seriedade e envolvendo todos os interessados directamente na melhoria do ensino, isto é, pais, alunos e professores.


Paulo Correia Alves, 41 anos
licenciado em Engenharia Agrícola
Porto
As escolas deviam funcionar como uma empresa. Horário para todos: das 9h00 às 17h00, com 90 minutos para almoço. A manhã seria dedicada ao ensino, a tarde ao estudo e o fim da tarde a actividades extra-curriculares. [Para aumentar o sucesso dos alunos] deveria ser introduzido o conceito de custo no ensino: um aluno custa x contos por ano e em função do seu desempenho vai acumulando créditos ou débitos na sua conta corrente com a sociedade. Se não cumprir vai ter que pagar muito mais e os pais serão penalizados nas deduções aos impostos. As associações de pais devem ser incentivadas e fomentadas. [Se fosse ministro da Educação], investiria em partes iguais na motivação dos professores e na passagem das nossas escolas para este século. Tenho um filho na escola onde há 32 anos iniciei a minha actividade liceal; ela está exactamente na mesma e, c'os diabos!, até uma revolução houve!


Maria João Sousa e Brito, 34 anos
psicóloga clínica
Lisboa

Para aumentar o sucesso dos alunos, nomeadamente em disciplinas tradicionalmente complicadas como a Matemática ou o Português, há que ligar a escola aos interesses e motivações das pessoas, ao real. Que sentido faz para um miúdo de Trás-os-Montes aprender a ler num manual que fala da beleza de uma praia do Algarve, se ele não o conhece ou se nunca foi à praia? Ao nível da primária, existem experiências que mostram que a aprendizagem é muito mais eficaz se se fizer a partir de conteúdos com significado afectivo, por exemplo. Qualquer miúdo sabe ler os nomes dos gelados da OLÁ ou quantas pastilhas compra com determinado dinheiro. No ensino secundário isto também é possível de ser feito. Pode-se relacionar a Geometria com a Arquitectura, as leis da Física do atrito ou da inércia aplicadas ao funcionamento dos carros. São estratégias que poderiam dar outros resultados.

 

   

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