Os gauleses gregos
Por
T.T.
Terça-feira, 29 de Junho de 2001
As estatísticas sobre a RTNC são
sempre dúbias: os números variam de acordo com
as fontes. Mas há um dado unânime: 0,5 por cento
da população ainda é de etnia grega.
Um pequeníssimo enclave de "irredutíveis
gauleses" gregos que não abandonou a parte norte
da ilha em 1974, e continua a viver numa pequena vila do Nordeste,
Dipkarpaz.
São umas poucas centenas de cipriotas gregos, que vivem
lado a lado com cipriotas turcos. Recebem apoios do lado cipriota
grego, camiões da ONU levam-lhes mercadorias, o dinheiro
também chega regularmente. Se quiserem, podem viajar
ao outro lado da ilha, desde que avisem as autoridades da
RTNC com três dias de antecedência.
Quando o PÚBLICO visitou no ano passado o café
grego de Dipkarpaz, havia meia dúzia de cipriotas gregos
nas mesas. Do outro lado da rua, um café cipriota turco,
rigorosamente igual; a diferença é que, no café
grego, os cartazes de publicidade estão escritos no
alfabeto helénico.
Nenhum dos cipriotas gregos sabia inglês; o guia cipriota
turco dos jornalistas estrangeiros trocou umas palavras (em
turco) com o dono do café. Os dois falaram cordialmente.
Mas, enquanto esperavam por que os jornalistas se fossem embora,
nenhum dos dois conseguiu disfarçar o seu ar de desconforto.
P.R. (PÚBLICO)
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