Diário da guerra - dia 24

Dois jornalistas turcos foram feridos quando se preparavam para entrevistar pacientes num hospital em Mossul. Um repórter da televisão "Sky Turk" foi baleado, enquanto um câmara da "Show TV" foi atingido por uma granada, noticiou a Associated Press.

O ex-Presidente iraniano, Hashemi Rafsanjani, ofereceu-se para ajudar a restabelecer os laços entre o país e os EUA. "A maneira de evitar ameaças sérias, tornar nulo o assunto da intervenção estrangeira e sair do actual impasse político é remover os obstáculos no caminho das exigências nacionais", dizia a petição citada pela agência oficial iraniana IRNA.

O pessoal das Nações Unidas volta amanhã ao Iraque, anunciou o coordenador da ONU para os assuntos iraquianos, Ramiro Lopes da Silva. Trata-se de 13 funcionários estrangeiros que regressam ao Norte, e haverá ainda um reforço no Sul.

Duas fortes explosões foram ouvidas no centro de Bagdad, segundo o enviado da AFP, que indicava que não era possível saber qual a origem de pelo menos duas deflagrações.

Forças americanas começaram a entrar em Mossul, um dia depois de alegados ajustes de contas entre árabes e curdos terem causado 15 a 20 mortes.

O Presidente egípcio, Hosni Mubarak, avisou que a anarquia que reina neste momento no Iraque pode vir a tornar-se numa guerra civil. "É responsabilidade das forças norte-americanas e britânicas no Iraque manter o respeito da lei", concluiu Mubarak.

Tikrit, a cidade natal de Saddam, continuou a ser bombardeada pela aviação norte-americana, que se preparava para tomar o último bastião do regime.

Uma sondagem da revista norte-americana "Newsweek" mostra que cerca de 67 por cento dos cidadãos dos EUA querem que Saddam Hussein seja morto ou capturado, e o mesmo número de americanos acha que seria importante encontrar armas de destruição maciça no Iraque.

O primeiro carro de polícia iraquiana, com três funcionários à civil, percorreu as ruas de Bagdad pela primeira vez desde que as tropas norte-americanas entraram na cidade

O principal conselheiro científico de Saddam Hussein, e um dos generais na lista dos 55 mais procurados entregou-se o às forças dos EUA. Amir al-Saadi reafirmou que o Iraque não tem armas de destruição maciça.

O Presidente norte-americano, George W. Bush, lançou um aviso à Síria, aconselhando o estado árabe a não dar refúgio a Saddam Hussein ou membros do seu partido.