Diário da guerra - dia 21 O vice-presidente norteamericano Dick Cheney disse que as Nações Unidas não estão “equipadas” para ter um “papel central” na reconstrução do Iraque. No entanto, referiu de seguida que o papel da ONU deverá ser “muito importante” e “primordial”. Pelos menos 7300 prisioneiros de guerra iraquianos estão nas mãos dos americanos, anunciou o responsável pelo maior campo de prisioneiros em Umm Qasr. A capacidade de acolhimento era de 50.000 prisioneiros, contando com rendições em massa que não chegaram a acontecer. O canadiano do Comité Internacional da Cruz Vermelha que tinha desaparecido foi encontrado morto. Vatche Arsanian, 48 anos, tinha sido apanhado, junto com outros elementos da Cruz Vermelha, no meio de fogo cruzado em Bagdad. Em Bassorá, os locais exprimiram a sua desconfiança face à possibilidade de terem um chefe tribal a governar a segunda maior cidade do Iraque. Os chefes tribais, dizem os habitantes de Bassorá, receberam muito dinheiro de Saddam antes da guerra. As forças dos EUA afirmaram controlar “a grande parte da cidade” de Bagdad. No entanto, reconheceram, há ainda combates a decorrer, principalmente com milicianos do partido Baas e fedayin de Saddam. Se Saddam está vivo ou morto continua uma incógnita para a CIA e para o Pentágono. O jornal britânico “The Times” noticiava que o MI6 (os serviços secretos britânicos) tinha informado a CIA de que Saddam tinha deixado, minutos antes do bombardeamento, o imóvel atacado. Tony Blair afirmou que a guerra não terminou e apontou que existe ainda “uma intensa resistência”. Em declarações na Câmara dos Comuns, o primeiro-ministro britânico disse que é difícil, neste momento, “saber o que resta da administração de alto nível de Saddam Hussein”. Carlos Fino e Nuno Patrício, enviados da RTP a Bagdad, foram assaltados por iraquianos armados, quando andavam pelo centro de Bagdad. Uma multidão aproximou-se a agrediu os repórteres, que conseguiram escapar ao que Carlos Fino definiu como um quase linchamento. |