Diário da guerra - dia 20

O Pentágono não sabe se Saddam foi ou não morto depois de quatro bombas terem sido lançadas contra um edifício em Bagdad onde se suspeita que pudesse estar com os seus filhos. “Não sei se está vivo ou morto, só sei que está a perder o seu poder”, disse o Presidente Bush

O centro da capital transformou- se num verdadeiro campo de batalha, com tropas americanas e iraquianas envolvidas em violentos combates. As forças de infantaria avançaram numa ponte estratégica, enquanto os “marines” capturaram a base aérea Al-Rashid.

Três jornalistas perderam a vida em Bagdad. Dois morreram e três ficaram feridos, quando um míssil foi disparado de um tanque americano em direcção ao Hotel Palestina. Um operador de câmara morreu, quando a sede da Al-Jazira foi atingida por um obus americano.

As forças britânicas tencionam estabelecer a primeira administração pós-guerra em Bassorá, tendo já estabelecido contactos com um xeque. A segunda maior cidade do Iraque está entregue à pilhagem, assim como muitas áreas do Sul no exterior das cidades conquistadas.

No Norte, forças americanas e curdas avançaram na principal auto-estrada que liga as duas grandes cidades da região, Mossul e Kirkuk, esperando isolálas uma da outra.

Alguns responsáveis do Partido Baas, de Saddam, fugiram para a Síria nos últimos dias, informou a estação de televisão da União Patriótica do Curdistão, um dos partidos no poder no Curdistão iraquiano.

O ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Faruk al Sharah, considerou “muito necessária” a celebração de uma reunião entre a Síria, a Turquia e o Irão para prevenir a instabilidade no Médio Oriente como resultado da guerra

A queda de um “rocket” perto de Abadan, no Sudoeste do Irão, fez um morto. “É possível que tenha sido atirado por forças angloamericanas”, disse à agência Isna o vice-governador da província de Khuzestan.

A Organização Mundial de Saúde advertiu para a escassez de antibióticos, anestesias e material cirúrgico em todo o país.

O Presidente Bush e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, garantiram em Belfast que a ONU terão um papel “vital” na reconstrução política e económica do Iraque.