Diário da guerra - dia 13 Segundo as autoridades iraquianas, dezenas de mortos e centenas de feridos foram provocados entre a população civil por novos bombardeamentos anglo-americanos sobre Bagdad. Pela manhã, o ministro da Informação iraquiano, Mohammad Said al-Sahhaf, indicava que 18 iraquianos tinham sido mortos e 180 feridos desde a noite de segunda-feira Pelo menos sete mulheres e crianças foram mortas por disparos norte-americanos num posto de controlo perto de Kerbala entre segunda e terça-feira. O Comando Central norte-americano abriu um inquérito. Pela manhã, um bombardeamento em Hilla, na provínica da Babilónia, a Sul da capital, provocou, segundo o hospital da cidade, 33 mortos e 310 feridos entre a população civil. O Comité Internacional da Cruz Vermelha em Bagdad qualificou-o de "horroroso", confirmando que "dezenas de corpos estropiados" jaziam no hospital De acordo com um comandante da 3ª Divisão de Infantaria americana, unidades iraquianas provenientes de cinco divisões da Guarda Republicana, que poderão ascender aos 75 mil efectivos, foram deslocadas em forma de arco para Sul da capital para enfrentar o avanço das forças anglo-americanas. A Norte de Najaf, a 150 quilómetros de Bagdad, helicópteros e tropas de infantaria entraram em confronto com uma divisão blindada iraquiana. Mais a sul, em Bassorá, as forças britânicas continuaram a reforçar as suas posições mas enfrentam ainda uma forte resistência e aguardam por reforços. No Norte, uma equipa de forças especiais norte-americanas garante ter neutralizado o grupo islamista Ansar Al-Islam, suspeito de ligações à rede Al-Qaeda, no decurso de uma operação conduzida com os combatentes curdos. O regime de Bagdad garante ter impedido a aterragem de tropas britânicas perto de um campo petrolífero em Mossul, enquanto as forças anglo-americanas continuaram a bombardear os arredores de Kirkuk. Numa mensagem lida na televisão iraquiana, o Presidente Saddam Hussein desmentiu as informações da véspera segundo as quais alguns familiares seus teriam abandonado o país. O líder iraquiano garante que a sua fé e a da sua família são idênticas à do povo iraquiano e apelou à " jihad". "O ataque conduzido pelos agressores é dirigido contra a religião, os bens, as pessoas e a dignidade (...) e por isso a 'jihad' [guerra santa] é um dever. Todos os que morrerem serão recompensados com o paraíso. (...) Isto é o que Deus vos pede." Em Londres, o ministério da Defesa anunciou a morte de um soldado britânico durante uma operação de desminagem na "frente Sul". As fontes oficiais da coligação anglo-americana informaram terem até agora contabilizado um total de 67 militares mortos - 26 britânicos e 41 americanos. |