Diário da guerra - dia 1 Intensos combates no Sul do Iraque marcaram o início das operações terrestres. Forças britânicas deram início à sua participação na ofensiva, confirmada ontem à noite pelo primeiro-ministro, Tony Blair, num discurso ao país. “As forças estão a lutar pelo ar, terra e mar” para “tirar Saddam do poder e desarmar o Iraque”, disse o chefe do Governo de Londres, principal aliado dos EUA. Os “royal marines” lançaram um ataque anfíbio contra um alvo próximo da península estratégica de Al Faw, no Sudeste de Bassorá. Quatro soldados iraquianos morreram ontem em combates, segundo noticiou a televisão iraquiana. Pelo menos 27 soldados renderam-se já às forças americanas. A Cruz Vermelha confirma a informação avançada pelo regime de Bagdad de que os ataques americanos da madrugada a Bagdad provocaram a morte de um civil e feriram outros 14. A Casa Branca diz que 35 países se juntaram à “coligação dos voluntariosos”, liderada pelos Estados Unidos. O parlamento turco aprovou a abertura do espaço aéreo às forças norte-americanas envolvidas na ofensiva contra o Iraque; a Grã-Bretanha dirigiu o mesmo pedido a Ancara. O chefe da Defesa norte-americana, Donald Rumsfeld, afirmou que a operação militar será de uma dimensão e intensidade nunca antes vista. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, apelou aos Estados Unidos que faça os possíveis para proteger as vidas de civis. Um helicóptero das forças especiais americanas despenhou-se no Sul do Iraque antes ainda da ofensiva, confirmou o Pentágono. A tripulação e soldados que seguiam a bordo foram salvos. Bagdad nega ter disparado mísseis contra o Kuwait. Fontes da segurança americanas tinham afirmado que os seus mísseis Patriot tinham interceptado mísseis Scud disparados pelo regime contra o Norte do emirado. Na véspera da cimeira dos líderes da União Europeia, a Grécia, que assume a presidência rotativa de UE, lamentou que a crise iraquiana não tenha sido resolvida pacificamente. A França, que liderou a oposição no Conselho de Segurança da ONU a uma guerra contra o Iraque, pediu “o fim mais rápido possível” da operação. Em várias cidades do país, incluindo na capital, milhares de manifestantes foram à rua mostrar o seu desacordo. O Ministério do Interior anunciou mais tarde que a polícia encontrou “traços muito tóxicos” de ricina, um veneno mortal que pode ser usado como arma biológica, em dois frascos abandonados numa bagagem na Gare de Lyon, em Paris. |