De todos os instrumentos
de morte concebidos até hoje, a MOAB
é provavelmente o que combina mais
a sofisticação com o poder de
destruição. Foi apresentada
na terça-feira na Florida e surpreendeu
pelo seu porte, as suas características,
o seu perfil ameaçador; e, sobretudo,
pela possibilidade de vir a ser usada numa
guerra contra o Iraque.
Com um comprimento
de 7,6 metros e um diâmetro de 1,5 metros,
e um peso de 9,525 quilos, o engenho, cuja
sigla significa "Massive Ordnance Air
Burst", qualquer coisa como Munição
de Explosão Atmosférica Maciça,
ultrapassa em técnica e poder devastador
da BLU-82, a "Daisy Cutter", a cortadora
de margaridas, que vietnamitas, iraquianos
e afegãos já experimentaram.
Ou seja, precede imediatamente em todos os
aspectos a bomba nuclear.
A "mãe
de todas as bombas", como já lhe
chamam, foi pensada e fabricada no Centro
de Armamento Aéreo da Força
Aérea dos Estados Unidos, em Eglin,
na Florida, para ser anunciada num prazo maior
do que 11 de Março. Mas a Casa Branca
antecipou a sua apresentação
de modo a ter uma forma suplementar de pressão
contra Bagdad. "O objectivo é
contar com uma capacidade de destruição
tão grande que os iraquianos não
tenham vontade de lutar contra nós",
disse o secretário norte-americano
da Defesa, Donald Rumsfeld, numa conferência
de imprensa conjunta com o general Richard
Myers.
A MOAB, mais volumosa
que a BLU cerca de 2725 quilos, pode ser lançada
por qualquer dos bombardeiros que os norte-americanos
já têm no Golfo - os de asas
futuristas B-1 e B-2, ou os clássicos
B-52, da Base de San Diego, ou Hércules
C-130. Próxima do objectivo, é
largada de uma altitude próxima dos
10 mil pés, assente numa plataforma
suspensa num pára-quedas, seguindo
depois, veloz, pintada de verde e laranja,
assim que receber ordem para isso, para o
objectivo.
A "mãe"
das bombas sabe para onde tem de ir por ser
dotada do sistema que equipa hoje a maior
parte das bombas americanas ditas "inteligentes".
Enquanto ainda está presa ao avião,
recebe dele, e guarda num pequeno computador,
as coordenadas do alvo. Depois de disparada,
segue para ele, propulsada por motores alimentados
por baterias de lítio, guiada por cinco
satélites.
No fim,
a MOAB, cheia de uma mistura de nitrato de
amónio e alumínio em pó,
rebenta, espalhando a sua carga letal, que
logo incendeia, através de uma onda
de choque de centenas de metros. No fim, nada
fica vivo ou de pé.