"Hora
de Ponta"
de
Brett Ratner
Vasco T.
Menezes
Uma divertidíssima comédia
de aventuras com uma dupla irresistível de actores:
Jackie Chan e Chris Tucker
Em vésperas de os ingleses transferirem
o domínio de Hong Kong para as mãos da China, o
comandante Griffin (Thomas Wilkinson) homenageia o cônsul
Han pelo auxílio prestado à Polícia Real
Briânica no desmantelamento de todas as operações
da poderosa organização criminosa liderada pelo
misterioso Juntao, um homem que nunca ninguém viu. Depois
do confisco de milhões em armas e numa colecção
de arte chinesa de valor inestimável, o diplomata parte
com a filha de dez anos para os EUA, onde irá ocupar um
cargo no consulado chinês de Los Angeles.
Passados dois meses, a filha de Han é raptada
e o pai resolve chamar um amigo pessoal, o Detective Inspector
Lee (Jackie Chan), para colaborar na investigação.
O problema é que os agentes do FBI não querem abrir
mão da sua autoridade e não vêem com bons
olhos a intromissão de um estrangeiro. Por isso, escolhem
James Carter (Chris Tucker), "o pior polícia de Los Angeles",
para uma "missão especial", que consiste basicamente em
servir de ama-seca, para que Lee se mantenha longe do caso ou
de qualquer perigo.
Mas Carter e Lee não vêem com bons
olhos o desprezo a que são votados e, ultrapassada a fase
inicial de desconfiança e antipatia mútuas, decidem
trabalhar em conjunto e deslindar, sozinhos, o sequestro (no
qual parece estar implicado Juntao, o responsável pela
morte do parceiro de Lee), envolvendo-se assim numa sucessão
de tresloucadas peripécias.
"Hora de Ponta" (1998) é a segunda longa-metragem
de Brett Ratner, um dos realizadores de maior sucesso comercial
na Hollywood actual. Verdadeiro fabricante de êxitos, Rattner
teve um primeiro sinal do êxito que viria a obter na carreira
quando nem mais nem menos do que Steven Spielberg lhe enviou
5 mil dólares para terminar o projecto de final de curso
na escola de cinema, a curta "Whatever Happened To Mason Reese" (1990).
A seguir, passou grande parte da década de 90 na indústria
musical, tornando-se um dos mais conhecidos realizadores de vídeos
de "rap" e "hip-hop".
Em 1997, as portas de Hollywood foram finalmente
abertas e Ratner estreou-se com "Money Talks", policial cómico
e grande êxito de bilheteira. A fórmula deu resultado
e, para o filme seguinte, resolveu continuar a apostar na mescla
de acção e humor e em mais um par de opostos, mantendo
um dos protagonistas (Tucker, figura de proa da "stand-up comedy" americana)
e substituindo o outro (Charlie Sheen) por Chan, vedeta maior
do cinema asiático de artes marciais. Um golpe de vista,
sem dúvida, porque os dois formam uma dupla fascinante
e, através do jogo entre a comédia verbal de um
e a comédia física do outro, dão origem
a uma das mais divertidas variações do modelo do "buddy
movie", aproximando-o de terrenos insuspeitados como o burlesco.
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