A Profecia Celestina
James Redfield

Marco incontornável para quem se interessa pelas questões metafísicas, A Profecia Celestina descreve o processo de descoberta espiritual do narrador, à medida que este vai tendo acesso às nove revelações de um antigo manuscrito encontrado no Peru.
Ao mesmo tempo, A Profecia Celestina é um guia para o leitor, que vai transportando essas mesmas revelações para a sua própria vida e caminhada espiritual.

A Primeira Revelação alerta para as ditas “coincidências” que acontecem na nossa vida e às quais, muitas vezes, não ligamos. Ou, pelo menos, não prestamos a devida atenção.
James Redfield deixa-nos suspensos no mistério, cheios de curiosidade mas com a noção exacta de que não existem acasos. O primeiro passo para a descoberta espiritual, diz ele, passa por tomar consciência de que grande parte dos mistérios do Universo se manifestam no nosso quotidiano. Redfield dá a conhecer outras possibilidades de ler o mundo e fá-lo através de aventura, da descoberta individual dos personagens que se cruzam no enredo da sua Profecia Celestina.

A Segunda Revelação contextualiza a nossa consciência no seu período histórico, fazendo com que a nossa visão sobre o Homem, Deus e o Universo se insira num continuum, num todo. Redfield ajuda-nos a perceber que o nosso olhar sobre o futuro tem de partir da compreensão do passado e presente.
Parece evidente mas, por vezes, são os detalhes mais óbvios que nos passam despercebidos. Daí, também, a importância do discurso de James Redfield.

Ampliar a beleza e partir dela para perceber que tudo é energia no Universo é a substância da Terceira Revelação do manuscrito peruano que inspira toda a aventura espiritual da Profecia Celestina. Redfield explica que todo o Universo tem por base um campo de energia que emana de todas as coisas e seres, incluindo naturalmente o Homem. A compreensão desta Revelação passa pela visão desse mesmo campo de energia e essa capacidade começa por desenvolver uma sensibilidade acrescida à beleza. Posto assim, parece um discurso demasiado cifrado mas explicar o que está em questão pode desvirtuar a leitura do livro e retirar-lhe, até, algum do seu suspense.

Alimentar a energia é essencial para fortalecer a nossa relação com os outros e connosco próprios. Por isso, a Quarta Revelação decorre da Terceira: o Universo é alimentado por uma imensa fonte de energia, da qual, no entanto, os homens e mulheres se foram desligando, caindo num estado de carência e fraqueza. Dado que essa energia se tornou um bem escasso, os seres humanos são obrigados a competir uns com os outros para a recuperar. A acreditar em Redfield, esta competição, mais ou menos inconsciente, está na base de quase todos os conflitos humanos.

Procurar alternativas é o que nos resta quando tomamos consciência de que as relações humanas estão enfraquecidas pelas lutas de poder e pelas ligações ‘vampirizadas’, tão frequentes nos dias que correm. A Quinta Revelação responde a esta questão mostrando que existe, de facto, uma fonte de energia alternativa. Para terem acesso a esta fonte superior, os homens e mulheres têm de abandonar os padrões de competição e controlo dos outros que até aqui utilizavam. Parece demasiado simplista mas, no contexto do livro, faz sentido.

A Sexta Revelação desvenda o papel da experiência mística no processo de descoberta espiritual. Redfield explica que temos que abandonar os nossos comportamentos de controle de poder e resistir à tentação de sugar a energia dos outros. Chegou a altura de despertar para quem realmente somos, de alinhar com a nossa verdadeira natureza, de encontrar o nosso lugar no mundo para podermos, finalmente, ter acesso a esse estado especial da mente, que é, afinal, a experiência de nos deixarmos orientar na vida por coincidências significativas. Entender o conceito de experiência mística é essencial, portanto.

Observar e conhecer a nossa própria mente é uma aprendizagem. A Sétima Revelação ensina a fazê-lo em busca de novas ideias e pensamentos que devemos questionar, enquadrar e tentar compreender no contexto da nossa existência. Esta Revelação coloca-nos no fluxo da evolução, integrando todas as revelações numa única forma de estar.
A Oitava Revelação do manuscrito peruano que é o ponto de partida para toda esta aventura da Profecia Celestina, mostra que as relações amorosas são muitas vezes manifestações de co-dependência, porque criam a ilusão de que se pode ser uma pessoa completa “a meias”, isto é, enquanto casal.

Processo de evolução. James Redfield empenha-se particularmente em mostrar como podemos quebrar os padrões de conduta que nos impedem de evoluir e declara que a grande aposta passa por melhorar a circulação da energia entre nós. Finalmente, a Nona Revelação explica que o Homem vai passar por um processo de evolução consciente no próximo milénio e vai querer viver num planeta sustentável, a um ritmo mais compatível e menos acelerado e com um maior grau de atenção ao que é verdadeiramente essencial. Optimista e consolador, este livro serve de ponto de partida para entender algumas das questões que se prendem com a procura do sentido da vida. Mesmo que, à chegada, os leitores possam descobrir que o seu caminho é outro.

Texto Laurinda Alves

O autor e o livro
Mundialmente conhecido pelos seus escritos sobre a vida espiritual e as relações entre a experiência do dia-a-dia e a dimensão sagrada do Universo, James Redfield escreveu mais de dez livros mas ficou célebre com A Profecia Celestina, que se tornou rapidamente um livro de culto para muitos dos que se interessam pelas questões metafísicas.
Nascido no Alabama em 1950 e licenciado em Sociologia pela Universidade de Auburn, Redfield publicou A Profecia Celestina quando tinha 43 anos, numa edição de autor, depois de ter trabalhado durante quinze anos como terapeuta com adolescentes psicologicamente fragilizados e com as suas famílias.
A partir de 1994, o ano em que a Warner Books comprou os direitos e publicou A Profecia Celestina, este livro foi um dos mais vendidos em todo o mundo, tendo sido traduzido em quase todas as línguas. O fenómeno manteve-se ao longo da década de 90 e durante três anos consecutivos o livro esteve na lista de best-sellers do conceituado New York Times. James Redfield escreveu algumas sequelas desta novela, mas sem o mesmo sucesso alcançado pela Profecia.
Por tudo o que fica dito sobre o livro e o autor e, acima de tudo, porque a colecção XIS livros para pensar pretende abranger um leque eloquente de temas e autores, A Profecia Celestina é uma obra a não perder.

A profecia celestina
James Redfield
Editora: Editorial Notícias (www.editorialnoticias.pt)

http://www.celestinevision.com