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Biografia
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Boémio
Boris Vian nasceu
em Ville d'Avray, em 1920. Aos 8 anos, lia Corneille, Racine,
Molière e Maupassant. Aos 12,
sofreu de complicações cardíacas. Era
um boémio: festas-surpresa, altas-velocidades e trocadilhos
em rima eram os passatempos. Interessou-se por jazz e em
1937 entrou no Hot Club de França (tocava trompete).
Engenheiro mecânico
Estudou
engenharia mecânica. Em 1942 começou
a trabalhar na fábrica AFNOR. Entrou em conflito com
a administração por estar sempre a corrigir
erros ortográficos dos superiores. Publicou os primeiros
escritos sob os pseudónimos Bison Ravi e Hugo Hachebuisson
em 1944-45. Escreveu "Vercoquin et le plancton" (publicado
em 1947) para onde transfere o clima de absurdo organizacional
da fábrica. Foi despedido em 1946. O livro fê-lo
conhecer Raymond Queneau, escritor, na altura editor da Gallimard.
Começou a trabalhar na Office du Papier.
Escritor apaixonado por jazz
Escreveu
em três meses "A Espuma dos dias", com que
concorreu ao prémio da Pléiade, que não
recebeu, apesar dos apoios de Queneau, Beauvoir e Sartre,
com quem convivia. Escreveu em 1946 "Chronique du menteur" em
vários números do "Temps Modernes". Publicou
também "J'irai cracher sur vos tombes" sob pseudónimo
de Vernon Sullivan, um "best-seller" censurado em 1949. Trabalhou
na orquestra de jazz de Claude Abadie. Foi também
trompetista e animador no bar "Le Tabou" em Saint-Germain,
onde se reuniam artistas. Escreveu "L'Equarrissage pour tous",
que adaptou para teatro: um fracasso. Em 1948 conheceu Duke
Ellington, de visita a Paris. As edições Toutain
publicaram "A erva vermelha" (1950), recusado pela Gallimard.
"Matador"...
Foi nomeado "matador
de primeira classe" no Colégio
dos Patafísicos. A Patafísica é a ciência
das soluções imaginárias: a missão
era "explorar os campos negligenciados pela física
e metafísica". O grupo tinha um pai espiritual (Alfred
Jarry, escritor, morreu em 1907) e reunia o barão
Mollé (amigo de Jarry e de Apollinaire), Michel Leiris,
Ionesco, Henri Robillot, Pascal Pic, Jacques Prévert.
...e "déspota"
Dias
antes de morrer, deu uma festa na "varanda dos três
déspotas" - Vian, Prévert e Ergé - em
honra do barão Mollé, recém-eleito curador
dos Patafísicos. Foi a mais bela reunião, o
apogeu do grupo, com Henri Salvador, Noël Arnaud, Pierre
Kast ou René Clair. O "déspota" Latis pronunciou
o elogio fúnebre de Vian, que sofria já de
complicações cardíacas. "Morrerei antes
dos 40", disse. Os médicos obrigaram-no a deixar o
trompete. Morreu de ataque cardíaco, em 1959. Tinha
39 anos.
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