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Biografia
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Medicina e Literatura -
William Somerset Maugham escreveu 20 romances, 25 peças de teatro, mais de 100 contos.
Nasceu em Paris (1874), filho de diplomatas britânicos.
Depois da morte dos pais, foi viver com os tios para Inglaterra.
Estudou Medicina na Alemanha e em Londres, mas nunca exerceu.
O primeiro romance, "Liza, a Pecadora" (1897), obteve um
sucesso discreto.
Na altura da Primeira Guerra
Mundial, Maugham era demasiado velho para se alistar no
exército. Foi para a Cruz
Vermelha conduzir ambulâncias. Tornou-se um dos muitos
escritores-condutores-de-ambulância, como Hemingway,
Dos Passos, E.E. Cummings ou Desmond MacCarthy, seu parceiro.
Publicou a sua obra-prima, "Servidão Humana",
em 1915, romance que o tornou um escritor popular. Em 1917,
casou com Marie Syrie Wellcome, de quem teve um filho. Mas
foi durante a guerra que conheceu Gerald Haxton, um americano
de 22 anos que se tornaria seu amante durante mais de 30
anos.
Agente secreto - Devido
aos conhecimentos de francês
e inglês foi convidado, pelo líder dos Serviços
Secretos britânicos em França, a tornar-se espião.
Em 1917, disfarçado de repórter, foi a São
Petersburgo com o objectivo de evitar a Revolução
Russa, mas acabou por contrair tuberculose e foi internado
num sanatório na Escócia. A sua experiência
como agente secreto serviu-lhe de inspiração
para alguns contos: Alfred Hitchcock adaptou, para o filme "Os
Quatro Espiões" (1936), os seus contos "The Traitor" e "The
Hairless Mexican".
Viagens - Passou uma temporada
no Taiti de visita ao pintor Paul Gauguin, sobre quem escreveu "Um Gosto e seis vinténs" (1919).
Publicou algumas das suas peças mais famosas durante
os anos 20: "The Circle" (1921), "East of Suez" (1922) ou "The
Constant Wife" (1926). Em 1928, depois do escândalo
da revelação da sua homossexualidade, comprou
uma "villa" na Riviera francesa. Em 1938, viajou pela Índia
e conheceu Sri Ramana Maharshi, fonte de inspiração
para "O Fio da Navalha" (1944). Durante a invasão
nazi, emigrou para os EUA. Viveu na Carolina do Sul e depois
em Hollywood, onde escreveu a adaptação cinematográfica
de "O Fio da Navalha". O estúdio pagou-lhe os honorários
com uma pintura Impressionista. Regressou a França
no final da guerra.
Viajou por todo o mundo,
conheceu os melhores meios literários,
foi fotografado por Cartier-Bresson, Cecil Beaton, Irving
Penn e Lewis Morley. Era conflituoso, genial, caprichoso,
obstinado. "A capacidade de citar é um substituto
benéfico para a inteligência", disse. Morreu
em Nice, em 1965, aos 91 anos. "Nunca quis ser mais do que
um contador de histórias."
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