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Este livro deu um filme

Realizado por José Fonseca e Costa,“Balada da Praia dos Cães” estreou em 1987, cinco anos depois de outra das obras marcantes do cineasta, “Kilas, o mau da fita”. Nesta altura já outros para além de Fonseca e Costa, como Fernando Lopes, que faria, já em 2002, “O Delfim”, tinham sonhado em levar aos ecrãs as palavras-imagens das páginas dos livros de José Cardoso Pires. Como lembrou o amigo cineasta dias depois da morte branca que levou o companheiro de décadas, muitos foram os livros de um que ambos sonharam que o outro iria levar ao ecrã. “Era a nossa primeira viagem e não sabíamos, então, nem das outras que faríamos depois e menos ainda dos acontecimentos que se desenrolavam à nossa volta […]. E se nos dissessem, ainda por cima, que o Covas viria a ser representado pelo Raul Solnado, a viagem teria terminado em Cacilhas à volta duma caldeirada de búzios regada a palhete do Cartaxo”, (“Um Homem Sorri à Morte de Cara Inteira”, “Indy”, 6 de Novembro de 1998). Esta balada acabou por ser a única, pelo menos em vida do Zé – que assumia o cinema como a escola que teve, para a escrita e para a vida.