Colecção ABCedário - Aos Domingos por 4,90 € + jornal
 
 

 

Arte Românica
Série arte
 

    

 

Com a qualidade e prestígio a que as edições Flammarion nos habituaram, o PÚBLICO iniciou a 16 de Março uma pequena enciclopédia organizada de forma alfabética, antecedida por uma introdução de 20 páginas. Páginas duplas para os temas mais importantes e essenciais à compreensão do tema, pequenas notas para os assuntos mais técnicos ou anedóticos: no “ABCedário do Renascimento Italiano”, o segundo livro da série, fala-se de Donatello a Miguel Ângelo, de Maquiavel a Leonardo, de Piero della Francesca a Boticelli, figuras de um movimento que mudou a arte e a ciência e se iniciou, simbolicamente, em 1401 em Florença. A aproximação a cada tema, com um grafismo elegante e explorando fortemente a iconografia, faz-se sempre de modo triplo: científica, prática e cultural. Um asterisco assinala as remissões, conduzindo o leitor de entrada em entrada. A colecção é escrita por especialista reputados — historiadores de arte e da literatura, conservadores de museu, arqueólogos, astrofísicos, geógrafos, etnobotânicos, etc. — que asseguram a qualidade e o rigor dos textos. Uma cronologia, um índice e uma bibliografia seleccionada completam o livro, cujo tamanho permite também a sua utilização como guia num passeio ou em viagem.
Os livros estarão nas bancas a partir de sábado e poderão ser comprados com qualquer edição seguinte do jornal a 4,9 € jornal.

 

ABCedário da Arte Românica
Uma visão medieval

Herdeira das civilizações com as quais contactou ou cuja presença sentiu, a arte românica não é facilmente definível em termos cronológicos. Mesmo assim, há um consenso por parte dos historiadores quanto a assinalar- lhe o início por volta do ano mil, integrando na sua génese contributos vários, desde os galo-romanos aos monges irlandeses, passando pelo Oriente cristão (Arménia, Síria, Bizâncio), pelo islão ou pelos povos ditos “bárbaros”, como os celtas, os visigodos ou os vikings.
Comparada com a arte gótica, que lhe sucedeu a partir do século XII, a arte românica encerra uma extraordinária variedade de expressões e formas. Assim definida no século XIX por Arcisse de Caumont, um arqueólogo francês que viu nela uma descendência abastardada da arte romana, a arte românica não se reduz a isso. Para Nicolas Reveyron, professor de História de Arte Medieval (a quem coube sintetizar- lhe o percurso e os traços históricos essenciais, logo nas primeiras páginas deste novo “ABCedário”), a arte românica “não se reduz àquilo que nos oferece de mais próximo, de mais acessível. É essencialmente outra coisa. Inspirada, grosseira, imponente, subtil ou requintada, sempre ultrapassando as aparências imediatas, mesmo quando se inspira no naturalismo antigo, abre portas desconhecidas para visões tão estranhas à nossa racionalidade, tão poderosas como as do Apocalipse ou das grandes epopeias guerreiras”. As igrejas, por exemplo: enquanto a basílica paleocristã revela a preocupação de juntar os fiéis numa mesma comunhão, a igreja românica é focalizada no altar, toda ela em perspectiva, hierarquizante, monumental. Há exemplos de abadias tão grandes como catedrais, senão mesmo maiores: a igreja abacial de Cluny (França) ficou, para toda a Idade Média, como a mais vasta igreja do Ocidente. Já os vitrais ilustram as reflexões teológicas da época. Os mais prestigiosos são os da charola da basílica de Saint- Denis, executados por volta de 1140- 1145, por ordem do abade Suger, figura de charneira entre as eras românica e gótica. Ele próprio ali se fez figurar, na base da cena da Anunciação. Dois pontos marcantes da arte românica são a arquitectura (pujante no volume, na estrutura e nos materiais) e a escultura, onde a pedra tem um papel progressivamente primordial. Nos capitéis, por exemplo, onde se expõem em cuidado recorte legiões de demónios, anjos ou monstros. Mais tarde, o desaparecimento dos capitéis empurrará as figurações esculpidas para o exterior dos templos. É nessa altura que nasce o portal gótico.

 

Sabia que...
 

- Na Península Ibérica, o essencial da arte romântica encontra-se no Norte. Em Espanha, vêmo-la em catedrais de vastas cúpulas (Zamora, Toro, Salamanca) e em obrasprimas como o mosteiro de Cuxa ou a igreja abacial de Ripoll. Em Portugal, na Sé do Porto, na Domus Municipalis de Bragança ou na Sé Velha de Coimbra, entre muitas outras.

- No século XII, Pedro, o Venerável, abade de Cluny (hoje na Borgonha francesa), mandou traduzir o Alcorão para latim com vista a tornar o livro dos livros do islamismo numa obra acessível à reflexão crítica.

- A partir do século X, os relicários passam a ser feitos em materiais cada vez mais preciosos, atingindo o seu apogeu artístico entre 1130 e 1270.

- A sociedade da época românica dividia-se em três ordens, atribuídas à vontade divina: os que se batiam pela defesa da comunidade, os que trabalhavam a terra para garantir o sustento e os que rezavam pela salvação de todos.


 
 

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