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Na cidade que recebe a conferência do clima as preocupações ambientais estão por toda a parte

9 de Dezembro de 2009

Foram investidos 2,5 milhões de euros na remodelação do Bella Center
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Jornalistas acompanham o discurso do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, esta manhã na conferência de Copenhaga. Os líderes mundiais tentam romper o impasse, a escassas horas do encerramento do encontro. Foto: Ints Kalnins/Reuters

Vários países já disseram o que estão dispostos a fazer para combater as alterações climáticas
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Enquanto se regateiam as emissões de carbono do futuro no Bella Center de Copenhaga, a cidade anfitriã da conferência climática empenha-se em neutralizar a pegada ambiental do presente. O evento, provavelmente o maior do género realizado até hoje, tem de apagar o rasto de mais de 41 mil toneladas de carbono e mostrar ao mundo que, em toda a sua organização, o Ambiente esteve sempre em primeiro lugar.

Ao chegar ao centro de conferências, os delegados da ONU deparam-se com várias medidas que, segundo o responsável pela logística da COP15 Jan-Christoph Napierski, são “muitos pequenos detalhes que juntos vão fazer uma grande diferença”. Este é um trabalho que começou há dois anos com o investimento de 2,5 milhões de euros na remodelação do Bella Center, de modo a cortar em 20 por cento as suas emissões de gases poluentes.

Durante o evento, as preocupações ambientais estão por toda a parte, a começar pelo chão que todos pisam. As carpetes são feitas de material cem por cento reciclável. Nos intervalos das reuniões, quem se dirigir às cafetarias do recinto não vai encontrar garrafas de água de plástico, mas sim dispensadores de água da rede dinamarquesa, de modo a evitar o desperdício. O café e o chá são provenientes de mercados de comércio justo e os participantes são encorajados a reutilizar recipientes de vidro ou de metal. Quem ainda assim preferir os materiais descartáveis, terá à sua disposição copos e pratos biodegradáveis.

Nos menus, a consciência ambiental também é uma prioridade. Pelo menos 65 por cento dos alimentos são de produção biológica e local, com destaque para os vegetais e para as carnes brancas. A carne de porco ou de vaca não será opção frequente de maneira a agradar ao maior número de nacionalidades e religiões possíveis e, já agora, a poupar o Ambiente a uma indústria altamente poluente.

O capítulo da reciclagem também não foi esquecido. O lixo orgânico produzido durante a conferência irá ser canalizado para uma central de biomassa que servirá mais de 140 mil lares de Copenhaga bem como o próprio Bella Center.

Se ainda assim sobrarem dúvidas sobre os esforços da organização em conseguir uma conferência exemplar, um exército “verde” da equipa de logística da COP15 estará a postos nos corredores do recinto, para responder a todo o tipo de questões em relação à sustentabilidade: desde a qualidade da água dispensada até à proveniência da energia que alimenta o espaço. As respostas devem, no entanto, ficar guardadas na cabeça ou no portátil já que a distribuição de papel e canetas – reciclados, como compete – será limitada, para evitar desperdícios.

Deslocações só de transportes públicos, carros eléctricos ou a pé

Fora de portas, os esforços para conseguir um encontro “carbono-zero” também se fazem notar num capítulo crucial: o transporte. Para evitar o aumento da circulação automóvel, a organização decidiu não reforçar o número de táxis e oferecer a todos os participantes um passe para os transportes públicos. Quem não temer o exercício, pode ainda usar umas das 200 bicicletas gratuitas disponíveis à saída do recinto. E quando o carro for a única opção, também é possível utilizar gratuitamente uma das 40 viaturas eléctricas que o Bella Center põe à disposição. Para os Chefes de Estado e outros altos responsáveis, o Governo dinamarquês reservou 127 viaturas de marcas de topo, especialmente desenhadas para serem “amigas do ambiente”, através do uso de etanol ou de motores híbridos.

Apesar de todos os esforços, a mancha no currículo ambiental de uma cimeira desta escala está nas deslocações de avião dos milhares de pessoas que aterram por estes dias em Copenhaga. A ONU estima que 90 por cento das emissões de carbono da cimeira saiam directamente das turbinas dos aviões.

Mas o que se gasta a mais na capital escandinava, será poupado a muitos quilómetros de distância, em Daca, no Bangladesh. Através da cooperação com o Banco Mundial, o Governo dinamarquês irá construir 20 novas fábricas eficientes a nível energético, que vão poupar aos habitantes de uma das capitais mais poluídas do mundo a emissão de cerca de cem mil toneladas de CO2 por ano.

Independentemente do desfecho da COP15, Copenhaga aproveita o empurrão que a conferência climática lhe dá e salta para a frente da corrida à energia sustentável. Se, tal como se espera, passar no teste da sustentabilidade durante os próximos dez dias, a cidade escandinava já lança mãos à obra para ser a primeira capital “carbono-zero”, em 2025.

Bolsas de estudo em vez de brindes

Uma das medidas mais originais da conferência foi a decisão de não dar lembranças nem "kits" recheados de folhetos, que acabam, na sua maioria, esquecidos nos quartos de hotel. O Governo dinamarquês encontrou um destino melhor para os 450 mil euros que seriam gastos em presentes e decidiu lançar a Climate Scholarship, uma bolsa de estudo para estudantes estrangeiros.

Em Setembro, onze estudantes de vários países em desenvolvimento começaram diferentes mestrados na área do Ambiente em seis universidades dinamarquesas, com propinas e despesas de deslocação e alojamento pagas. A medida não foi muito bem recebida ao início, confidencia o coordenador de logística da COP15, Jan-Christoph Napierski, por “ir contra as convenções estabelecidas”, mas depois de posta em prática, têm sido vários os países que já elogiaram e defenderam a ideia.




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