Os transportes em Portugal estão em marcha lenta no caminho da redução das emissões, pelo que é determinante mudar comportamentos: trocar o automóvel pelos transportes públicos é um pequeno passo para o homem, mas um salto enorme para o Planeta.
Muitos são os gestos diários com que os cidadãos podem contribuir para reduzir as emissões de dióxido de carbono, "mas os mais determinantes são sempre os relacionados com os transportes. O sector mais crítico é o da mobilidade", alerta Francisco Ferreira da Quercus.
Para o responsável, a diferença de preços, emissões e poluição entre o transporte público e o automóvel são razões fortes o bastante para fazer a opção mais sustentável.
"Aqui há um peso grande do comportamento individual. Sei que para alguns é impossível, mas para outros é evitável o uso de carro particular, pelo menos em parte do percurso", considera.
Outra medida importante para diminuir a "pegada do transporte" é a escolha do comércio local na altura de fazer as compras, o que ainda promove a economia local.
Uma área em que Portugal também não tem tido o desempenho desejável em termos de redução de emissões de gases com efeito de estufa é a da eficiência energética.
Importa aqui reduzir consumos, que vão desde a iluminação até ao conforto, sem que seja necessário acabar-se enregelado numa sala às escuras.
Francisco Ferreira recorda que existem lâmpadas de baixo consumo, que iluminam como as outras gastando menos de metade do que gastam as convencionais.
Quanto ao conforto necessário numa casa em tempo de Inverno, a opção de aquecimento para uma sala grande deverá recair sobre os aquecedores a gás, deixando os de óleo para espaços pequenos.
A lareira deverá ter recuperador de calor, as janelas devem ser isoladas e eventualmente substituídas se não conservarem o calor do interior nem evitarem a entrada de frio.
Fundamental é também ter atenção à nova legislação de certificação energética, que obriga as pessoas a terem um certificado energético se arrendarem ou comprarem casa nova.
"Devemos comprar uma casa classe A+ ou A", à semelhança do que acontece com os electrodomésticos, alerta Francisco Ferreira.
As energias renováveis são um sector com bons resultados em Portugal e, apesar de a prioridade ser a redução e a eficiência, vale a pena apostar na energia solar, que está longe do desejável, considera.
O ambientalista defende o solar térmico nas casas, para aquecimento das águas através da energia solar, uma alternativa com incentivo do Estado e que ao fim de três anos está paga.
Como poupar água é poupar energia, os autoclismos devem ser de dupla descarga e o caudal nas torneiras de casa deve ser reduzido, pois "dá a sensação de que corre a mesma água, mas é só metade".
Na área dos resíduos, o conselho é antigo, mas eficaz: insistir no uso de menos embalagens, fazer reciclagem e comprar produtos reciclados, de forma a fechar o ciclo.
A Quercus tem desde Junho do ano passado um projecto que permite, através de adesão gratuita, receber no telemóvel um conselho ambiental por sms todas as semanas em diferentes áreas do quotidiano, desde a água ao ar, passando pela construção sustentável e climatização.
Segundo Francisco Ferreira, a adesão é positiva, contando com cinco mil registos, havendo uma previsão máxima de dez mil até daqui a seis meses.
Trata-se de conselhos muito simples, tais como não deixar o carregador do telemóvel na ficha ou substituir o tacho pela panela de pressão.
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