V de Vingança16 de Junho
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Terra de Sonhos23 de Junho
Presas Fáceis30 de Junho
Daytripper18 de Agosto
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A Dança das Andorinhas:Morrer, Partir, Regressar07 de Julho
Luna Park25 de Agosto
A História de um Rato Mau14 de Julho
Fogos e Murmúrios01 de Setembro
Parque Chas28 de Julho
O Inverno do Desenhador08 de Setembro
Colecção de 15 livros. PVP unitário: €9,90. Preço total Portugal Continental: €148,50. Data início: 16 de Junho. Data fim: 22 de Setembro. Dia da semana: Quinta-feira. A aquisição do produto implica a compra do jornal. Limitado ao stock existente. Por motivos alheios ao Público e à Levoir, as capas apresentadas são passíveis de sofrer alterações no curto prazo. *Com excepção do volume "A Garagem Hermética", de Moebius, publicado anteriormente em Portugal, numa versão a cores. V for Vendetta TM & © 2016 DC Comics. Daytripper © Gabriel Ba & Fabio Moon, TM DC Comics. Luna Park © Kevin Baker and Danijel Zezelj, TM DC Comics. All Rights Reserved.
Garagem Hermética21 de Julho
A Asa Quebrada15 de Setembro
Os Exércitos do Conquistador22 de Setembro
Fax de Sarajevo04 de Agosto
QUANDO OS MELHORES ILUSTRADORES DE SEMPRE SE JUNTAM AOS GRANDES ESCRITORES DE BD.
NOVA COLECÇÃO NOVELA GRÁFICA COM OBRAS INÉDITAS* E TRADUZIDAS DAS LÍNGUAS ORIGINAIS.
Valentina11 de Agosto
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23 de Junho Argumento e Desenhos – Jiro Taniguchi Jiro Taniguchi, o premiado autor japonês de O Diário do meu Pai, regressa à colecção Novela Gráfica com Terra de Sonhos. Livro que recolhe um punhado de relatos da felicidade e da melancolia simples da vida, como ela é.  Histórias intimistas, marcadas pela sensibilidade de Taniguchi, impregnadas da observação do quotidiano da vida moderna, que mergulham o leitor na realidade da vida e da sua emoção humana: a morte de velhice de um cão, o nascimento de uma ninhada de gatos e a dificuldade de se separar deles, a chegada de uma jovem sobrinha que fugiu de casa, os sonhos que um alpinista abandonou em troca de uma família...
TERRA DOS SONHOS
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30 de Junho Argumento e Desenhos – Miguelanxo Prado Presas Fáceis, o mais recente trabalho de Miguelanxo Prado, um dos mais premiados autores espanhóis da actualidade, chega à colecção Novela Gráfica, quase em simultâneo com a sua publicação original em Espanha, numa edição que conta com um prefácio exclusivo do historiador e colunista do Público, Rui Tavares. Tendo como pano de fundo a crise financeira actual, por entre as indemnizações milionárias a gestores e políticos que levaram um país à falência e o desespero dos cidadãos comuns, que sofrem as consequências da fraude bancária, uma sucessão de homicídios de banqueiros lança dois polícias numa investigação que se tornará num verdadeiro thriller. Uma muito bem urdida história de vingança que gira em torno de um tema de gritante actualidade, tanto em Portugal como em Espanha.
PRESAS FÁCEIS
07 de Julho - Argumento e Desenhos – Zeina Abirached Primeira mulher a publicar na colecção Novela Gráfica, a libanesa Zeina Abirached, retrata em A Dança das Andorinhas, uma noite na vida das famílias que habitam um prédio na zona este de Beirute, perto da linha de demarcação, em 1984, em plena Guerra do Líbano. Um relato sensível da realidade de uma cidade devastada pela guerra e das pessoas que tentam (sobre)viver e levar uma vida tanto quanto possível normal, contado com grande originalidade gráfica, ternura e humor por Zeina Abirached, nascida em Beirute em 1981, um ano antes da invasão do Líbano pelas tropas israelitas.
A DANÇA DAS ANDORINHAS: MORRER, PARTIR, REGRASSAR
14 de Julho Argumento e Desenhos – Bryan Talbot Helen Potter, uma jovem vítima de abuso sexual, empreende uma viagem de descoberta pela Inglaterra rural, seguindo os passos da célebre autora de livros infantis, Beatrix Potter, na esperança de reencontrar a paz e a felicidade... Neste diálogo entre duas épocas e duas Potter, Helen irá descobrir a verdadeira força interior que lhe permitirá confrontar os seus demónios pessoais, numa história de heroísmo e coragem. Um dos mais celebrados trabalhos do inglês Bryan Talbot (Grandville), galardoado com o prémio Eisner para a Melhor Novela Gráfica, aquando da sua primeira reedição, em 1996. 
A HISTÓRIA DE UM RATO MAU
28 de Julho Argumento – Ricardo Barreiro - Desenho – Eduardo Risso Em cada capital do mundo, existem “Lugares Mágicos”. Locais obscuros onde, não se sabe como, forças desconhecidas exprimem a angústia e o medo. Triângulos das Bermudas do Imaginário, onde vampiros, sereias, fantasmas e personagens de BD se cruzam e reencontram, para levar o visitante para um lugar de onde não conseguirá, provavelmente, regressar… Em Buenos Aires, esse lugar é o Parque Chas. Escrito por Ricardo Barreiro, Parque Chas, foi o primeiro grande sucesso do desenhador argentino Eduardo Risso (Batman Noir), aqui num registo gráfico diferente, que encaixa como uma luva na dimensão onírica da história. 
PARQUE CHAS
21 de Julho Argumento e Desenho – Moebius O universo de bolso que o Major Grubert criou no interior do seu asteróide, contém três mundos sobrepostos, com os seus povos e civilizações. Três mundos que ignoram tudo das suas origens, mas em que alguns habitantes começam a suspeitar a verdade.  Inicialmente publicada em episódios na revista Metal Hurlant, de que Moebius foi um dos fundadores e publicado pela primeira vez no nosso país da versão original a preto e branco, a Garagem Hermética é um marco na revolução da Banda Desenhada iniciada pela revista Metal Hurlant, com Jean (Moebius) Giraud a subverter todas as convenções, ao criar uma história surreal, repleta de ideias incríveis, que eram inventadas à medida que os episódios eram publicados. 
A GARAGEM HERMÉTICA
04 de Agosto Argumento e Desenho – Joe Kubert Em 1992, com o eclodir da guerra da Bósnia, o editor e agente Ervin Rustemagic, além de perder, a casa, a editora e todos os seus bens num bombardeamento, viu-se aprisionado durante mais de um ano com a sua família, na cidade sitiada de Sarajevo, sob a ameaça constante das bombas e dos snipers sérvios, tendo como único contacto com o exterior, um aparelho de fax. Umas das pessoas com quem Rustemagic trocou faxes, foi o desenhador americano Joe Kubert (Tarzan, Sgt. Rock), que passou esta história trágica e verídica para a BD, numa novela gráfica que arrebatou os Prémios Harvey e Eisner, para além do Prémio de Angoulême para a Melhor BD Estrangeira.
FAX SARAJEVO
VALENTINA
11 de Agosto Argumento e Desenhos – Guido Crepax Embora nascida como personagem secundária noutra série de Guido Crepax, Valentina, uma sensual fotógrafa de moda vai tornar-se a mais conhecida personagem do seu autor, graças às suas aventuras surreais, em que o onirismo e o erotismo se fundem. Este volume recolhe uma selecção das melhores aventuras de Valentina. Clássicos intemporais, marcados pelo traço sensual de Crepax e pelo seu uso inovador da planificação, com destaque para Baba Yaga, história que seria adaptada ao cinema em 1973, e para Valentina no Metro, uma criativa (e emotiva) homenagem de Crepax à Banda Desenhada e aos seus heróis e criadores.
DAYTRIPPER
18 de Agosto Argumento e Desenhos – Fabio Moon e Gabriel Bá Os gémeos brasileiros Fabio Moon e Gabriel Bá, chegam à colecção Novela Gráfica, com Daytripper, o seu trabalho mais premiado, feito para a editora americana Vertigo. Definida muito simplesmente pelos seus autores como “uma história sobre a vida”, cada capítulo de Daytripper incide sobre um momento específico da vida de Brás de Oliva Domingos, o filho de um escritor famoso que ser ele próprio também escritor, e sobre a forma como as escolhas que faz podem modificar a sua vida... e a sua morte.  Intimista e surpreendente, Daytripper mostra a dupla ao seu melhor nível, numa história profundamente brasileira nos cenários e nas personagens, mas que lida com questões universais.
LUNA PARK
25 de Agosto Argumento –Kevin Baker Desenhos – Danijel Zezelj Alik Strelnikov vive na sombra de Coney Island, um mundo de passeios silenciosos e parques de diversões enferrujados, que ridicularizam os seus sonhos de se tornar um herói. Há dez anos, trocou uma existência brutal no exército Russo pela promessa de se tornar um executor da máfia de Brooklyn, mas as suas noites são atormentadas por pesadelos em que as atrocidades a que assistiu na Chechénia se misturam com visões alternativas do passado, que terminam sempre da mesma forma trágica.  Na sua estreia na BD, o popular escritor Kevin Baker, alia-se ao ilustrador croata Danijel Zezelj, para criar uma novela gráfica perturbadora, que marca o regresso de Baker a Coney Island, cenário da sua aclamada trilogia Dreamland.
01 de Setembro Argumento – Mattoti e Kransky  Desenhos – Lorenzo Mattoti Um dos mais consagrados ilustradores da actualidade, o italiano Lorenzo Mattotti  tem publicado o seu trabalho em revistas como Cosmopolitan, Vogue, The New Yorker, Le Monde e a Vanity Fair, o que não o impediu de construir uma importante carreira também na BD.   Fogos e Murmúrios, as duas obras que preenchem o volume que a Colecção Novela Gráfica II lhe dedica, representam um momento de charneira na sua carreira, mais evidente em Fogos, normalmente considerado como a sua obra mais importante e um ponto de viragem do autor, que passa de um tipo de trabalho mais narrativo, para um registo mais pictórico, em que a cor é um elemento simbólico e dramático, que condiciona a própria história.
FOGOS E MURMÚRIOS
O INVERNO DO DESENHADOR
8 de Setembro Argumento e Desenhos – Paco Roca Paco Roca, o premiado autor de Rugas, estreia-se na colecção Novela Gráfica com O Inverno do Desenhador. A história verídica de um grupo de cinco dos mais populares desenhadores da Editorial Brugera (uma editora espanhola criada em Barcelona em 1910, que se dedicou sobretudo à produção de literatura popular e tiras de BD) que, desiludidos com as condições de trabalho e com a falta de reconhecimento que tinham, decidem criar a sua própria editora de BD na Espanha nos anos 50. A história destes pioneiros pelos direitos de autor, chega à colecção Novela gráfica, numa cuidada edição, que inclui uma história de seis páginas feita para o jornal El Pais e nunca antes recolhida em livro.
15 de Setembro Argumento – António Altarriba Desenho – Kim Depois do premiado (Prémio de Excelência para a Melhor Banda Desenhada Estrangeira na Comic Con 2016) A Arte de Voar, Altarriba e Kim regressam à colecção Novela Gráfica, com A Asa Quebrada. Um relato em que Altarriba volta às décadas conturbadas da vida do seu país, desta vez através dos olhos da sua mãe. O destino e a vida trágica desta mulher, que viveu as maiores agruras às mãos dos homens que a rodeavam, abusada pelo seu pai e violada, esconderá um segredo e uma esperança que o seu filho, Antonio Altarriba, perseguirá neste livro poderoso e duro, que servirá de chave para ele poder finalmente fazer as pazes com o seu passado.
A ASA QUEBRADA
22 de Setembro Argumento – Jean-Pierre Dionnet Desenho – Jean-Claude Gal Criado por Jean-Pierre Dionnet, um dos fundadores da revista Metal Hurlant, para o traço espectacularmente detalhado de Jean-Claude Gal, Os Exércitos do Conquistador foi um dos títulos mais marcantes da fase inicial da mítica revista, mostrando uma abordagem europeia da Heroic Fantasy que em nada fica atrás dos trabalhos dos melhores autores americanos do género. Este volume recolhe, na sua versão original a preto e branco, todas as colaborações de Dionnet e Gal, em Os Exércitos do Conquistador e nas duas histórias que compõem a saga de Arn, e inclui ainda A Catedral, uma história curta de Bill Mantlo, que Gal ilustrou para a revista norte-americana Epic. 
ARTIGO SEMANAL - Terra dos sonhos
23 de Junho Argumento e Desenhos – Jiro Taniguchi Depois da estreia nesta colecção de Alan Moore e David Lloyd, inaugurando esta segunda série com um clássico incontornável, como é V de Vingança, na próxima quinta-feira chega a vez do japonês Jiro Taniguchi regressar à colecção Novela Gráfica. Depois do sucesso de O Diário do meu Pai, premiado no último Festival AmadoraBD com o Galardão destinado aos Clássicos da Nona Arte é com naturalidade que Taniguchi regressa nesta série II com Terra de Sonhos, livro que recolhe um punhado de histórias curtas publicadas originalmente entre 1991 e 1992, na revista japonesa Big Comic. Tal como sucedia com O Diário do Meu Pai, também os cinco contos reunidos neste Terra de Sonhos têm quase todos laivos autobiográficos. Dimensão bem evidente nos dois primeiros contos, centrados nos momentos finais de Tam, o cão do autor e na gata persa que o irá substituir na casa e no coração dos seus donos.  O próprio Taniguchi no posfácio do livro não esconde e até aclara essa dimensão autobiográfica, contando como tudo se passou: “o nosso cão morreu há dois anos. Já tinha quinze anos. Ao assistir ao envelhecimento e depois à morte desse velho cão, uma pequena célula no fundo de mim, daquelas que controlam a minha necessidade de contar histórias, começou a mostrar alguma actividade. Comecei a sentir uma vontade, que se transformou numa necessidade, de contar e de desenhar a história da vida e da morte desse cão. Mas na verdade, parecia-me que seria bastante difícil conseguir publicar uma história destas, uma história banal da vida quotidiana, no circuito do manga comercial. Foi então que fui contactado por um velho conhecido, um editor com quem tinha trabalhado numa revista para a juventude e que estava agora na Big Comics e que me perguntou se não queria fazer uma história curta para eles. Lembro-me perfeitamente desse dia, 29 de Novembro de 1990. O nosso cão tinha morrido há pouco menos de um mês, chovia, fazia frio. Encontramo-nos num café em Jimbochô. Enquanto tomávamos um café, falei-lhe da história do meu cão. Ele concordou imediatamente em publicá-la (…) e disse-me: “acho que esse é exactamente o tipo de história que faz falta no manga actual”. Para mim, foi uma reacção muito encorajante. Foi assim que nasceu Ter um Cão e que o meu desejo se realizou. No início, pensei fazer uma história maior, que teria coberto toda a vida do nosso cão, desde a sua chegada a nossa casa, ainda cachorro, até à sua morte; mas ficaria demasiado grande para o formato da revista. Então, decidi limitar a história a um único ano, o ano da sua morte.  Creio que a história ganhou em força e ritmo, e a imagem também ganhou uma certa tensão. Estou muito satisfeito com o resultado. Ainda assim, acho que fazem falta mais algumas imagens de serenidade e de calma. Seja como for, permitiu-me tomar consciência da dificuldade em transformar uma experiência pessoal que me marcou realmente, numa história.”  O excelente acolhimento desta história, que ganhou o Prémio Especial do Júri da Editora Shôgakukan, mostrou a Taniguchi que havia público para um tipo de histórias mais contemplativas, mais centradas nas vivências do quotidiano, como são a maioria das histórias deste livro e outros títulos importantes do autor, como O Homem que Caminha.  A excepção a este registo mais centrado no quotidiano é A Terra Prometida, inspirada na experiência real do alpinista Kawamura Keisuke e que permitiu a Taniguchi regressar a um género muito presente ao longo da sua carreira, as histórias de montanha, de que Le Sommet des Dieux é o expoente máximo. Seja relatando com sensibilidade e poesia a relação de uma família com os seus animais de estimação, ou a luta entre o homem e a natureza hostil, Taniguchi confirma neste Terra de Sonhos porque, mais do que um grande autor japonês, é um dos nomes maiores da BD mundial. João Miguel Lameiras
16 de Junho Argumento – Alan Moore Desenhos – David Lloyd É já na próxima quinta-feira que a Novela Gráfica regressa ao Público numa colecção, muito colecção muito pedida pelos leitores, dedicada aos maiores nomes da novela gráfica, que durante as próximas quinze semanas levará às bancas mais uma selecção de grande qualidade do que melhor que faz no campo da literatura desenhada. Uma colecção marcada pela diversidade, apostando essencialmente na divulgação de autores não publicados na colecção anterior, com a honrosa excepção de Moebius, Taniguchi e Altarriba e Kim, e que abre com chave de ouro, com a publicação de V de Vingança, um dos mais influentes trabalhos de Alan Moore, que aqui colabora com o seu compatriota David Lloyd. Fábula distópica, ambientada numa Inglaterra governada por uma ditadura fascista, V for Vendetta (título original de V de Vingança) começou a ser publicada a preto e branco na revista britânica Warrior em 1982, e só seria completada anos mais tarde, em 1988, nos Estados Unidos, pela DC Comics, que publicou V como um mini-série em 10 volumes a cores, beneficiando da popularidade que Alan Moore tinha conseguido com o sucesso de Watchmen, a obra-prima de Moore, que a Levoir, com o apoio do Público, vai lançar directamente nas livrarias, durante este mês de Junho. Ficção marcadamente política, na linha do 1984 de George Orwell, tendo como cenário uma Inglaterra poupada ao conflito nuclear, V de Vingança tem como personagem principal um misterioso mascarado anarquista que pretende pôr fim ao regime totalitário vigente, através de uma série de atentados à bomba. Embora a acção do livro decorra em 1998, não restam dúvidas que a fábula criada por Moore e Lloyd tinha por modelo o governo conservador de Margaret Tatcher, como os próprios reconhecem nos textos introdutórios à edição em livro. Originalmente, Moore não pensava escrever uma distopia. Como o próprio refere: “V for Vendetta nasceu originalmente do facto de eu ter sido convidado pela revista Warrior a escrever uma série para David Lloyd ilustrar. Inicialmente, pensei numa história noir, um policial passado em 1930, mas Dave não estava especialmente interessado em ter de fazer pesquisas sobre os anos 30... Então, lembrámo-nos que talvez pudéssemos obter o mesmo efeito se passássemos a história para um futuro próximo. A partir dai, tudo evoluiu a partir de várias fontes diferentes, mas decidi jogar com o facto de em Inglaterra termos uma tradição bastante boa de vilões e sociopatas como heróis. Como o Robin Hood, Guy Fawkes e outros do género. E na nossa ficção, na BD infantil inglesa, havia tantos vilões sociopatas que tinham obtido suas próprias revistas, como havia heróis. Possivelmente mais. Os ingleses sempre tiveram grande simpatia por um bandido elegante”. É precisamente um desses bandidos, Guy Fawkes, que em 5 de Novembro de 1605 tentou destruir à bomba o Parlamento Inglês, para assassinar o Rei James I, num atentado falhado, que ficou conhecido como o Gunpowder Plot. Um bombista mal sucedido que alguém, num típico momento de humor britânico, definiu como “o último homem a entrar no parlamento com boas intenções” que David Lloyd escolheu para emprestar as feições à máscara estilizada usada por V e que, graças ao sucesso do livro, mas sobretudo do filme produzido pelos irmãos Wachowski (Matrix) e realizado por James McTiegue, em 2006, se tornou o símbolo do movimento Anonymous. Mais do que uma ficção política, ou um manifesto anarquista, V de Vingança é uma poderosa e assustadora história sobre a perda da liberdade e da identidade num mundo totalitário. Um livro imprescindível, do maior escritor de BD de língua inglesa, que está finalmente disponível em português.  João Miguel Lameiras
ARTIGO SEMANAL - V de vingança
16 de Junho Argumento – Alan Moore Desenhos – David Lloyd A Inglaterra mergulhou num regime fascista depois de uma catastrófica guerra nuclear, e todos os opositores ao poder instalado foram exterminados. Neste universo, ao mesmo tempo distópico e familiar, V, um revolucionário anarquista, vai encetar uma complexa campanha revolucionária para deitar abaixo o governo, enquanto inspira uma jovem, Evey Hammond, a continuar a sua luta. Primeiro grande sucesso de Alan Moore, a história desenhada por David Lloyd e publicada originalmente na revista Warrior no início da década de 80, deu origem a um filme de grande sucesso, produzido pelos irmãos Wachowsky (Matrix) graças ao qual a máscara usada por V se tornou a imagem de marca do grupo Anonymous.
V DE VINGANÇA
ARTIGO SEMANAL - Presas fáceis
30 de Junho Argumento e Desenhos – Miguelanxo Prado Na próxima quinta-feira, chega a vez desta série II da colecção Novela Gráfica abrir as suas portas a um nome bem conhecido dos leitores portugueses, Miguelanxo Prado. Nascido em 1958, na Galiza, Miguelanxo Prado, foi estudante de arquitectura, pintor de formação, e tornou-se autor de BD por vocação e convicção. A sua estreia na arte sequencial deu-se em 1979, no fanzine galego Xofre e, a partir daí seguiu-se um percurso de sucesso, tanto na BD como na animação, marcado por prémios como o de Melhor Livro no Festival de Angoulême, para Traço de Giz, ou o Prémio Nacional del Comic atribuído em Espanha à sua anterior novela gráfica, Ardalén, para além de colaborações com os escritores Laura Esquivel e Neil Gaiman e o cineasta Steven Spielberg. Em Portugal, onde é presença frequente nos Festivais de BD, a sua obra tem sido editada de forma consistente, primeiro pela Meribérica/Liber e depois pelas Edições Asa, calhando agora à Levoir e ao Público o privilégio de dar a estampa Presas Fáceis, o seu mais recente livro, acabado de publicar em Espanha no passado mês de Maio. Neste Presas Fáceis, o autor galego regressa ao registo policial, género de que é leitor fiel e que já tinha abordado, de forma paródica em O Manancial da Noite, livro escrito por Fernando Luna e protagonizado por Manuel Montano, um detective privado formado pela escola de detectives de Lisboa, a que Prado deu as feições de Bogart. Mas desta vez o humor está (quase) ausente e, se quisermos estabelecer um paralelo entre este livro e anteriores trabalhos de Prado - até pela ausência da cor, de que Miguelanxo Prado é um mestre incontestado - o melhor talvez seja recuarmos a Stratos, um dos seus primeiros trabalhos de fôlego, publicado originalmente em meados da década de 80, onde a ficção científica é utilizada como um pretexto para analisar os defeitos das sociedades actuais, em que aspectos como o crescente endividamento dos cidadãos junto dos bancos e o espectro do desemprego crescente são abordados da forma crua. Um álbum que, com todo o seu humor (muito) negro, é uma critica feroz, mas que não perdeu a menor actualidade, à desumanização das sociedades industrializadas, em que os príncípios são esquecidos pela miragem do lucro fácil e os arrivistas detêm o poder.  Como o próprio Prado revelou numa entrevista, na origem de Presas Fáceis, está uma notícia ouvida na rádio: “Tinham descoberto os corpos de um casal de idosos em sua casa. Tinham-se suicidado devido ao desespero de terem perdido todas as suas poupanças, depois de alguém no banco as ter convertido, de forma fraudulenta, em acções preferenciais e porque enfrentavam uma acção de despejo, depois de terem avalisado com a sua casa a hipoteca de um dos seus filhos, que deixou de a poder pagar quando ficou desempregado.  Todos os elementos desta história são tristemente familiares. Toda a gente conhece, quase de certeza, casos semelhantes, ainda que contornos menos trágicos. A realidade não permite uma leitura optimista. (…) Basta fazer contas para ver que, com a indemnização de 18 milhões, que recebeu um ex-presidente de um Banco depois de o levar à falência, dava para pagar as pensões durante o resto da sua vida a 100 reformados médios. É indefensável e inadmissível que esta gente continue a usufruir desses valores milionários, enquanto o Banco de Espanha e a Comissão Nacional do Mercado de Valores que deviam assegurar que isso não acontecesse, desviam o olhar e façam de conta que não se passa nada.”   É essa realidade facilmente transposta para o nosso país (basta pensar nos casos BPN e BES…), que serve de pano de fundo ao notável último livro de Prado, que chega às bancas na próxima quinta-feira, numa edição enriquecida por um excelente prefácio do historiador e ex-eurodeputado Rui Tavares.  João Miguel Lameiras