1 de Maio
4.º Volume

Povo

O autor publica uma série de contos, focando na sua generalidade a miséria em que vivem as classes trabalhadoras populares, oprimidas pelas classes patronais dos abastados. Pura propaganda comunista”, escreveu a azul o encarregado da censura que reviu Povo, o livro de Afonso Ribeiro. O autor, professor primário em zonas rurais foi pioneiro do movimento neo-realista em Portugal, tendo sido o seu contacto com as desigualdades sociais fulcral para as suas obras.
O autor

Afonso Ribeiro

Natural de Moimenta da Beira, Afonso Ribeiro é um dos expoentes da prosa de ficção neo-realista portuguesa. O seu livro de novelas Ilusão na Morte, de 1938, é considerado precursor na área. Professor primário em zonas rurais, o contacto com as desigualdades sociais e com as carências das classes desfavorecidas inspira uma prosa atenta à verosimilhança da fala das personagens, aos seus problemas e escravidões. As suas obras denunciam a miséria moral de proprietários e trabalhadores, proclamando a necessidade de olhar para o mundo rural com diferentes olhos. Colaborou nos jornais O Diabo e Sol Nascente e com a Revista Vértice, tendo deixado um importante legado literário que abarca diferentes géneros.