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12 de Junho
10.º Volume
Um Auto para Jerusalém
Corria o ano de 1964 quando Mário Cesariny de Vasconcelos, através da Editorial Minotauro, publicou Um Auto Para Jerusalém, a sua única peça de teatro. Amplamente riscado a vermelho e a azul, o relatório da censura diz que a “obrinha de um dos próceres do surrealismo português parece-me [ao Capitão José Brandão de Mello] absolutamente inaceitável, não só pela irreverência, em matéria religiosa ou de fé, como pela chocante intromissão satírico-política no tema filosófico-moral que o autor se propôs”. Anos mais tarde, à TSF, Cesariny disse: “Não posso dizer que tenha sido uma grande vítima do Salazar, não fui, mas não foi nada agradável”. Durante o Estado Novo, o autor esteve obrigado a apresentações regulares, foi acusado de vagabundagem e foi perseguido pela sua homossexualidade.
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O autor
Mário Cesariny de Vasconcelos
Considerado o principal representante do surrealismo português, Mário Cesariny de Vasconcelos nasceu em Lisboa em 1923. Foi poeta, autor dramático, crítico, tradutor e artista plástico e influenciou as gerações poéticas reveladas nas décadas posteriores aos anos 1950, período durante o qual publicou algumas obras de destaque. Colaborou em vários jornais como Jornal de Letras e Artes e Cadernos do Meio-Dia. No domínio do teatro, escreveu Um Auto Para Jerusalém, pastiche de um conto de Luís Pacheco.
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