Volume 8 – 07 de Junho
PROTEGER A FLORESTA
Incêndios, pragas e doenças


Em Portugal, desde há cerca de três décadas que, para o cidadão comum, a palavra “floresta” aparece inevitavelmente associada à palavra “incêndios”. Devido à grande recorrência, todos os Verões, e devido
às consequências por vezes trágicas que acarretam, os incêndios tornaram-se um fenómeno mediático
que “abastece” os meios de comunicação social. A verdade é que os incêndios florestais são sem dúvida
o maior problema da floresta no nosso país. Podemos medir essa importância em hectares de floresta destruída, em metros cúbicos de madeira queimada, em milhões de euros gastos, em número de infra-estruturas destruídas, em número de medidas legislativas ou mesmo em vidas perdidas. Trata-se assim
de um problema transversal não só a todo o sector florestal, mas também a toda a sociedade, de um modo geral.

Na verdade, uma das maiores dificuldades na resolução do problema dos incêndios florestais passa precisamente pelo facto de os cidadãos se assumirem sobretudo como espectadores e não como protagonistas desse mesmo problema. O objectivo do presente volume é precisamente o de tentar contribuir para um melhor nível de conhecimento sobre os incêndios florestais em Portugal, contribuindo também, dessa forma, se nos
é permitida a presunção, para a sua resolução.

O presente volume lembra ainda que o termo “protecção florestal” foi durante muito tempo, em Portugal, sobretudo sinónimo de “combate a pragas e doenças das árvores”.

Muito embora não pretendendo fazer uma abordagem exaustiva do problema da protecção da floresta,
quer na vertente dos incêndios, quer na vertente dos factores bióticos, o presente volume tenta dar uma visão alargada das questões mais importantes nos dias de hoje ligadas à protecção dos espaços florestais. Assim,
a distribuição dos temas em cinco capítulos inclui quatro capítulos dedicados ao fogo e aos incêndios e um quinto capítulo onde se tenta dar uma visão geral sobre as pragas e as doenças florestais mais importantes
no nosso país. Deste modo esperamos contribuir para que todos estejam um pouco mais informados
e alertados para os problemas da floresta portuguesa e que assim possam contribuir para proteger o nosso património florestal.