Volume 4 - 10 de Maio
PINHAIS E EUCALIPTAIS
A floresta cultivada


Ao contrário do que acontece numa boa parte dos restantes países da Europa, as florestas do nosso país são sobretudo florestas cultivadas. Depois de se ter atingindo um valor mínimo de território, algures no século XIX, verificou-se um esforço considerável de arborização das zonas costeiras e das serras. No entanto, a floresta que foi instalada pouco ou nada tinha a ver com a floresta natural, entretanto desaparecida, dos locais respectivos. Esse esforço de florestação foi inicialmente feito sobretudo com recurso ao pinheiro-bravo,
que terá sido expandido muito para além da sua área de ocorrência natural. A expansão do eucalipto é bem mais recente, mas também bem mais rápida que a do pinheiro-bravo.

Toda esta área de floresta cultivada de pinheiro e eucalipto constitui quase metade de toda a floresta do país, sendo como tal inteiramente justificada a publicação do presente volume tendo como denominador comum estas manchas florestais de origem artificial. Muito embora se tenha tido em mente sobretudo a floresta cultivada, praticamente todas as espécies referidas neste volume podem disseminar-se espontaneamente através
de regeneração natural. No entanto, o fio condutor do presente volume é sobretudo a floresta expandida
por acção do Homem, dada a sua importante expressão no nosso país em termos de área ocupada.

O percurso profissional e o prestígio dos autores que contactámos não deixam dúvidas sobre a sua competência e conhecimentos. Por outro lado quisemos que os textos reflectissem a já referida controvérsia sobre o tema e, como tal, não foram feitos quaisquer esforços para eliminar redundâncias ou contradições.
As imagens que acompanham o texto tentam de alguma forma ilustrar as informações transmitidas, mas não só, dado o notável valor estético e histórico de algumas delas, o que faz com que valham só por si.

Dada a quantidade, a diferente natureza e a diferente abordagem dos assuntos tratados no presente volume, esperamos que o mesmo possa vir a interessar a diferentes tipos de público, contribuindo assim para um melhor conhecimento da floresta cultivada em Portugal.